CAPÍTULO 21

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Acordei bem lentamente, quase que meus olhos não se abrem. Só acordei porque alguém estava batendo na minha porta freneticamente.

Levantei e fui olhar no olho mágico. Era nosso tecladista Júlio.

— Julinho, que bom ver você! — fui até ele e abracei o mesmo.

— Também é bom ver você! Desculpa se eu te acordei, é que eu preciso de ajudar, e pensei logo em você pra me ajudar...— ele falou, rindo sem graça.

— Sem problemas! Vem vamos entrar. — passei meu braço pelos braços de Júlio e guiei ele até a sala. — Pra que você precisa da minha ajuda?

— Eu queria pintar meu cabelo, mas a Paula tava muito ocupada pra me ajudar.

— Você trouxe a tinta? — ele levantou uma sacolinha, onde tinha tudo que precisava. — Seja bem vindo ao salão da Maia! — peguei a sacola e girei com a mesma, parando em uma pose engraçada.

Peguei os produtos e fui até a cozinha procurar algum pote que minha avó não usava mais. Sempre Júlio estava acompanhando cada processo que eu estava fazendo.

Coloquei todos os produtos em um pote de margarina que minha avó tinha guardado, de acordo como estava no papel que veio junto.

Estava ficando um cheiro bem forte e nada saudável para os pulmões, foi presciso até Júlio abrir as janelas da cozinha pra entrar mais vento.

— Onde tá a sua avó, Helena? — Júlio perguntou enquanto se sentava.

— Ela saiu. Não sei pra onde minha velhinha foi. — respondi, remexendo aqueles produtos.

— Você vai tacar tudo isso no meu cabelo?

— Essa é a ideia, né.

Coloquei uma luva que tinha junto do produto e pedi para Júlio se ajeitar na cadeira.

— Não acha melhor a gente ir lá pra fora? Possa ser que a gente passe mal com o cheiro disso.

— Boa ideia. — falei indo pegar as chaves para abrir a porta de fava acesso aos fundos da casa.

Eu e Júlio pegamos umas cadeiras e sentamos do lado de fora de casa, bem nos fundos. Estava um dia ensolarado e com um vento delicioso, iria ajudar a gente com o cheiro forte vindo da tinta.

Primeiramente eu passei o descolorante, sempre com muito cuidado para não cair em partes de poderiam arder, como os olhos. Era um tanto engraçado ver Júlio alertando a borda da bermuda dele, receoso.

— É a primeira vez que você pinta o cabelo? — perguntei, passando mais descolorante no pincel.

— Sim... To um pouco nervoso. — ele riu.

— Relaxa, Julinho, vou acabar tão rápido que você nem vai perceber o tempo passar.

Terminei de passar o descolorante e sentei na frente de Júlio, aproveitando pra gente conversar um pouco. Logo quando a gente se conheceu eu e Júlio éramos bastante próximos, ele sempre estava na minha casa tomando café com a minha avó, mas devido aos projetos da banda e ele estar se dedicando na faculdade dele também, acabamos parando de nos ver com frequência.

— Agora da pra passar a tinta. — falei passando as mãos pelo cabelo dele.

Peguei a tinta vermelha que ele tinha trago e comecei a passar no cabelo de Júlio.

— Será que vai ficar bom? — ele perguntou com a voz baixa.

— Claro que vai! Você fica lindo de qualquer jeito. — falei apertando a bochecha dele.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora