Eis aqui mais uma página. Eis aqui porque hoje mesmo li Eis Tudo, de Antônio Maria. Eu ficaria surpreso com a qualidade de Eis Tudo, isto se Eis Tudo não houvesse sido escrito por Antônio Maria, é claro. Tentaremos outra vez mais. Da minha parte, resta apenas a promessa de que irei tentar organizar as palavras como nunca houvera organizado antes. – O que não deverá ser de todo ruim, mas que com certeza não será de todo bom. Resta apenas a promessa de tentar organizar de melhor maneira e de alguma boa avalia as palavras. – Eis aqui a promessa.
Eis aqui mais uma. Faço isso pela minha saúde mental, não faço por achar que sou bom com as palavras ou por achar que alguém irá gostar do que escrevo. Ora escrevo bem, ora escrevo mal, a depender da ocasião. Neste momento, trago à ponta do lápis, ou à ponta de meus dedos no teclado, somente a verdade: não tenho muitas palavras à mente na ocasião do presente momento, e para trazer a completa e singela exatidão da sinceridade ao leitor, não tenho tido muito sobre o que falar, nem sobre o que inventar. Eis aqui mais uma. – Esta parece ser diferente.
Sem pássaros, sem o nascer do sol, sem o nascer da noite, sem as músicas da minha playlist no spotify, sem acontecimentos de muita valia do meu atual cotidiano ou do meu cotidiano passado, sem resenhas sobre algum filme ou algo do tipo. Eis aqui mais uma singela página.
Ainda escrevo crônica na esperança de que um dia isso fique bom, sem o objetivo de fazê-lo, é claro. Hoje reservo-me apenas à esperança, tenho esperança de que um dia isso fique bom, tenho a esperança de fazer aquilo outro ficar bom... – Isto, por vezes, soa quase que como cortar cigarros para que fume menos. Soa quase que como deixar de vestir blusa de frio ao frio, para que se acostume ao frio e para que não o sinta tão forte quando ele vier, qual o sentido? – Você continuará fumando e você continuará sentindo frio. Ora esperança, ora objetivo, à medida que trocar somente as palavras não pareça mudar nada, ou não mudar algo, como preferir.
Rechaço, porém, que as coisas não tem dado tão certo para mim ultimamente, e tenho começado a pensar e admitir que talvez todas as coisas que não tenham dado certo até aqui, também não tenham dado certo por terem tido muito expectativa da minha parte com elas, por terem tido objetivo tão idolatrado por mim. – Mas afinal de contas, o que é dar certo?
Quereria eu viver como um gato e suas gatices, como bem retrata Clóvis de Barros Filho em Epaminondas...Quereria eu viver como um pássaro livre ao... – Espera, essa crônica não é uma crônica sobre pássaros.
Quereria eu ser estoico ao ponto de ter sobre a minha cabeceira o livro Meditações, de Marco Aurélio. Quereria eu ser estoico ao ponto de ter Marco Aurélio sobre a minha cabeceira e sequer precisar ler algo do livro para trazer de volta minha estoicidade quando ela se esvair por conta dos momentos de destempero da vida. Quereria eu ser estoico, e quando pensar e cogitar que esteja sendo pouco estoico, ser estoico e entender que não consigo ser estoico por todo o tempo.