CAPÍTULO 28

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— Porra! — garanto que Valéria soltou todo seu ódio nessa palavra.

Eu já estava começando a ficar mais calma, bebendo um pouco de água e comendo alguns salgados que Aninha tinha conseguido pra gente comer.

Eu ainda estava sentada no sofá, comendo um salgado enquanto observava Valéria andar de um lado pro outro, xingando aquele mostro de todos os nomes possíveis.

— A gente tem que dar um jeito de mandar esse verme pra cadeia de novo. — Valéria sentou-se na cadeira novamente.

— eu não sei como ele foi solto, estava que ele ficasse na cadeia até morrer. — comentei.

— Talvez alguém tenha soltado ele? — Aninha sugeriu.

— Não... eu não conheço ninguém que seria capaz de soltar ele, ainda mais depois de tudo que ele fez.

Ou teria alguém...?

— Acho que ninguém em sã consciência faria isso. — Valéria deu um gole na água e pegou um salgado, ficando mais calma.

— E ai pitchulas! — Dinho entrou na sala com sua animação de sempre.

— O que rolou no palco, Helena? — Bento perguntou, sentando ao lado de Aninha.

— É...

— Acho que não estamos no momento e muito menos no local adequado pra conversar sobre isso. — Valéria me interrompeu.

— Você tá bem? — Sérgio perguntou, chegando por trás do sofá.

— se eu falar que sim, eu claramente estarei mentindo pra você. — segurei suas mãos.

Sérgio se sentou ao meu lado, aproveitei para apoiar minha cabeça em seu ombro. Mesmo ele estando muito suado, não liguei para esse pequeno detalhe.

O restante dos meninos foram comer, junto com as meninas. Sérgio optou por ficar ali comigo, apenas beliscando alguns salgados que restaram.

— Acho que finalmente estou pronta pra conversar com você. — falei após um tempo em silêncio.

— Certeza? — o moreno me olhou.

— Absoluta. Mas não agora, quando a gente chegar em casa.

Provavelmente Valéria e Aninha tinham avisado os meninos para que não perguntassem sobre o que aconteceu naquele show. Elas também não se deram ao trabalho de perguntar o que havia me causado tanto gatilhos assim. Se Valéria soubesse que aquele homem estava na plateia...

— Quer comer mais alguma coisa? To faminto. — Sérgio perguntou depois de me dar um selinho.

— Não, eu to bem. Acho melhor você ir comer antes que eles devore  tudo. — tentei dar meu melhor sorriso.

Sérgio saiu para ir comer, aproveitei para ir pegar minha mochila e ver como estava as minhas condições físicas, porque mentais eu acho que já nem existiam mais.

Peguei um espelho médio e me observei. Não presciso nem dizer o quão horrível eu estava. Meu rímel estava totalmente borrado nos cantos, mas por conta da minha franja não deu para ver a situação precária que estava.

— Eu presciso de um banho. — choraminguei.

Para não ficar sozinha naquela sala, tentei melhorar meu estado e fui até onde os meninos estavam comendo. Aquele lugar estava uma completa bagunça, apenas Sérgio e Júlio, junto com as meninas, estavam sentados comendo normalmente. Quanto aos outros três...

— Não vale! A ervilha pegou no meu olho. — Samuel gritou.

— Ninguém mandou não desviar. — Bento gritou de volta, jogando mais ervilhas em Samuel e Dinho.

— Se me acertarem eu vou jogar bolo em vocês. — Dinho correu, se escondendo atrás de Valéria, que rapidamente colocou sua bolsa na frente.

— Não me põe nessa, Dinho! — a loira praticamente gritou.

— Olha a bomba! — Samuel correu até Bento com um prato cheio de chantilly de bolo.

Não presciso dizer que aquilo sujou os dois de uma forma terrível, porém muito engraçada, conseguindo arrancar uma boa risada minha.

— Vocês são demais. — Aninha riu, ajudando o namorado a se limpar.

— Injusto, eu não tenho uma namorada pra me limpar assim. — Samuel se sentou em uma cadeira, emburrado.

— Aham, até parece que não tá babando pela neta da dona Juliana e do seu Igor. — Bento zoou.

— Cala boca japonês!

— iih, Samuca apaixonadinho — falei, fazendo com que todos soltassem uma risada.

— Mas quem é essa nova menina? — Júlio chegou ao meu lado, com a boca cheia de torta.

— É uma estrangeira, nem nossa língua ela fala direito. — Bento deu de ombros.

— Aposto que o Samuel quer saber mais sobre a língua dela.— Júlio cochichou no meu ouvido.— E eu nem tô falando de idioma.

Eu acabei não aguentando e soltei minha risada mais sincera. Nem aprecia que a momentos atrás eu estava chorando e acabando com toda a água do meu corpo.

— Júlio você é demais. — falei abraçando Júlio de lado.

Aproveitei que o prato de Júlio estava perto da minha boca e abocanhei o alimento.

— Minha tortinha! — Júlio choramingou.

— Eu dou outra pra você. — sorri com a boca suja de torta.

Fechei meus olhos rapidamente quando senti um flash neles, quando vi, era Sérgio batendo uma fotografia minha. Ele estava com os braços ao redor dos meus ombros, me dando uma abraço desajeitado.

— Acho que você é meu fã. — falei, limpando o restante de torta que ainda tinha no canto da minha boca.

— Não! — Sérgio falou tão alto que acabou me assustando.

Quando percebi, Sérgio pegou minha mão, tirando de perto da minha boca e depositou um beijo ali onde estava sujo, consequentemente limpando.

— E sim, eu sou seu eterno fã número um. — ele deu-me outro beijo.

— Oh casal, bora logo que a van já vai sair. — Bento falou, abraçado com Aninha.

— Alguém viu minha bolsa de remédio? — Júlio se aproximou quase que desesperado, procurando por todos os cantos.

— Ta ali ó. — apontei para a bolsa.

— Ufa! — Júlio correu para pegar sua bolsa e saiu correndo para a Van.

Sérgio ainda estava abraçado comigo, fazendo um leve carinho na minha nuca.

— Eu amo você. — Sérgio beijou minha bochecha.

— Eu também amo você. — dei um selar nos lábios do moreno.

Eu e ele seguimos andando de mãos dadas até a van, no percurso tinham algumas fãs querendo tirar fotos e autógrafos, uma pena que não podíamos parar pois tínhamos que voltar o quanto antes para casa.

Apertei mais a mão de Sérgio ao ver aquela multidão.

ele pode estar por ali...

Sérgio me olhou, confuso. Eu entendia perfeitamente a sua confusão, eu ainda não tinha conversado sobre tudo que estava acontecendo com ele.

— Não solta a minha mão, por favor. — falei, apreensiva.

Fomos passando pela multidão com alguns seguranças guiando a gente até a Van.

Quando senti uma mão tocando meu braço o meu coração parou, paralisei no lugar e virei lentamente. Porém tudo voltou ao normal quando eu vi que era apenas um fã. Tentei dar meu melhor sorriso para a fato, o que resultou em um sorriso forçado.

Seguimos para a Van e quando eu cheguei na mesma, me joguei em um banco e capotei no sono.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora