XIX

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Pov Luiza Campos.

Desde que a Valentina e o Nicolas foram embora, o dia parece ter ficado mais chato. Durante as horas que passaram, fiquei atendendo no PA. Pelo menos hoje estava mais tranquilo e apareceu apenas coisas fáceis, a maioria das crianças estava com sinusite ou com a garganta inflamada.

Agora finalmente já eram 18h e eu poderia ir embora. Sai da minha sala pensando no que aconteceu ali mais cedo.

O beijo que a Valentina havia me dado ecoou na minha cabeça durante o resto do dia. Os toques, os arrepios que eu sentia.... Aquela mulher estava me deixando doida das ideias.

Entro na salinha para bater meu ponto e encontro Duda já trocada e distraída com o celular.

— Vamos embora? - digo após bater meu ponto.

— Achei que você ia demorar mais. - ela levanta e pega a bolsa. Eu vou até meu armário e guardo meu jaleco ali.

— Desculpa, a última paciente queria detalhes demais. - pego minha mala e me aproximo na morena. - você chama o Uber?

— Chamo. Vamos saindo?

Concordo e nos duas começamos a seguir até a parte de fora do hospital. Era perceptível o quanto a morena do meu lado não estava bem, ela não falou nada até o momento em que abrimos a porta do apartamento.

— Vou tomar um banho e não to afim de cozinhar hoje. - Duda diz jogando a bolsa na mesa. - você pode...

— Pode deixar que eu vou pedir uma pizza pra nós duas.

— Acho que to sem fome, pode pedir só pra você. - ela sorri fraco. - Já volto!

Então ela entra para o quarto. Duda sempre foi a garota que estava sorrindo e fazendo com que os outros a sua volta sorrissem também, era muito estranho ver ela assim.

Levei minha mala até meu quarto e deito na cama. Pego meu celular para pedir a pizza mas na mesma hora o celular começa a tocar. Estranho ao ver quem era.

ligação on

— Lu?

— Giovanna?

— Tem outra pessoa salva como "branquela bunduda" no seu celular. - o contato dela estava salvo assim praticamente desde o dia que começamos a conviver.

Você tem um ponto. - nós rimos. - alguma coisa?

— Duda não te contou? - ela diz e é perceptível o desânimo em sua voz. Eu solto um suspiro e sorrio fraco mesmo sabendo que ela não vai ver.

— Eu cheguei de viagem hoje, ela apenas comentou por alto.

— Ah sim... Lu, será que você pode fazer um favor pra mim?

— Te ajudar a voltar com a Duda? Ajudo agora. - ela ri do outro lado.

— Isso não tem como ajudar Lu. - confesso que eu estava tão triste que parecia que eu havia terminado o relacionamento, não elas. - Eu esqueci uma pasta com um caso no quarto da Duda, será que você consegue pegar pra mim e deixar na portaria?

— Claro. Mas você vai vir por agora?

— Vou sair da delegacia em 30 minutos.

— Não quer fazer outro favor pra mim não?

— Diga!

— Passa naquela pizzaria que a Duda gosta e compra os sabores favoritos dela?

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