VII

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Valentina Albuquerque Mazzaro

Eu não sei por quanto tempo ficamos ali, mas sei que foi por um longo tempo quando olho pra trás e vejo a Luiza dormindo.

Ficamos abraçadas o tempo todo. Conversamos pouco porque tudo que eu queria naquele momento era ficar na minha e entender tudo que estava acontecendo, e eu agradeço muito por ela ter me respeitado nesse momento.

Não poderia deixar de reparar no quanto ela é linda. Seus traços, seu cachos e oque mais me encantou; a personalidade. Em menos de 24 horas ela me conheceu, me apoiou, me deu ombro pra chorar, deu um diagnóstico para Nicolas e me apoiou mais uma vez. Tenho certeza que a doutora encanta vários corações por aí.

— Vai ficar me olhando assim por muito tempo? - ela diz ainda de olhos fechados - vou dizer que você está apaixonada hein! - ela ri e abre os olhos me deixando com vergonha.

Nota mental: os olhos da Luiza são lindos!

— Desculpa, eu.. - tento me explicar.

— Relaxa boba, eu estava brincando. - ela deixa um beijo na minha bochecha. - vamos? Quero dar uma olhada no Nick antes de ir embora.

— Vamos. - me levanto e ela faz o mesmo, caminhamos juntas até o elevador. - Lu, sobre o Nick. Oque vai acontecer daqui pra frente? - entramos juntas.

— Valen, eu preciso estudar direito o caso dele ainda mas eu acredito que vamos ter que ir para a quimioterapia. - não queria ter escutado isso. - e se caso ele não reagir bem as sessões de químio, vamos ter que ir atrás do transplante de medula.

— Ele vai precisar ficar internado?

— Vamos fazer assim, quero começar com as sessões o mais rápido possível. Vou deixar ele em casa e vindo ao hospital uma vez na semana para a químio. Se durante esse tempo você perceber que ele está piorando, vamos ter que internar para que ele fique em observação.

Apenas concordo com a cabeça e ficamos quietas até que a porta do elevador se abre, caminhamos juntas novamente até o quarto.

Ao abrir a porta, eu e Luiza soltamos uma risada ao ver meu pai dormindo junto com o Nicolas na cama todo desajeitado e Helo no sofá toda encolhida.

— Pai. - ando até o lado da cama e encosto no braço do homem que acorda assustado. - você e a Helo precisam ir pra casa e descansar.

— Não, eu vou ficar aqui com vocês. - ele se levanta e esfrega os olhos.

— Não pai, pode ir! Ele está relativamente bem, vai ficar tudo tranquilo. Prefiro que você vá pra casa e descanse, eu te dou notícias!

— Tudo bem. - ele me abraça e deixa um beijo na minha testa. - não esqueça de ir me avisando tudo. E Luiza, posso conversar com você lá fora?

— Claro senhor. Espero o senhor lá fora. Com licença! - luiza diz saindo do quarto.

— Acorda e Heloísa pra mim? Viemos juntos do escritório e eu disse que deixaria ela em casa.

— Sim senhor! - brinco colocando a mão na testa como se fosse do exercito, nos dois rimos. Ele sai do quarto e eu me aproximo da secretária. - Helo?

Ela acorda assustada e começa a observar o lugar, oque me faz rir.

— Bom dia Helo! Confesso que nunca imaginei ver minha secretária dormindo em um sofá de hospital. - nos duas rimos enquanto ela se levanta.

— Me perdoa dona Valentina. Seu pai dormiu com o Nick e eu acabei fazendo o mesmo. Inclusive, cadê o Marcos? - ela diz observando o quarto.

— Ele foi lá fora conversar com a Luiza. Já deve estar voltando! - volto a ficar do lado da cama do Nicolas e fazer carinho nos seus cachinhos.

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