XXXV

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Pov Valentina Albuquerque Mazzaro.

— VOCÊS NÃO ACREDITAM! - a porta é aberta por uma Manuela animada.

— Pshiu! - eu disse apontando para o Nicolas que dormia na cama. Coloquei meu óculos na cabeça e observei a mulher.

— Desculpa desculpa. - ela fecha a porta e se joga ao meu lado. Percebi que ela segurava um envelope. - Pergunta oque é!

— Eu não, é seu trabalho. - volto a colocar meu óculos no rosto e pego meu celular.

— Se fode Valentina! - ela diz antes de abrir o envelope e pegar um papel, logo ela me entrega.

— Que isso? - eu disse ainda sem baixar o olhar.

— Tá difícil de ler?

— Cavala!

Ela riu enquanto eu abaixei minha cabeça e observei o papel na minha mão. Logo de cara vi que aquele era o exame de compatibilidade do hospital, será...

— Nós achamos a doadora do Nick. - minha amiga diz antes que eu pudesse ler o resto.

Meus olhos se encheram de lágrimas, que não demoraram a escorrer. Deixei o papel ao meu lado e tirei o óculos do rosto, deixando junto com o papel.

Assim que olhei pra minha amiga, ela já chorava.

Não tive outra reação além de me jogar por cima dela e chorar. Agora meu choro era diferente, era de alívio. Meu filho finalmente tinha chances quase certas de sair dali.

Eu e Manu ficamos um bom tempo abraçadas, o choro era o único som escutado no quarto.

— Mamãe? - a voz baixinha do pequeno foi escutada.

Me afastei da Manu e olhei para o Nicolas na cama. Ele estava com a camisola do hospital, carequinha e com o rosto inchado.

— Oi meu amor! - limpei as lágrimas que antes escorriam por ali e me levantei. Caminhei rapidamente até o garotinho e deixei um beijo na testa dele. - Tenho uma notícia incrível pra você!

— A titia Lu voltou a gostar de mim? - ele perguntou animado. Tudo que eu fiz foi soltar um sorriso triste.

A morena estava fazendo uma falta absurda na nossa vida, era impossível negar.

— Uma melhor ainda! - Manu diz ficando ao meu lado.

— Não quero então. - ele diz fechando a cara.

— Só porque eu fiquei sabendo que você tá quase saindo daqui... - Manu disse em um tom engraçado. Na mesma hora o Nicolas olha pra madrinha com o olho arregalado.

— Sair?

— Sim meu amor! - com cuidado peguei ele no colo.

— Vou poder ir no parquinho com os meus amigos e a minha namorada? - posso jurar que escutei a voz da Luiza falando "você não namora".

— Vai meu amor. E você vai levar a dinda junto? - Manu diz esticando os braços para o pequeno, que logo foi para o colo dela.

As próximas horas foram de extrema alegria.

Todos vieram nos ver; meus pais, meu irmão, Duda, Gio e até mesmo a nova peguete da Manuela que eu descobri ser colega da Giovanna na delegacia.

Agora já era noite. Eu estava sentada na cama observando o pequeno dormir.

— Valen? - a porta é aberta e eu tenho que me segurar para não revirar o olhos naquele momento.

— Resolveu aparecer? - digo me levantando.

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