CAPÍTULO 11

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(1995), seis anos depois.

Seis anos se passaram, passou tão rápido, mas deixou tantas memórias, de ensaios, shows, conversas paralelas, resenhas aleatórias. Esses anos ao lado dos cinco meninos foram simplesmente os melhores três anos da minha vida, com sentimentos que a muito tempo eu não sentia.

Depois que eu aceitei fazer parte da banda Utopia, minha vida sofreu algumas mudanças, boas. Comecei a frequentar mais a casa dos irmãos reoli, e bom, por mais que eu já frequentasse antes, agora já tinha se tornado meio que um hábito, tanto que eu ia as vezes sem ao menos os irmãos estarem lá ou sem ter ensaios, apenas para jogar conversa fora com Sueli, ver seu Ito trabalhando em algo ou pintar quadros e fazer desenhos junto com a dona Nena, mae dos meninos.

Minha avó, finalmente tinha conseguido sair do hospital, ainda estava recebendo acompanhamento médio, mas já estava em casa e era isso que importava. Ela já não estava mais com toda aquela energia de passar o dia fazendo as coisas em casa, mas eu agradeço por ela ainda ter continuado com suas mãos de fadas e ainda fazer aquelas comidas deliciosas.

Falando em avó, a minha conheceu os cinco meninos em um almoço, proposto por ela mesmo, já que ela estava bastante curiosa 'pra conhecer meus novos amigos. Esse dia foi simplesmente inesquecível.

O almoço foi simples, apenas com minha vó, eu e os cinco garotos, que fizeram sua bagunça como sempre. Mas o melhor, foi ver minha avó dando risadas genuínas com as palhaçadas dos garotos.

Desde então, se tornou comum Dinho aparacer na minha casa sem avisar, apenas 'pra tomar café da tarde com minha avó, ou Bento vir 'pra cá e passar o dia tocando guitarra comigo, ou Samuel vir também e passarmos o dia jogando videogame ou desenhando, e também tem o Júlio, que vem quase todo dia bordar com a minha vó e se balançar com ela na cadeira de balanço. Mas a pergunta é, quem é Júlio? Ele foi o integrante mais recente que entrou na banda, como tecladista, graças a Dinho. Julio é um amor de pessoa e eu sempre desabafo com ele, pois ele é capaz de me dar os melhores conselhos.

E Sérgio, nosso amado Sérgio Reoli. Eu e ele ainda não tínhamos nada oficialmente, mas não podíamos negar que estava rolando alguma coisa entre nós dois. Eu e ele tinhamos o costume de ir ver o por do sol na praia, e sempre estávamos conversando sobre tudo. Nós estávamos tão próximos, que as vezes ele até ia almoçar na minha casa, junto com a minha vó, que por sinal amou ele.

Mas nessa parte de não termos nada "oficialmente", foi meio que uma escolha minha e dele, mesmo gostando um do outro, a gente gostava daquele frio na barrigada que sentíamos quando um ia ver o outro, e também, tínhamos medo de algumas pessoas - vulgo fãs da banda que tinham uma paixão no Sérgio - acabassem estragando tudo aquilo que eu e ele temos.

Mas até ai, tudo estava ocorrendo tranquilamente. Eventos semanais da banda, ensaios pela tarde, trabalho, coisas do cotidiano. Eu até consegui um trabalho em uma loja que vendia discos e algumas perucas, pena que era um pouco falida.

— A gente vai ou não vai ensaiar? — Samuel perguntou impaciente, enquanto eu fazia carinho em seu cabelo.

O carinho que eu tenho por Samuel não pode ser descrito com palavras, ele é um menino de ouro. Minha relação é pura irmandade; Samuel é o irmão mais novo que eu não tive, mas agora tenho.

— Tudo culpa do Dinho, ele sempre chega atrasado — Bento falou brincando com seu Io Io

— Quem fala de mim? — Dinho apareceu na porta, surgindo do além

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora