II

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Pov Luiza Campos

— Boa noite senhora...? - aponto para a cadeira em minha frente e logo em seguida a mulher se senta. O pequeno que estava em seu colo, com a cabeça escondida desde que chegou, começa a olhar tudo de uma forma curiosa. - Oi garotão!

— Valentina. Valentina Albuquerque! E esse aqui é o Nicolas... da oi para a médica filho. - ela o olhava com um olhar extremamente apaixonado e meu Deus, que olho lindo que essa mulher tem! Nego com a cabeça e volto a olhar o pequeno que agora estava com os olhos marejados.

— Ei Nicolas, porque um garotão desse tá chorando? - me levanto e em seguida, ajoelho ao lado da cadeira para ficar na altura do pequeno.

— Ele odeia hospitais e médicos. Foi um milagre ele não ter chorado até agora. - ela diz fazendo carinho nos cachinhos do garoto em minha frente.

— Posso te contar uma coisinha? - pergunto para o garoto, que ainda acanhado, concorda. Me aproximo do seu ouvido como se aquilo fosse um segredo. - eu também odeio ir ao médico! Mas... - me levanto e estico o braço para o garoto. - eu sou uma médica diferente, você quer ver?

Ele me olha e percebo um pouco de medo em seu olhar. Em seguida, Valentina fala com o pequeno para ir. Observo ele pensar por alguns segundos até esticar o braço pra mim. Sorrio vitoriosa e pego o pequeno no colo, rapidamente percebo que ele estava um pouco quente.

— Mamãe Valentina pode vir também, você não acha? - o garoto começa a concordar de forma desesperada e acabo soltando uma risada. Caminho com o pequeno até a maca o deixando sentado ali.

— Não, não, não! - ele começa a se desesperar e esticar os braços para sair dali mas rapidamente me sento ali com ele.

— Ei, eu não vou fazer nada. Vamos apenas brincar, tudo bem? Eu, você e sua mãe! Não é senhora Valentina? - com o olhar peço que ela afirme.

— Claro! - ela sorri e uau, que sorriso lindo! Como tudo nela consegue ser tão... meu Deus, eu tenho que parar com isso.

Me levanto e vou até um armário que tinha ali e uma pelúcia dos ursinhos carinhosos. Coloco ele na maca e puxo meu banquinho.

— Nick, sabia que esse bichinho tá muito dodói? - ele revezava o olhar curioso entre eu e o ursinho - você quer descobrir o dodói dele?

— Dodói também?

— Sim! E o médico nick com a ajuda da mamãe Valentina vai descobrir o dodói. Tudo bem?

Ele olha para a mãe como se pedisse informação.

— Isso aí! Vamos lá doutor Nicolas. - ela brinca

— Olha, vou te emprestar um negócio mas você não pode contar pra ninguém. Combinado?

— Sim!! - solto uma risada com a animação dele.

Logo entrego meu estetoscópio para ele que se distrai, nesse momento aproveito e chamo a Valentina de volta até minha mesa.

— Então senhora Albuquerque, oque o pequeno sentiu?

— Acordou com 38,8° de febre, dei um remédio e pensei que iria melhorar mas parece que piorou! Passou o dia todo querendo o meu colo, não queria brincar e nem comer. E antes de sair de casa ele vomitou, mas como não tinha nada do seu estômago além de água, saiu apenas o líquido transparente.

— Certo... vou examinar ele. A senhora pode esperar aqui! - solto um sorriso simpático para ela, pego meu estetoscópio e caminho novamente até o garoto.

Nicolas era um garoto incrível. Apesar de todos os medos que ele sentia em relação a médicos, consegui fazer a consulta de maneira tranquila. O ponto alto da consulta foi ele agarrado ao ursinho.

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