CAPÍTULO 12

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Senti pequenas mãos passearem pelo meu rosto. Eu sabia que era a cacheada mais linda desse mundo.

— Titi... — Lorena falou, com sua voz de neném.

Abri meus olhos lentamente, e logo pude ver Lorena em pé, na frente da minha cama. Sei vestido florido rodado e seu laço preto fazem com que a pequena fique ainda mais linda.

— Bom dia, minha princesa — peguei ela no como, a puxando para deitar comigo.

A menina caiu a gargalhada e me abraçou. Lorena sempre foi muito carinhosa, aprendeu com a tia.

— Lorena? — Érica, a mãe de Lorena, entrou no quarto procurando por ela.

— Ela tá aqui — sorri para Érica, que veio em nossa direção e sentou na ponta da cama.

— Sua sapequinha — Érica abraçou a filha.

— Como estão indo as coisas? — perguntei 'pra ela, enquanto sentava na cama e arrumava meu cabelo, que estava todo embaraçado.

— Sendo sincera, ta um pouco difícil — falou enquanto arrumava o laço da filha — O Mateus anda meio... Distante, talvez. Ele quase não tem tempo 'pra gente, sempre fala que anda ocupado com o trabalho.

— Eu vou conversar com ele. Ele pode ser meio cabeça oca as vezes — dei uma abraço nela e levantei, indo para o banheiro escovar os dentes.

Quando sai fui direto para cozinha, onde estavam todos tomando café.

— Eai, cabeça oca — dei um tapa na cabeça de Mateus.

— Qual foi — ele passou a mão onde eu havia batido.

— Bom dia, minha rainha — beijei a bochecha da minha avó.

— Bom dia, filha — ela sorriu, cortando um pedaço de bolo e colocando em um pratinho.

— Quais as novidades, família? — perguntei colocando café na xícara.

— Eu consegui um emprego em uma pizzaria — Érica sorriu, enquanto amamentava Lorena.

— Que ótima notícia! — minha vó falou animada.

— Sim, porém eu não vou poder passar tanto tempo com a Lolo, e eu queria tanto aproveitar mais com ela — Érica disse meio triste.

— Pode deixar, que se você quiser que eu fique com ela, eu fico — falei tomando café — Eu só trabalho três dias na semana, então ta 'pra cuidar dela alguns dias.

— Eu agradeço muito, Helena — Érica disse sorridente.

A família tomou o café normalmente. Mas algo que eu estranhei foi Mateus estar tão calado, geralmente ele falava ate pelos olhos. Talvez ele estivesse doente?

Depois que terminamos nosso cafe, Mateus foi brincar com Lorena e Érica foi a ajudar minha avó com as coisas da casa, assim como eu.

Eu fiquei responsável por limpar o banheiro. Eu com certeza iria correr o risco de morrer intoxicada pelas misturas de produtos que eu fazia quando ia lavar o banheiro.

— Que eu sobreviva, amém — falei adentrando o banheiro.

Comecei removendo algumas coisas que estavam ali, depois joguei água por tudo, e claro que eu escorreguei a cada segundo. Meu corpo já estava dolorido.

Peguei um balde e joguei todos os tipos de produtos que tinha ali, fazendo minha mistura mágica. Estava tão forte que eu tive que colocar um pano no rosto. Estava me sentindo em Chernobyl.

— Helena, que cheiro forte é esse? — minha avó apareceu na frente do banheiro.

— Poção mágica vovó — falei esfregando o box do banheiro.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora