Ela parou de estender as roupas e me encarou. Não sei o que se passava na sua mente, mas o seu olhar mostrava curiosidade. Ela parecia bem calma e eu estava quase explodindo de ansiedade. Porque depois de anos, agora eu finalmente sei que tem gente igual a mim.
A senhora da uma pequena risada e começou a andar voltando para casa. Eu não entendi nada, mas ela fez um sinal para que eu a seguisse e foi isso o que eu fiz. Quando vi já chegamos na cozinha e as crianças já não estavam mas lá, então a gente ficou sozinhas.
- Vem, sente-se. - ela disse enquanto apontava para uma cadeira. Eu passei pela a porta e me sentei.
Ela ficou na pia da cozinha preparando alguma coisa. Pelo o cheiro, parecia ser chá. Como eu não tinha o costume de beber chá, eu não sabia de qual era feito. A cozinha não ficou em completo silêncio por causa da voz da dona Sueli, que preparava o chá e cantava uma canção, que eu não conhecia. Quando ela acabou, veio na minha direção e se sentou ao meu lado. Entregou uma xícara para mim e eu peguei.
Experimentei o chá, mas eu acabei queimando a minha língua porque estava muito quente. Deixei a xícara na mesa e olhei para ela, mas eu nem tinha percebido que ela também me encarava.
- Senhora eu... - tentei falar mas ela me interrompeu.
- Querida, eu já te disse que pode me chamar de Sueli. Me chamando de senhora, faz com que eu me sinta ainda mais velha. - falou e eu concordei com a cabeça. Aceitando chamar ela pelo nome. - Mas me diz o seu nome. - pediu. Eu fiquei em duvida de falar, mas olhando bem em seus olhos, eu sentia que ela parecia ser alguém que eu podia confiar.
- É Ana. - falei e ela soltou um sorriso carinhoso
- Ana. É um belo nome, mas só Ana? - perguntou um pouco confusa. Fiquei um pouca desconfortável com a sua pergunta, mas acabei a respondendo:
- Sim, só Ana. - eu não queria falar que eu não tinha um sobrenome porque morei no orfanato.
- Entendo... Mas Ana, eu quero te fazer uma pergunta, mas preciso que responde com sinceridade. Tudo bem? - eu concordei novamente. Fiquei curiosa em saber o que ela iria perguntar. - Me diz o que você sabe sobre o nosso mundo? – perguntou lentamente. Eu fiquei olhando para ela e demorei em responder:
- Não muito, quero dizer, eu acho quase nada. - ela afirmou a cabeça como se entendesse.
- Bom, pelo menos você já sabe que é uma lobisomem. - disse e eu afirmei. - Mas a história ou o próprio convívio você não deve saber. - ela nem precisou da minha resposta, pois já tinha a resposta. - Então eu irei te contar um pequeno resumo da historia nossa história. - Depois dela falar comecei a olhar com total atenção.
####
Tudo começou a muitos séculos atrás, quando as duas maiores tribos estavam em guerra. A Tribo-do-Sul e a Tribo-do-Norte. Ninguém sabia o real motivo desta briga. Muitos diziam que uma tribo traiu a outra e outros diziam que era por causa do território.
Mas o que essas duas tribos mais procuravam eram poder. A ganância de engolir completamente a outra tribo. Com essa toda ignorância, aqueles que mais sofriam eram os inocentes. Porém, tinha um homem que acabou mudando tudo isso. Ele se chamava Aeron e era da Tribo-do-Sul.
Ele era o guerreiro mais forte da tribo, corajoso, destemido, valente e temido. O chefe de sua tribo achou que ele iria ser a grande conquista para a sua vitória, mas o que ele não esperava, era que Aeron tinha um bom coração. Quando estava de noite, Aeron saiu do seu esconderijo e começou andar pela floresta ao caminho do inimigo para saber exatamente como acabar de vez com a guerra.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Loba
WerewolfMinha Loba (Atualizada) Depois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porém, tudo isso muda quando e...