Amélia Miller
– Você vai nessa festa com a gente.
Alyssa se levanta da cama, correndo até o outro lado do quarto, onde fica seu banheiro próprio – sortuda. Ainda sentada na cama, me viro na mesma direção.
– Ué, pensei que você não fosse. – Franzo as sobrancelhas.
– Eu não ia porque ficar solitária sem minha melhor amiga é muito chato. – Ela volta do banheiro bem rápido, sem nada verde no rosto, enfiando uma meia calça arrastão por debaixo do roupão, quase caindo enquanto tropeça. – Mas agora é outra história. só não quis dizer na frente do Brady que a gente vai, para não dar vitória para ele.Dou risada e depois me levanto, dando de cara com o espelho que ela tem no armário. Não acho que essa roupa que estou seja a mais certa para uma festa.
– Não posso ir assim. – Olho para Alyssa por seu reflexo no espelho.
– Eu te empresto uma roupa, relaxa.
Ela tira o roupão e abre o armário, tampando minha visão do espelho.
– Vai falar com o Charlie, enquanto eu separo alguma coisa para você.Assinto com a cabeça saindo do quarto de Alyssa, para entrar no dele. O dele fica no final do corredor e, a cada passo até lá, fico planejando o que dizer para ele. Tipo, falar com Charlie é uma tarefa muito difícil, porque ele sempre tem uma resposta engraçadinha na ponta da língua. Às vezes chega a ser irritante.
Suspiro e bato na porta três vezes, esperando…
A porta se abre subitamente, e Charlie se encosta nela tão rápido, que ficamos próximos de um jeito extremamente perigoso.
– Oi – Ele diz e sorri no mesmo nível de perigo que nossa proximidade.
– Oi – Sorrio de volta e tento dar um passo para trás, mas ele está cheirando a sabonete…é um cheirinho bom, então não quero me afastar de verdade. – Tenho sua resposta.
– Seja breve, King
– Eu e sua irmã vamos na festa com você. – Afirmo, jogando os braços para trás e me balançando na ponta dos pés.Ele observa o meu “tique nervoso” e ri baixinho, passando brevemente a mão no cabelo úmido e bagunçado.
– Beleza então…vamos sair em quinze minutos.
Ele começa a fechar a porta, mas eu estico meu pé e o impeço de continuar.
– Mas vamos no meu, não no seu carro. E você vai ter que me enviar por mensagem cinco das perguntas respondidas, pelo menos. – Acrescento com um falso ar de superioridade.
– Como você quiser. – Charlie se inclina um pouco para frente, mantendo nossos rostos próximos. Isso destruiria qualquer garota, mas, para mim – apenas de ser bem incomum –, eu consigo lidar numa boa. – Mas um dia eu ainda te dou uma carona, você vai ver.Reviro os olhos e sorrio. Charlie sempre tenta me dar uma carona, tipo, sempre mesmo, desde que nos conhecemos. É mais uma questão de orgulho, não é como se ele me visse como uma conquista em potencial. Ele só faz isso porque algum palhaço da turma disse que eu sou do “tipo difícil”, e que nem aceitar carona eu aceito, e aceitar carona por aqui significa: quero dar para você.
Eu nunca vou dar esse gostinho de aceitar uma carona para o Charlie.
– Passar bem, Vincent – Me afasto e me viro para ir. Quando já estou quase na porta de Alyssa, ele grita:
– Você é impossível, King!Abro um sorrisinho discreto e então entro no quarto.
Alyssa já está praticamente toda “montada”. Ela escolheu um vestido preto, simples, curto e de alças finas. Por baixo, está usando uma camiseta transparente, essa é a Alyssa que eu conheço de verdade, e não a Alyssa do quarto cor de rosa. Ela está ajeitando o delineado quando me aproximo, fazendo apenas um sinal com a mão livre, indicando que minha roupa já está separada.
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ALL FOR US - Charlie Bushnell
FanfictionAmélia é invisível. Não literalmente, mas, para os grupos sociais da Bridgestone High, ela é completamente invisível. Mas ser invisível ou não é a última coisa com a qual a adolescente se importaria. Na verdade, Amélia nunca se importou muito em ir...