XXI

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Pov Valentina Albuquerque Mazzaro.

Eu odiava tudo que estava acontecendo.

Odiava ver meu filho daquele jeito, odiava ver todo mundo preocupado comigo, odiava a minha confusão. Tudo estava pessimo.

Agora eu estava sentada em uma das cadeiras do hospital com a minha família toda ao meu lado. A festa foi encerrada quando aquilo tudo aconteceu e os mais próximos vieram para o Hospital. Eu, meus pais, meu irmão, Cheryl, Toni, os gêmeos, Helo e a pequena Liz. Meus sogros tinham que voltar para São Paulo e não conseguiram vir, mas prometi que mandaria mensagem dando notícias assim que possível.

Luiza tinha ido para o exame a quase 30 minutos, desde então eu não tinha mais notícias sobre ele.

— Valentina. - sou tirada do meu mundo particular com a voz da Luiza, eu me levanto mais rápido que o flash.

— Luiza, cadê ele? Oque ele tem? - me aproximo dela e falo de forma desesperada. - fala alguma coisa!

— Você pode me acompanhar? - Luiza estava séria demais e isso me assustava.

Eu concordo e saímos dali alegando que voltaríamos logo com notícias. Caminhamos até a sala dela. Ela se senta na cadeira atrás da mesa e eu me sento de frente pra ela.

— Fala logo Luiza!

— Valen, enquanto o Nick estava fazendo o restante dos exames eu me juntei com a Manu, que também é pediatra e com a Duda que é da cirugia e nós avaliamos tudo juntas. - Luiza pega uma pasta e coloca em cima da mesa.

— E....?

— Ele está reagindo mais devagar do que esperávamos. - ela abre a pasta e coloca alguns papéis na mesa. - Vou tentar falar de um jeito que você consiga entender, sem os termos confusos da medicina. Nosso objetivo era eliminar um certo tipo de células e a nossa expectativa era de uma quantidade boa já ter sido eliminada mas parece que a porcentagem que "morre" aparece de novo em seguida.

— Luiza, vai direto ao ponto! - ela suspira.

— A químio não está fazendo o efeito que precisávamos. Nick está piorando a cada dia. - o mesmo sentimento de quando descobri a doença tomava conta do meu peito. A angústia e ansiedade brigavam para ver quem ia ficar por cima. Eu já estava chorando sem nem ao menos perceber. - Vem cá. - Luiza se levanta e abre os braços.

Eu me levanto e praticamente corro até a morena que me abraça com força, então me entrego ao choro mais uma vez.

Eu achava que iria conseguir ver meu pequeno bem e rápido, mas parece que esse dia se tornou mais distante.

Eu não sei quanto tempo fiquei ali, mas sei que se não fosse as três batidas na porta eu não teria me afastado.

— Com licença meninas. - era Manu. - O Nicolas já está no quarto.

— Vou levar a Valentina pra lá. - ela se vira pra mim. - você quer levar sua família ou prefere ficar sozinha?

— Pode chamar eles? - Luiza concorda e volta a olhar para a Manuela.

— Leva todos até o quarto. Inclusive preciso de você e da Duda também.

— Tá certo. - Manu fecha a porta e sai.

— Vamos? - Luiza diz e eu concordo. Ela se aproxima de mim e limpa as lágrimas que ainda molhavam meu rosto. - me desculpa por ter saído daquele jeito e por ter sido grossa com você. Eu fiquei nervosa e...

— Relaxa Lu. - abraço a cintura dela. - eu te entendo. Antes de irmos, eu preciso saber se tem mais alguma coisa que eu deveria saber sozinha.

— Não minha linda, as principais coisas que me envolvem eu já te contei. O resto a Duda vai te explicar melhor.

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