A noite se desenrola mais rápido do que eu imaginava. Desde quando comecei a beber, sou acostumada com o álcool forte, de boa qualidade, e levando em consideração os dois anos em que sou amiga do filho de um comercializador influente das bebidas lícitas, me considero com o fígado quase de ferro, mas descobri que estava errada. Não tenho certeza do que há nessas bebidas, qual mistura eles possam vir a fazer, tudo que sei é que no terceiro copo eu já estava rindo descontroladamente, tão feliz que poderia explodir, no quarto as coisas começaram a girar, e no quinto, eu já não tenho mais certeza de onde estou, do que estou fazendo, e perdi o controle do que sai da minha boca. E eu pedi os drinks mais fracos para beber a noite toda.
— Isso, porra! É assim que se faz – uma Sofia com os cabelos já desgrenhados grita ao meu lado para Olivia, que está virada de ponta cabeça cumprindo aquele desafio do barril que eu, honestamente, não sei de onde surgiu.
Sei que nos reunimos aqui a um tempo –não tenho certeza de quanto–, e o próprio dono da festa –o qual Rosália já se agarrou no corredor para os banheiros– nos chamou para disputar junto com seus amigos próximos. Havia muitas pessoas famosas aqui, a maioria artistas ou jogares de futebol latinos e espanhóis, mas agora que já me encontro em um estado deplorável de consciência, estou enxergando todos, principalmente Drake como uma pessoa comum, que nunca apareceu na rádio ou nas telas de TV. Ele chegou quando eu ainda estava no segundo copo, e pela sua cara, camisa social aberta e a risada frouxa, tenho certeza que também está bem pra lá de bêbado.
Minha cabeça roda junto com a faixa de luz de led da pista de dança, e eu preciso piscar mais de dez vezes para voltar a mim, e aceitar que as pessoas não estão se destorcendo e o chão não está se elevando como uma montanha abaixo dos meus pés.
Quando Olivia chega ao seu máximo, e finalmente sai dos braços dos homens que a ajudavam a ficar de cabeça para baixo, seu corpo cai para o lado, encima de Camila, que está rindo sem parar e tonta demais para conseguir suportar um peso além do seu. O efeito dominó acontece, e Camila cai encima de Rosália, que cai encima de um daqueles jogadores de quarenta metros, que é o único que consegue agarrar elas antes que vão parar no chão. Aquilo me arranca uma risada sincera.
— Acho que precisamos de água – Camila diz, se pondo de pé sobre os saltos com dificuldade. Eu ofereço meu braço, mesmo sabendo que não estou valendo muita coisa.
— Antes de vocês irem – Rosália grita por cima da música, fazendo um sinal para que todas nós pudéssemos seguir ela até um cantinho sem muitas pessoas. Nós nos reunimos em um círculo, e ela aponta para Camila e eu. – Vocês duas vão ficar grudadas a festa inteira mesmo?
Eu olho para Camila, na esperança de ela ter entendido, mas tudo que ela está fazendo é encarar Rosália com o cenho franzido.
— O quê?
— Vocês duas recusando todo mundo. Vocês nem estão namorando, poxa! – Ela bate o pé, birrenta. – Estamos na porra da festa do Drake, só tem gente gata e famosa aqui, e eu não preciso estar sóbria pra ver um monte de gente claramente dando encima de vocês. Fora os quais vocês já recusaram.
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Bad Things
FanfictionLatina de curvas e beleza invejáveis, com uma personalidade duvidosa e uma fama igualmente questionável por todo o campus, Camila Cabello é capitã das líderes de torcida da Gales University. Poderia se dizer que sua vida era perfeita, afinal, tinha...