These hands had to let it go free, and
This love came back to me— This Love, Taylor Swift
CARLOS SAINZ
Levo as mãos para ajeitar o meu cabelo enquanto me preparo para a proxima pergunta.
— Falando em mães, como você se sente sobre o seu relacionamento com a sua mãe? — mudo de assunto, amenizando novamente o clima.
Escuto um suspiro sair dos lábios dela e uma espécie de pesar descansar em seus ombros. Martina nunca fala da própria família e confesso que eu mesmo pareço um pouco desinteressado sobre esse aspecto, mas quando reli a lista de perguntas, me peguei pensando que queria saber mais dela, mais sobre a sua história e como foi crescer na casa de Roma que ela tanto queria proteger com esse acordo.
— Minha mãe sempre foi o meu porto seguro, ela sempre me protegeu em casa e lutou para que eu pudesse estar onde estou hoje — Tina diz e brinca com uma das peças nas mãos, sem me olhar. — Nossa relação piorou um pouco depois de todas as coisas que o meu pai fez, mas hoje eu percebo que toda a reação dela tinha um objetivo muito específico: distraí-lo, tirar o foco de mim. Ela se manteve do lado dele, para que eu pudesse estar livre e viver a vida do meu jeito. Por que não tínhamos como sair ilesas de tudo o que ele nos causou. Jogar uma vida tão confortável no lixo dessa forma foi terrível. O egoísmo do meu pai nos custou muita coisa, Chili, mas já fiz as pazes com a minha mãe nesse aspecto. O objetivo de manter a casa de Roma é que ela possa ter um lugar com tantas memórias boas pra chamar de seu... dividimos tantas coisas boas lá e eu não queria que isso se perdesse.
Posso estar maluco, mas dava pra jurar que os olhos dela estavam marejados depois de me contar isso. Empurro a cadeira pra mais perto dela e passo um dos braços pelo seu ombro, em um abraço desajeitado. Quando encosta a cabeça na minha, Martina apoia uma das mãos no meu joelho e com um apertão suave sinto ela me agradecer por esse contato. Deixo um beijo na sua têmpora e começo a pensar na minha própria mãe.
Reyes.
A mulher do grande campeão Carlos Sainz que criou seus três filhos em uma casa grande em Barcelona. A mesma mulher que me ensinou a respeitar minhas irmãs e se aborreceu com a publicidade negativa que eu mesmo produzia contra mim quando o assunto era escândalos amorosos. Chegamos a ter discussões extensas sobre a minha educação e, justamente por ser quem me colocava limites, eu sentia que não tinha uma relação tão boa com ela, na verdade, não tão boa quanto a que tinha com meu pai.
Com o passar dos anos, nos aproximamos mais, mas eu sabia que era um pesadelo toda vez que eu arrumava uma namorada nova e via isso nos olhos dela quando ela prestava atenção demais em Martina.
Uma dualidade em conflito.
Uma mistura de desconfiança com vontade de conhecê-la mais.
No fundo, minha mãe também queria que eu encontrasse um porto seguro, devia ser o sonho dela me ver completamente apaixonado por algo que não tivesse quatro rodas e alcançasse a velocidade de 100 km/h em 2 segundos.
— Queria ser mais próximo da minha mãe — desabafo. — Na verdade, queria que ela só não achasse que eu amo meu pai muito mais do que a amo. Sei que minhas atitudes ao longo de todos esses anos colaboraram para que ficássemos mais distantes, mas é que... não sei se ia ter outro jeito se não esse. Ela fez um trabalho incrível comigo e com as minhas irmãs. E sei que eu a decepcionei em muitas atitudes que eu tive quanto homem e preciso melhorar isso, a vida não é só se render ao tesão, afinal...
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barcelona | carlos sainz
FanfictionCarlos não imaginava que seu maior pesadelo estava prestes a começar após ficar solteiro e finalmente começar a aproveitar a vida em todas as baladas que pudesse frequentar. A notícia que o American Express soltou no primeiro dia útil da semana após...