And then you say
I want you for worse or for better— How you get the girl, Taylor Swift
MARTINA FERNANDEZ
Deve fazer pelo menos uns dois dias que não vejo Carlos direito. Apesar de estarmos dormindo no mesmo quarto e na mesma cama, as interações entre nós se resumem a um almoço ao longo do dia e algumas palavras quando ele chega a noite, isso que na noite passada eu já estava dormindo quando ele chegou.
Aproveitei esse tempo para engatar na leitura e estou quase acabando o segundo livro da série, me sentindo completamente apaixonada pelo Liam, o piloto alemão que é um dos protagonistas dessa história. Eu estava com muita saudade de uma leitura que me fizesse ficar obcecada e apaixonada pelos personagens, querendo viver um amor igual ao deles: carinhoso e picante ao mesmo tempo.
Me assusto quando a porta se abre de uma vez e Carlos aparece por ela com uma cara de cansado que fazia tempos que eu não via nele. Seu olhar se cruza com o meu e ele dá um sorriso discreto, repuxando um pouco os lábios, mas sem mostrar os dentes.
— Meu Deus, parece que você foi atropelado por um caminhão — digo em um tom bem humorado e isso faz ele rir.
— Os treinos livres de hoje me pegaram — ele resmunga, fechando a porta e jogando a sua mochila na poltrona do outro lado do quarto. — Ruperto tentou dar um jeito nas minhas costas mas ainda está doendo. Não sei o que aconteceu...
Ele parece realmente com dor, observando agora, e se Rupert não tinha conseguido aliviar totalmente, isso era um pouco preocupante já que eles se conheciam e trabalhavam juntos há muito tempo. Não tinha nada que o preparador físico do time 55 não fosse capaz de resolver.
— Toma um banho, vou separar um analgésico pra você tomar e depois, se quiser — quando vejo as palavras já estão saindo da minha boca sem filtro algum —, te faço uma massagem nas costas. Não vai ser milagroso igual a do Rupert, mas quem sabe...
Ele puxa a camiseta da Ferrari que usava e consigo ver sua expressão de agradecimento, junto com o abdome liso e definido dele.
— Nossa, obrigado, Tina — ele diz em um tom neutro. — Vai ser realmente muito bom.
Enquanto Carlos toma seu banho, eu procuro um hidratante na minha mala, deixando-o em cima da cama para quando ele voltasse. Pego o livro e retomo a leitura enquanto espero por ele.
Assim que ele abre a porta do banheiro, o quarto todo é inundado pelo seu perfume, um cheiro amadeirado mas ao mesmo tempo suave como a brisa do oceano, se é que isso era realmente possível.
Isso trouxe de volta à minha mente quando estávamos em Barcelona e também dividimos a cama juntos. Eu me senti tão abraçada pelo perfume dele como se tivesse passado a noite dormindo nos seus braços e não apenas no mesmo lugar onde ele estava deitado antes de eu pedir pra trocarmos de lugar na cama.
Lembranças. Só isso. Lembranças.
Carlos surge pela porta vestido em uma samba canção branca que é curta o suficiente pra não ser uma bermuda e comprida o suficiente pra não ser uma cueca. Noto os pelos finos que descem pelo seu abdome e devem se encontrar em algum lugar na virilha mas afasto o pensamento antes que uma imagem com potencial perturbador se forme na minha cabeça.
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barcelona | carlos sainz
Fiksi PenggemarCarlos não imaginava que seu maior pesadelo estava prestes a começar após ficar solteiro e finalmente começar a aproveitar a vida em todas as baladas que pudesse frequentar. A notícia que o American Express soltou no primeiro dia útil da semana após...