All the liars are calling me one
Nobody's heard from me for months
I'm doing better than I ever was
— Call it what you want, Taylor SwiftMARTINA FERNANDEZ
O cheiro suave preencheu meu nariz assim que eu despertei, sentindo o calor do peito dele contra as minhas costas enquanto ele me abraçava. Carlos ainda dormia um sono tranquilo e dava pra perceber isso pela sua respiração pesada contra o meu pescoço.
Já tinha passado uma semana desde que chegamos a Barcelona. O primeiro dia com direito ao fatídico passeio de barco, nadar pelados e o flagra de Blanca na cozinha.
Eu achava que ia morrer de vergonha mas no fim fiquei feliz que minha cunhada de mentira identificou a marca arroxeada que deixei no pescoço de Carlos durante o nosso passeio e foi uma pequena aventura cobrir com corretivo para que os pais dele não percebessem.
Eu me sentia com dezessete anos de novo, acobertando marcas de momentos muito bons.
Os outros dias foram tranquilos, estava sendo muito bom participar das férias dos Sainz, todos os dias eram cheios de refeições juntos, risadas com as piadas do pai dele, passeios com suas irmãs, histórias de quando eles eram pequenos e um pouco mais de conversa com a matriarca da família que, até esse momento, parecia bem adaptada com a minha presença. Todo mundo estava animado com o casamento de Ana que viria dali alguns dias e isso também estava me deixando ansiosa, até por que sempre amei casamentos.
Além de tudo isso, Carlos reinventou o conceito de beijos de tirar o fôlego.
O espanhol não perdia uma oportunidade de me beijar, fosse um selinho inocente na frente dos seus pais ou quando ele me puxava pra dentro de algum cômodo no meio de uma reunião de família pra me dar um beijo, geralmente me prensando entre ele e alguma outra coisa, fosse uma parede ou um móvel.
E eu adorava esses momentos, me sentia inconsequente e livre mais uma vez. Como não me sentia a muito tempo.
Mas, apesar de sempre estarmos nos beijando ou nos abraçando, não tínhamos transado de novo desde o barco. Foi como se aquele episódio tivesse matado um desejo pontual nosso e nada mais. Óbvio que eu repetiria a dose, mas ultimamente chegamos tão cansados de passar o dia todo com os Sainz que nossa resposta era sempre um banho e um aconchego na cama.
E eu também adorava essa parte da nossa dinâmica, a forma com que nossa intimidade tenha progredido, sem virar algo completamente fora do controle.
A verdade era que nessas férias parecia que tínhamos realmente assumido nossos papéis de namorados, por que passamos vinte e quatro horas por dia juntos, não dava pra se desligar do teatro um minuto que fosse.
Pelo menos estava adiantando, todo mundo parecia estar caindo na nossa.
Carlos e Martina dois. Família Sainz zero.
*
Nesse meio tempo eu também tinha retomado a leitura e passava todo tempo que sobrava na companhia de Santiago Alatorre, principalmente pela manhã, quando Carlos sempre levantava antes de mim e passava um bom período de tempo na academia com o próprio pai. Era importante pra ele manter a forma, afinal em breve o summer break acabaria e o avião voltaria a ser o nosso meio de transporte principal entre a correria de um grand prix e outro.
Uma coisa sobre isso era fato: Ana tinha razão quando escreveu aquele bilhete pra mim a respeito do Santi. Ele é um espanhol osso duro de roer, mas que no fundo é sensível e guarda tudo pra si mesmo. É visível que ele quer ser o herói da própria história, mas está amargurado demais com tudo que foi tirado dele pra conseguir seguir em frente.
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barcelona | carlos sainz
Fiksi PenggemarCarlos não imaginava que seu maior pesadelo estava prestes a começar após ficar solteiro e finalmente começar a aproveitar a vida em todas as baladas que pudesse frequentar. A notícia que o American Express soltou no primeiro dia útil da semana após...