Amélia Miller
Alyssa não está no vestiário, não está nos corredores e minhas mensagens se quer chegam pra ela. A escola é enorme e ela pode estar em qualquer lugar, talvez se escondendo caso tenha conseguido ver a foto que a perturbada da Tess enviou. Ou então me procurando, caso não tenha visto. Ou fazendo os dois.
Eu não sei!
Paro por um momento diante do estacionamento e respiro, porque estava correndo até agora. Eu ainda estou meio trêmula, as palmas das minhas mãos estão suadas e não consigo parar de pensar na burrada de ter deixado Charlie se aproximar de mim essa noite. A bendita burrada de ter o beijado primeiro, para começo de conversa. Eu queria pode culpar outras pessoas por estar sempre fazendo burradas, mas eu sei que a culpa é toda minha.
Tudo bem, calma, Lia. Vai dar tudo certo.
Respiro e inspiro fundo, tentando acalmar minha mente barulhenta no momento, para pensar em alguma coisa. É só uma foto e é só um beijo; a Alyssa não vai surtar por eu ter beijado o irmão dela. Na verdade, se ela surtasse a cada vez que visse alguém beijando o Charlie, ela com certeza já teria sido internada nas profundezas do *Asilo Arkham.Olho ao redor do estacionamento, que já está ficando vazio, e percebo Alyssa no centro dele. Ela já tirou a roupa de líder de torcida, e agora está batendo furiosamente com o celular na palma da mão. Ela sempre faz isso quando fica sem bateria. Ou só esteja puta porque viu a foto, e agora está imaginando que o celular é minha cabeça, e que a palma da mão é um prego bem pontudo.
Engulo em seco e abro um sorriso, tentando fazer a egípcia enquanto caminho até ela. Apesar das pernas meios trêmulas de nervoso, ando bem rápido.
— Achei você! — Digo com a voz meio…esganiçada.
— Ah, até que enfim! — Alyssa põem o celular no bolso do short jeans e olha pra mim. — Fiquei sem bateria e procurei você em toda parte. Onde estava?Solto um suspiro discreto, me permitindo ao luxo de relaxar os ombros. Isso não vai durar muito tempo, porque ainda preciso arranjar um jeito de apagar a foto do celular dela, antes que ela veja.
— Hã…procurando você. — Sorrio — A gente deve ter se desencontrado.
Eu devia era contar a verdade pra ela.— Claro, esse lugar está infestado de rivais. — Sorrindo, Alyssa revira os olhos e passa o braço ao redor do meu para me acompanhar até minha moto.
— Alyssa, preciso te contar uma coisa.
Não paro de andar e muito menos olho para ela, porque acho que não consigo admitir que andei beijando o irmão dela e olhar nos seus olhos ao mesmo tempo. Parece ser uma coisa pequena, mas pegar o irmão/irmã da sua/seu melhor amiga/amigo não é nada legal. Eu quebrei o *Código de Honra dos Bros, *Barney Stinson, eu sou uma vergonha para a comunidade dos Bros.— Conta, ué. — Ela ri baixinho
Mordo meu lábio com força; é um sinal involuntário do meu corpo dizendo pra eu ficar de boca fechada. Mas minha mente diz totalmente ao contrário, e meu coração já tá batendo rápido demais e eu não aguento mais ter a sensação de que minha bomba nuclear vai explodir a qualquer minuto. Às vezes dói, e isso não é nada legal.
Me vejo sem escolha, então paro de andar e respiro fundo. Alyssa para também e olha para mim, com a testa franzida.
— O que foi? — Ela pergunta
— É que…é que... — Agora, aqui e ao vivo, olhando para minha melhor amiga sorridente, não vejo motivos para que ela fique irritada por causa de alguns beijinhos. Mas o lance é que as palavras não saem, porque no fundo eu sei que é muito errado beijar o irmão dela e ainda querer mais. — Eu vi o Scott beijando a Lauren Fernandez no estacionamento.Quando solto essa pequena "bombinha" alheia, eu me sinto a pior pessoa do mundo, mas foi só o que eu consegui fazer.
Alyssa me encara como se tivesse visto um fantasma; com a boca toda aberta em um grito sem som.
— O Scott? E a Lauren? — Sua voz falha no nome "Lauren". — Tem certeza?
— Tenho. — Afirmo com a cabeça, voltando a a evitar olhar para ela. — Eu vi com meus próprios olhos.
— Nossa…eu…o cara namora e ainda trai ela? — Alyssa ri, mas tenho certeza que isso a pegou de jeito. Ela gosta mesmo do cara. — Isso é…nossa. Ele é um otário, né?
— É o que eu digo pra você desde o início.
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ALL FOR US - Charlie Bushnell
FanficAmélia é invisível. Não literalmente, mas, para os grupos sociais da Bridgestone High, ela é completamente invisível. Mas ser invisível ou não é a última coisa com a qual a adolescente se importaria. Na verdade, Amélia nunca se importou muito em ir...