XLIII

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Pov Luiza Campos.

Eu acho que nunca fiquei tão desesperada em toda a minha vida. Eu e Manu chegamos no hospital e logo trombamos com a Natalie.

— Cadê ela? - eu perguntei.

— A Valentina chegou aqui com alguns ferimentos graves e precisou ser levada pra cirurgia. - PUTA QUE PARIU! - Babi entrou com ela.

— Tá, e oque ela teve? Bateu a cabeça? Quebrou alguma coisa? - Manu começou a perguntar desesperada.

— Eu não sei, não avisaram ainda! - Natalie diz e antes que pudéssemos responder algo, alguns caras do Samu entram com duas macas.

Em uma delas, uma criança e na outra uma mulher que eu julguei ter em média a minha idade.

— Mãe e filha não identificadas. Estavam no carro que a outra paciente colidiu. Mãe está com a frequência baixa e com sangramento intenso na região da barriga, que foi rasgada por um pedaço da porta. A menina está desacordada mas os sinais estão ótimos. Visivelmente só um corte no supercílio e um machucado na cabeça.

— Preciso de vocês. - Natalie diz. - A Valen vai ficar bem, só.. olhem a menina. Por favor! - ela diz antes de sair correndo dali.

— Eu vou. - virei pra Manu. - Eu acho que to melhor que você e...

— Vamos juntas. Se eu ficar parada aqui e sozinha até ter alguma notícia, não vou aguentar.

Pov Manuela Garcia.

O aperto no meu peito estava imenso e a vontade de ter notícias da minha melhor amiga era maior ainda. Mas se tem algo que eu poderia fazer pra me distrair é, sem dúvidas, trabalhar.

A medicina é oque eu mais amo e eu sei que quando estou fazendo isso posso esquecer de tudo e dar uma escapada do mundo real.

Eu e Luiza nos trocamos rapidamente e logo fomos até onde a garota estava. Ela estava com uma interna que checava seus batimentos.

— Oi princesa, qual seu nome? - Luiza foi a primeira a se aproximar dela.

— Doutora Campos, ela chegou a poucos minutos e sem identificação. Chegou desmaiada mas acordou um tempinho antes da senhora entrar na sala, apenas escuta mas não responde. Ela tem uma ferida na cabeça, um corte no supercílio e parece desconfortável com algo na parte. Já pedi para prepararem o raio X.

— Certo senhorita Souza. Obrigada! - Luiza vira pra mim e eu vejo seus olhos cheios de lágrimas. - Eu não consigo continuar.

— Vai pra sua sala descansar, eu tomo frente. - Era óbvio que eu estava desesperada, mas precisava me manter forte.

— Tem certeza? - eu concordo. - Obrigada! - ela beija minha bochecha e sai da sala.

Eu caminhei até a maca e sorri pra garota.

Ela era linda. Por algum motivo os traços dela me lembravam a Gio. E mais uma vez naquele dia eu me peguei pensando como seria construir uma família com ela.

— Oi garotinha! - me sentei na cama ao lado dela. - Oque você acha de me contar seu nome? - silêncio. - Hm, então a senhora é uma garotinha misteriosa. Tá certo! Não é legal falar com estranhos. - Coloquei minha luva, em seguida peguei o estetoscópio e ela se interessar. - Você sabe pra que serve isso? - ela negou com a cabeça. Ótimo, já tenho um avanço. - Oque você acha de deixar a tia escutar o seu coração e em seguida você escutar o meu? - ela concordou com a cabeça.

A consulta seguiu de forma tranquila. Apesar da pequena não falar, oque no início me causou um leve medo de ser por conta do acidente, ela estava relativamente bem.

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