19. papa sainz, i wish you knew that

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This mad, mad love makes you come rushing
Stand back where you stood
I wish you would, I wish you would

I wish you would, Taylor Swift

MARTINA FERNANDEZ

Eu estava virando na cama desde que o despertador de Carlos tocou hoje mais cedo. Entre um cochilo e outro eu escutei ele sair da cama, tomar um banho e trocar de roupa. Ainda estava sonolenta quando ele deixou a chave do carro cair no piso de taco em um baque quase surdo e, assim que ele caminhou até a porta, meu cérebro despertou completamente com a seguinte pergunta.

O que eu ia fazer sem ele aqui em casa?

Não tínhamos conversado todos os detalhes da agenda dele para essa semana em Barcelona e eu não queria descobrir sozinha o que eu deveria fazer aqui com a casa cheia da família Sainz.

Levantei no mesmo momento em que ouvi o clique da fechadura de quando ele fechou a porta. Senti o corpo meio molenga do sono, como se só o meu cérebro estivesse completamente desperto. O taco estava gelado e quando abri a porta, segundos depois, torci pra que ele já não estivesse no andar debaixo.

Chili — chamo baixo, afinal, ainda são seis da manhã.

Carlos vira o corpo como se estivesse surpreso em me ver parada no corredor. Ele usava shorts e leggings de ginástica, tênis de corrida e uma blusa de manga longa tão colada no corpo dele que eu seria capaz de indicar exatamente onde os músculos fazem curva.

— Tina, o que houve? — ele disse no mesmo tom, quase sussurrado, se aproximando de mim.

— Meu cérebro me lembrou que eu não sei qual é a sua agenda do dia e fiquei com medo de ter que descobrir no café da manhã sem você aqui — sou sincera.

Minha expressão deve ter preocupado ele, por que Carlos se aproxima e me envolve em um abraço aconchegante. Sinto o peito firme dele encontrar com o meu e mais uma vez praguejo por estar sem sutiã, por que é impossível que ele não tenha percebido isso nesse abraço tão próximo.

— Não precisa se preocupar, Blanca disse que te leva para o autódromo pra assistir os treinos livres. Todos eles vão estar lá, então dá pra você ficar com eles no lounge da Ferrari ou pode ver os treinos da garagem, você escolhe.

— Certo... — digo e deixo uma respiração profunda me inundar com o cheiro dele. — Mas ainda assim, é ruim ficar lá sem você e se eu fizer algo errado ou...

— Shh — Carlos se afasta pra me olhar nos olhos, mas ainda mantém os braços ao redor do meu ombro. — Vai dar certo, você precisa confiar em mim e não entrar em pânico.

Concordo com um aceno de cabeça e, sem que qualquer um de nós tivesse percebido, o pai de Carlos surge na ponta da escada, do outro lado do corredor.

— Carlitos — ele chama e, pela sua expressão, ele se arrepende no mesmo momento.

Sinto a saliva empacar na minha garganta com o olhar atencioso que ele dá pra nós. Carlos só deixa um beijo na minha testa e afasta os braços de mim, caminhando na direção do pai.

O meu sogro de mentirinha continua me olhando, com um sorriso no rosto agora, principalmente quando percebe que meu pijama é familiar. Ele não era bobo.

Se o seu filho traz uma garota pra casa, diz que é apenas amiga dele, convida ela para ficar durante todo o GP, dorme no mesmo quarto e na mesma cama que ela, enquanto usa as roupas dele de pijama.  Então, você o encontra no corredor, dando um abraço próximo às seis da manhã, o que mais você conclui a não ser que algo está rolando?

barcelona | carlos sainzOnde histórias criam vida. Descubra agora