Acordei com uma dor de cabeça quase que insuportável. Talvez Sérgio estivesse certo quando disse que eu poderia adoecer no dia seguinte.
Levantei com um pouco de dificuldade por conta da dor de cabeça. Fui até o armário da cozinha e peguei algum remédio que estivesse ali, geralmente minha vó tinha muitos remédios para todo tipo de dor, mas eu não era nenhum pouco boa com coisas que envolviam remédio, ela que me ajudava em qualquer situação que envolviam remédios.
Após ficar uns minutos sentada apenas olhando para o nada, levantei e fui tomar um banho gelado. Mesmo odiando banhos gelados, uma das coisas que minha vó me ensinou foi que banhos gelados podem te ajudar quando você está com febre, e bom, é melhor prevenir do que remediar.
Fiquei uns cinco minutos embaixo da água gelada, me tremendo e me condenando por ser teimosa, claro.
— Da próxima vez eu te escuto, Sérgio — falei me enrolando na toalha. Acabei sentindo um leve incômodo na garganta.
Já de banho tomado e roupa trocada, preparei meu café, enquanto eu decidia se iria ver minha vó, ou se ficava o dia de cama, para eu me recuperar mais rápido. Claro que eu escolhi ir ver minha avó.
Terminei meu café mas nem me preocupei de lavar a louça que tinha sujado, eu estava com pressa 'pra ir ver minha avó.
Vesti outra roupa, uma mais apresentável para a sociedade. Sai de casa e tranquei tudo, sai andando a caminho do hospital com a esperança de aparecer algum moto táxi por ali, pois se não eu teria que dar uma boa pernada até o hospital. E como eu sou muito sortuda, não apareceu nenhum. Então obviamente eu não tive escolhas a não ser ir a pé para o hospital. É bom que se passava mal com falta de ar eu já estaria no hospital.
Demorou cerca de vinte minutos até eu chegar no hospital.
— O sedentarismo ainda vai me matar — falei apoiando os braços nos joelhos.
Após minha respiração de normalizar, adentrei o hospital e fui ate a recepção.
— Bom dia, eu gostaria de visitar Cecilia Maia, por favor — tentei ser simpática com a recepcionista, que parecia estar atacada hoje
— Só seguir reto, na sala sete — ele indicou um corredor
— Obrigada — sorri para a moça e segui por onde ela havia indicado.
O cheiro de remédios e álcool era tão forte que chegou a me dar náuseas.
Assim que cheguei em frente do quarto sete, dei leves batidas na porta. Minutos se passaram até uma moça abrir.
— Visitante? — ela pergunta
Não, sou a paciente. Que pergunta.
— Sim, sou a neta da dona Cecilia.
— Você tem dez minutos de visita, ok? — a moça pegou uma prancheta — Qual seu nome? Completo por favor.
— Helena Maia Albuquerque — única coisa boa que meu pai tinha me dado era o sobre nome, tirando isso...
— Certo, aproveite — a enfermeira saiu do quarto e eu pude finalmente adentrar ali
— Vovó...— me aproximei da cama onde ela estava, dormindo
Sentei lentamente ao seu lado, com medo de que ela acordasse.
— Eu sinto muito não ter vindo te visitar antes, meu amor...— fiz um leve carinho em seus cabelos grisalhos
— Filha? — ela abriu lentamente os olhos, sorrindo para mim. Não pude conter as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos. Não era nenhum pouco fácil ve-la naquela situação, em uma cama de hospital. Ela estava tão saudável, tão sorridente, tão feliz.
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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoli
Fanfiction𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐢𝐚 𝐀𝐥𝐛𝐮𝐪𝐮𝐞𝐫𝐪𝐮𝐞, apenas mais uma moradora comum da cidade de Guarulhos. Mas, em 1989, foi o ano em que sua vida avançou mais um degrau, depois de conhecer cinco meninos, que assim como ela, sonhavam em ganhar a vida e o...