64. just because you're clean

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Ten months sober, I must admit
Just because you're clean don't mean you don't miss it
Clean, Taylor Swift

American Express, em nota: Quem disser que não sentiu saudade do frio na barriga, do barulho alto de ronco dos motores e do cheiro de borracha queimada que fica na pista depois de uma corrida com certeza não é um entusiasta da Fórmula 1.

Por aqui, estávamos com saudades disso mas também da interação entre os pilotos e agitos da dança das cadeiras. Porém, o que nos surpreendeu mais esse final de semana foi a chuva, que rendeu uma corrida diferente e alguns achados nos corredores do paddock.

Charles Leclerc mais uma vez ficou de fora. A Scuderia Ferrari alegou problemas técnicos no carro do monegasco, enquanto seu companheiro de equipe, Carlos Sainz, defendia o seu P5 com unhas e dentes a medida que a chuva caía no Circuito de Park Zandvoort.

Fernando Alonso também provou que quando o caos está instaurado no meio da chuva, quem tem mais experiência também sai na vantagem.

Nos bastidores nada muito significativo, mas Martina Fernandez foi vista pelos corredores do paddock em uma conversa amistosa com Esteban Ocon. O piloto da Alpine foi atencioso ao tentar emprestar sua jaqueta impermeável pra protegê-la da chuva, mas a morena recusou prontamente, enquanto seu moletom vermelho Ferrari ficava encharcado.

Um tanto quanto impressionante já que lealdade parece ser algo raro neste lugar.

CARLOS SAINZ

As palavras de Clair ficaram na minha mente por um bom tempo. Durante todo o caminho até o hotel pensei sobre isso e tenho uma vaga ideia do que ela quis dizer. Tina é muito diferente de todas as namoradas que já tive, principalmente a última.

Ela é comunicativa, sabe exatamente a hora de dizer alguma coisa, não se envolve em polêmicas, não está comigo esperando algo a mais que nunca vai vir. Mas é justamente por sermos um contrato que talvez ela dê essa impressão, sabemos que não temos que esperar nada um do outro por causa disso e, mesmo assim, ela é sempre doce e atenciosa comigo.

Desde que transamos pela primeira vez o nível da nossa intimidade subiu muito, mas não tem aquele desespero todo e apelativo do sexo. Essa era uma das coisas que eu mais gostava em nós dois, nunca ficava um clima ruim depois.

Não tinha cobrança e nunca fizemos nada sem envolvimento e consentimento total um do outro.

É claro que Clair iria querer que a gente se apaixonasse, apesar dela ser durona, minha relações públicas tem um coração mole que jamais resistiria a uma possível história de amor. Do contrário, por que é que ela teria insistido tanto para que respondessemos as 36 perguntas para se apaixonar?

Assim que chego no nosso quarto de hotel, não me surpreendo ao ver Martina enrolada nas cobertas, já dormindo. Me aproximo devagar para checar como ela está, assim como Clair tinha ordenado.

Sento na beirada da cama e observo ela respirar. Um sono tranquilo, uma respiração suave, mas algo na expressão dela não me agrada. Levo uma das mãos à sua testa assim como minha mãe fazia quando achava que podíamos estar com febre. Martina não parece febril, mas também não parece saudável.

Me inclino para deixar um beijo suave na sua testa que ela responde se ajeitando embaixo das cobertas devagar.

Vou dormir na cama do outro lado do quarto um pouco contrariado, por que uma parte de mim sempre pensa que a cama parece vazia sem ela pra me abraçar. Principalmente agora que parece que tudo o que ela precisa é alguém em quem se aconchegar até tudo isso passar.

barcelona | carlos sainzOnde histórias criam vida. Descubra agora