XXIII

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Pov Valentina Albuquerque Mazzaro.

Acho que agora eu entendi o porque Nick não gosta de hospital, que lugar insuportável. Já tinha duas semanas que o Nick estava internado, o mês de abril estava chegando ao fim e nós dois praticamente estamos morando nesse hospital.

Nicolas recebia visitas quase que diariamente. Meus pais, Igor, Priscila e Ricardo, Helo com a pequena Liz, Cheryl e Toni com os gêmeos sempre estavam por aqui. Além deles, Luiza, Manu e Duda ficavam mais tempo aqui do que trabalhando.

Duda se tornou extremamente próxima de nós, desenvolvemos uma amizade que pareciam ser de anos.

Sobre eu e Luiza, não tem muito oque dizer. Nós duas nos curtimos, nos beijamos e estamos juntas quase o tempo inteiro. Ela tentou inúmeras vezes conversar comigo sobre oque eu julguei ser nossa relação ou sobre o meu casamento porém eu consegui fugir de todas.

Hoje era mais um dia comum aqui, acordamos cedo e logo começaram a transfusão no Nick. Ele já nem tem mais restrição ás médicas, apenas deixa alguém vir e aplicar agulhas nele para em seguida voltar a dormir.

A manhã foi a mesma, Nick voltou a dormir e eu comecei a estudar um caso do escritório. Como eu ficava sem nada pra fazer grande parte do tempo, voltei a pegar alguns casos que tinha passado para o meu irmão.

Minha área favorita no direito era a criminalista, estar no tribunal era uma das coisas que eu mais amava no mundo, mas depois que eu virei mãe comecei a me afastar mais desses casos. Confesso que eu tinha medo de dar algo errado e isso acabar afetando a minha família. Desde que o Nick nasceu eu comecei a pegar mais casos na área familiar, na maioria do tempo eu resolvia questões de guardas, pensões e até mesmo divórcios.

O caso que eu estava revisando hoje era de uma família LGBT, uma das mulheres teve um filho com outro cara mas quem assumiu foi a atual esposa. Agora, anos depois, esse cara voltou e diz querer assumir a filha.

Estava com o notebook aberto na pasta com as falas do pai até que entra uma chamada, eu logo atendo.

ligação on

— Fala chefe!

— Qual foi Igor! - rimos. - oque manda?

— Será que você consegue vir até o escritório rapidinho? - eu faço uma careta e meu pai aparece atrás.

— Oi filha.

— Oi pai. Me diga porque eu tenho que ir até ai e porque não pode ser resolvido online.

— Nós precisamos da sua assinatura em um documento.

— Assinatura digital, nunca ouviu?

— Valentina! - Meu pai me repreendeu.

— Tá, desculpa. Mas é sério mesmo que eu não posso resolver online? Não quero deixar o Nick aqui.

— É rápido filha, eu prometo. E eu já arrumei alguém pra ficar com ele.

— Arrumou? - logo escuto duas batidas na porta, antes que eu pudesse dizer alguma coisa eu vejo a Luiza entrando ali. Nós duas sorrimos. - Oi!

— Oi! - Luiza diz e vem se aproximando de mim. Sem aparecer na câmera, faço um sinal com a mão para que Luiza me espere onde ela está.

— Luiza já chegou? - Igor diz fazendo com que eu volte a atenção pra eles.

— Chegou. Pra felicidade de vocês haja eu chego aí. Vou em casa tomar um banho rápido e já vou, pode ser?

— Pode. Até logo Valen! - meu irmão diz.

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