Amélia Miller
Na manhã seguinte, eu acordei sentindo que dormi apenas míseros 5 minutos. E o pior é que a culpa nem foi do choro do Todd essa noite – na verdade, ele dormiu a noite inteira –, a culpa foi só minha; estou morrendo de insônia. Devo ter passado quase metade da noite pensando em como resolver as coisas com a Aly, e a outra metade pensando no Charlie. Até agora, tenho um total de 0 soluções para o problema.
Penso em continuar deitada pelo resto da manhã, mas preciso ir para a casa da minha mãe. Além disso, Todd já está se esgoelando todo. Tampo meus ouvidos com o travesseiro, resmungando para mim mesma enquanto ouço seu choro ecoar pela casa; não tenho mais paz.
Depois de perceber que ele não vai parar assim tão cedo, eu me levanto e saio do quarto, indo direto para a cozinha. Tudo o que preciso é de uma xícara de café com leite.
— Bom dia, Lia! — Meu pai sorri, mas parece com pressa em preparar o café, então mal olha pra mim.
— Manda ele calar a boca. — Resmungo em relação ao bebê, e então me sento à mesa.
— Não é assim que funciona. — Ele dá uma risadinha, se virando, enfim, mas com uma bandeja de café da manhã nas mãos. — Tem panqueca de chocolate em cima do balcão, café também.Enquanto meu pai corre para levar o café para Sofia, que aparentemente não tem jeito nenhum pra fazer a criança parar de chorar, eu vou pegar meu próprio café. Encho minha caneca até a boca com o líquido escuro e fumegante. Só o cheiro já me deixa um pouco mais "animada". Dou um gole, me encostando no balcão e esperando meu organismo finalmente acordar – como se eu sequer tivesse pregado os olhos pra conseguir dormir.
Além da Alyssa e do Charlie, estou pensando nas provas da semana que vem e na quantidade de matérias que preciso estudar. Sempre fico nervosa em época de prova, e eu deveria usar esse fim de semana inteiro apenas para isso. Mas, ao invés de pensar em história, inglês e biologia – que são as provas de segunda-feira –, estou pensando no jogo de hoje a noite. Eagle Senior, contra a única escola particular da cidade, o que significa que não vai ser um jogo fácil. Espero que Charlie esteja tranquilo pra hoje, e a Aly também, porque ele é líder de torcida né.Caralho, não importa qual seja o pensamento, eu sempre acabo indo parar nos dois.
Quando vejo, já tomei todo o meu café de uma vez, e meus olhos chegam arregalam um pouco com a onda de energia que eu sinto atravessar minha espinha. Pego uma panqueca de chocolate, jogo chantilly, dobro ao meio e saio comendo enquanto volto para o andar de cima.
Para a graça de Deus, Todd não está mais chorando. Eu termino minha panqueca dentro do banheiro, quando já estou pelada e entrando no chuveiro – mood de hoje: foda-se. Tomo um banho quente e rápido, o que me deixa um pouquinho preguiçosa, mas só até ouvir meu pai gritando para que eu saia do banheiro, porque a Sofia quer usar. Reviro os olhos enquanto fecho a água, pensando em como seria ótimo passar o resto do ano com a minha mãe.
De volta no quarto, eu visto uma calça jeans clarinha, com rasgos abertos nos joelhos, e um moletom vermelho com capuz e listras pretas nas mangas. Antes de descer para ir embora de vez, eu separo a roupa que vou usar mais tarde, para o jogo – um short jeans, meia calça arrastão e a camiseta do Charlie, porque acho que isso pode incentivá-lo ou coisa do tipo. Quero estar tão bonita, quanto da última vez, até porque quero demonstrar apoio ao meu namorado. E com mostrar apoio, quero dizer a Tess quem tá com ele pra valer agora.
Jogo a mochila sobre o ombro, ajeitando meu rabo de cavalo, para frente do espelho, antes de sair do quarto. Para minha sorte, meu pai já está no corredor, então não preciso ir até o quarto dele e ter que me deparar com uma cena da Sofia amamentando.
— Hum...pai, eu já tô indo. — Digo
— Ah, já? — Ele vem até mim, segurando meu braço gentilmente. — Tudo bem, então. Manda um oi pra sua mãe.
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ALL FOR US - Charlie Bushnell
FanfictionAmélia é invisível. Não literalmente, mas, para os grupos sociais da Bridgestone High, ela é completamente invisível. Mas ser invisível ou não é a última coisa com a qual a adolescente se importaria. Na verdade, Amélia nunca se importou muito em ir...