CAPÍTULO 32

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Medo, era isso que eu estava sentindo. Um medo indescritível.

— Você tem certeza que essa carta é do seu pai, filha? — minha avó perguntou, segurando meus ombros.

— A mensagem, vovó. Ele deixa claro que é ele!

Resumindo, no dia seguinte, depois daquela noite maravilhosa de filmes, eu recebi um bilhete pela manhã, ou melhor, uma carta.

Querida, ou não tão querida. Estava com saudades de mim? ah, eu também estou morrendo de saudades de você, nossa despedida não foi uma das melhores, não é mesmo? mal posso esperar para abraçar você de novo e ter você em meus braços novamente. prometo que logo a gente vai se encontrar de novo, ok? não se preocupe, sempre estarei observando e cuidando de você, mesmo que de longe...
logo eu e você podemos ir ver a mamãe, que tal?

ass: você sabe, sempre soube.

Amassei a carta com todas as forças que eu tinha.

— Filha, não faça isso! Possa ser que está carta seja uma prova de uma ameaça. — minha avó pegou a carta das minhas mãos e alinhou novamente.

— Eu não posso acreditar que ele homem quer voltar de novo, depois de tantos anos, pra atormentar a minha vida. — suspirei e sentai na cadeira, ao lado de vovó.

— Problemas mal resolvidos do passado sempre voltam, filha.

Não consegui formular uma resposta para minha avó, minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Desejei voltar novamente para a noite anterior, mesmo sabendo que era impossível.

— Eu preciso de ar. — levantei bruscamente, assustando minha avó.

Depositei um beijo em sua testa e sai, sem rumo.

Andei pelas ruas da grande guarulhos, sem destino é muito menos sabendo o que eu estava fazendo.

Talvez aquela não foi a melhor escolha a se fazer, pois parecia que eu está a sendo observada a cada passo, estava me sentindo perseguida.

— Opa, desculpa. — falei ao esbarrar em alguém.

— Helena? o que faz aqui sozinha? — senti meu coração se acalmar ao ouvir a voz de Júlio.

— Julinho, que bom que eu encontrei você. — suspirei, tocando em seus ombros.

— Você... tava me procurando?

— Bom... talvez? eu não sei, mas o importante é que eu te achei. O que você tava fazendo? — perguntei.

— Tava comprando algumas coisas pra casa, pra minha irmã e... Um presente pra minha namorada. — ok, agora eu estava com os olhos arregalados.

— Namo... Namorada? — perguntei.

— Eu ia apresentar pra vocês no próximo show, ia ser uma surpresa. — coloquei as mãos na boca.

— Me desculpa, estraguei a surpresa. — acabei rindo com a minha reação exagerada, fazendo Júlio rir também.

— Ah, sem problemas. Você quer conhecer ela? — ele perguntou, apoiando aquele monte de sacolas que ele carregava no chão e chamando um táxi.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora