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Amélia Miller

Bato com as costas contra a parede de mármore do banheiro, quando Charlie me empurra. Ele não solta os lábios dos meus nem por um momento sequer, apenas intensificando mais o beijo, como se estivéssemos guardando isso por anos. Eu não sei ele, mas eu já imaginei essa cena acontecendo algumas vezes.

Sua boca tem gosto de jujuba de morango e vodka com cereja; uma mistura que torna tudo mais interessante. Sinto tudo isso com ainda mais intensidade quando sua língua desliza para dentro da minha boca, e seus lábios sugam os meus com fervor o suficiente para me arrepiar dos pés à cabeça. Ele está me beijando para valer, de um jeito que nenhum outro cara tinha me beijado antes – não que eu já tenha beijado muitos caras durante meus 16 anos de vida.

Mas eu não quero pensar nisso agora, quero pensar na boca de Charlie Bushnell beijando a minha. Meu Deus, isso tá mesmo acontecendo?

Agarro seus cabelos da nuca e empurro o chapéu de pirata para o chão, arranhando sua pele, puxando para mais perto. Nesse momento, estou ofegante e sem ar, mas não quero que ele pare agora.

Suas mãos escorregam de meu rosto, pelo meu corpo, até chegarem na minha bunda. Isso me arrepia outra vez. Uso uma das minhas mãos para segurar seu rosto entre os dedos, mantendo ele quase imóvel enquanto me beija sem parar nem para respirar.

– Caralho, Lia – Charlie sussurra e eu sorrio junto com ele, enquanto o mesmo morde meu lábio inferior.

Ele continua puxando minha bunda para cima, até me deixar na ponta dos pés e, enfim, me pegar no colo. Enlaço seus quadris com as coxas, agarrando seu pescoço com os braços, enquanto ele me segura pela bunda. Eu puxo seu cabelo com mais força, tentando me firmar, porque estou tremendo com a proximidade, apesar de ser muito bom. Charlie me senta em cima da pia, agarrando meus quadris com força, sem deixar que eu solte os seus, Derrubamos um monte de produtos no chão, me fazendo rir entre o beijo, assim como Charlie, que encosta a testa na minha brevemente.

Ele escorrega os lábios por minha pele, até meu pescoço, onde me suga com fervor. Deixo um gemido sair da minha boca, e Charlie solta um grunhido em resposta, enquanto lambe minha clavícula e distribui beijinhos arrepiantes até minha mandíbula. Quando volta a beijar minha boca, eu escorrego minhas mãos em seus ombros, afastando um pouco as mangas de sua camisa folgada…

De supetão, a porta do banheiro se abre, batendo contra a parede com uma força absurda. Solto de Charlie na hora, levando um susto e arregalando os olhos ao notar que eram Alyssa e Noah.

Noah olha para Charlie apertando minhas coxas, e depois para meu rosto. Eu coro e abaixo o olhar para minha amiga. Ela também encara nós dois, mas sua aparência está meio…verde? Ela parece enjoada.

Não, ela está enjoada, porque vomita no chão tudo o que consumiu essa noite. Charlie e eu fazemos uma careta, assim como Noah, que segura seu cabelo para cima.

E com isso, todo o fogo que queimava intensamente entre Charlie e eu é apagado. Ele se afasta de mim e vai até a irmã, que para de vomitar e encosta nele. Pareço levar um choque de realidade quando não sinto mais seu toque.

– Melhor agora? – ele sussurra para Alyssa, afastando seu cabelo do rosto. Ela afirma com a cabeça antes de apagar nos braços dele.

Não consigo pensar em nada para dizer e que diminua a tensão do momento. Meu coração parece que vai saltar pela minha boca a qualquer minuto. E eu estou ofegante. Tinha sido tão bom, mas agora parece tão errado.

Olho para Noah outra vez, mas o mesmo parece envergonhado por mim, desviando o olhar do meu.

– O que você estava fazendo com a minha irmã? – Charlie praticamente rosna para ele, pegando Alyssa no colo.
– Nada, ok? Eu só vi ela passando lá embaixo e trouxe ela para vomitar no banheiro, pelo menos – Noah revira os olhos – Se você se importasse mesmo com ela, não teria deixado ela beber tanto.
– Não se mete na minha vida e fica longe da minha irmã.

Ao passar por Noah, com Alyssa nos braços, Charlie bate o ombro no do outro. Suspiro e levo meu olhar para o reflexo no espelho; meus lábios estão vermelhos e inchados. E agora, do nada, parece não ser nada para Charlie. Não que tenha sido tão importante assim, afinal foi só um beijo e eu estou bêbada.

Balanço a cabeça para o meu reflexo e vou até Noah, que ainda está parado no batente da porta, digitando no celular.

– Noah…– Chamo.
– Não vou contar para ninguém. – ele me interrompe, mas ainda não está olhando nos meus olhos, mesmo quando guarda o celular. – Relaxa.

Assinto com um aceno leve da cabeça, embora não fosse isso o que eu estava planejando dizer.

– Você vem? – Charlie para na porta, com Alyssa ainda em seu colo, e olha para mim – Quer dizer, vou para casa com a Aly, posso te deixar no caminho.

Encaro ele por alguns segundos. Como Charlie consegue agir com tanta naturalidade, quando estávamos nos pegando no banheiro a dois atrás?

– Vai como ele – Noah faz um sinal com o ombro.
– É… – passo a mão pelo cabelo – Droga, preciso achar a bolsa da Alyssa.
– Está aqui.

Olho para Noah, que tira a bolsa de Alyssa do ombro e me entrega. Abro um sorrisinho para ele.

– Vamos logo, Amélia – Brady me apressa e eu aceno com a mão em despedida para Noah, enquanto saio do quarto.

Ainda estou raciocinando o fato de eu ter beijado Charlie, ao segui-lo pela festa lotada. Foi tão estranha a forma como tudo aconteceu de repente, concretizando ainda mais as palavras trocadas entre ele e a Tess, minutos antes de tudo. Ele me deixa tão confusa.

Fora da casa, o ar gelado da noite esfria meu corpo ainda quente e embriagado, causando um bem estar muito aliviante. Respiro fundo o perfume do lago, sentindo que agora estou muito mais sóbria do que antes. Eu só preciso ir embora, e nunca mais chegar perto de uma garrafa de cereja outra vez.

Charlie deita Alyssa no banco de trás do jipe range rover azul dele, e eu vou junto com ela, porque agora qualquer espaço entre mim e ele é necessário, mesmo que isso signifique eu vá na parte de trás do carro, E Charlie também está evitando olhar para mim desde que saímos daquele banheiro. Eu entendo, porque quando encaro seus olhos castanhos, tudo que consigo pensar são nas suas mãos apertando meu corpo. Porra.

Antes que eu pense em mais alguma besteira que destrua ainda mais minha dignidade, Charlie liga o carro, saindo da propriedade.

…..
Vou tentar postar bastante antes de voltar para faculdade pq não tenho grana para DP clã kkkkk eu espero que vcs entendam que a partir de fevereiro eu vou postar mais nos fins de semana

ALL FOR US - Charlie BushnellOnde histórias criam vida. Descubra agora