Lavava meus cabelos lentamente, sentindo cada gotícula do shampoo limpava meu couro cabeludo.
Enquanto estava tirando o shampoo do cabelo, ouvi alguém me chamar na porta do banheiro. Era Valéria.
— Pode falar. — falei alto suficiente para ela ouvir, enquanto desligava o chuveiro.
— O Dinho me chamou para ir até a casa dos irmãos Reoli. Eu estou indo com ele, tudo bem pra você? — ela falou na mesma intonação que eu.
— Claro, sem problemas!
Em seguida, não ouvi mais nada, apenas a porta da frente se fechando. Eu estava definitivamente sozinha... Ou pelo menos era isso que eu achava.
Sai do banheiro enrolada na toalha e com outra toalha menor eu estava secando meus cabelos bastante úmidos.
Estava me direcionando para meu quarto, porém, ao passar pela sala, me deparei com uma imagem que fez meu coração parar por segundos, que pareceram horas.
Era ele, meu pai, estava sentado no sofá, virado de costas para mim, mas parecia estar rindo.
— O que...— as palavras mal conseguiam deixar a minha boca, meu peito subia e descia rapidamente devido a minha respiração descontrolada.
— Papai voltou, filhinha... — ele foi virando lentamente para mim, enquanto ria descontroladamente.
A cada segundo que ele se virava, conseguia ver como seu rosto estava coberto de sangue, sujando tudo ao redor de si.
— Se eu for pro inferno, tenho que te levar junto...— ele cessou a risada, abaixando lentamente a cabeça.
passou-se uns minutos, ele continuava de cabeça baixa, parecia estar chorando. Mas eu não estava conseguindo processar nada... Aquele era realmente real?
— Sabe por quê? — ele levantou seu olhar, me encarando com um olhar sombrio. — Porque a sua mamãe eu já levei!!
Ele pareceu vir para cima de mim, correndo. Minha única reação foi gritar e colocar meus braços em frente ao corpo, como uma forma de defesa.
Senti um forte impacto e cai sentada no chão da sala. Comecei a tremer descontroladamente e lágrimas incessantes molhavam minha bochecha.
Fiquei por um tempo com a cabeça baixa, esperando algum tipo de toque daquele monstro, mas eu não senti nada, absolutamente nada.
Levantei a cabeça lentamente, mesmo com medo.
Não havia nada e nem ninguém em minha frente. Me assustei com o vento uivante que fez a cortina balançar, dando a impressão que alguém acabara de sair dali.
Ainda sentada no chão, fiquei paralisada por alguns minutos, encarando o nada.
Parecia tão real...
Acho que eu realmente devo estar ficando louca.
Estava tão distraída que apenas voltei para a realidade ao ouvir alguem batendo na porta. O que fez meu coração errar uma batida junto.
Sim, eu estava morrendo de medo que fosse meu pai naquela porta. Mas ele é tão... Monstruoso, que nem se daria ao trabalho de bater na porta.
Levantei lentamente, um pouco sem forças por conta do susto, caminhei até a porta lentamente, arrumando minha toalha.
— Sérgio? — perguntei com a porta entreaberta, vendo o moreno minha frente.
— Oi, eu vim ver como você tá. — ele sorriu, amigavelmente.
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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoli
Fiksi Penggemar𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐢𝐚 𝐀𝐥𝐛𝐮𝐪𝐮𝐞𝐫𝐪𝐮𝐞, apenas mais uma moradora comum da cidade de Guarulhos. Mas, em 1989, foi o ano em que sua vida avançou mais um degrau, depois de conhecer cinco meninos, que assim como ela, sonhavam em ganhar a vida e o...