SÉRGIO REOLI
Hoje, faziam exatamente dois meses que Helena estava em como. Dois meses que eu vinha todos os dias em horários de visitas ver ela. Dois meses que eu passava horas conversando com ela. Dois meses que eu não via o sorriso dela.
Foram os piores dois meses para mim. Eu só queria ter ela de volta. Me abraçando, me brigando, sorrindo, cantando, tocando.
— Cheguei. — falei, mesmo sabendo que não haveria resposta.
Entrei no quarto e coloquei algumas flores que eu sempre trago para ela, junto de um presente que uma fã pediu para eu entrar para ela assim que ela acordasse.
Era muito doloroso ver Helena daquela forma. Eu sei que ela ainda está viva, mas chance de ela não acordar me assombrava todos os dias.
Me sentia perdido sem ter ela ao meu lado, isso era um fato. Eu sentia falta das conversas que eu tinha com ela, sentia falta de ver seu sorriso.
Me sentei ao lado da loira e peguei suas mãos. Estavam tão geladas. A única coisa que me dava certeza de que ela estava viva era os aparelhos que apitavam, mostrando que ela ainda tem pulsação.
Mesmo vindo visitar ela todos os dias, eu sinto que não estou fazendo o suficiente para ela. O que será que ela está passando na mente dela? Sera que ela me escuta? Será que ela vai acordar...
Eram tantas perguntas sem respostas que eu me sentia completamente desnorteado. Eu tinha medo, muito medo.
Me sentia angustiado todas as noites quando ia deitar. Os shows não eram mais a mesma coisa sem ela, mas era a única coisa que estava fazendo eu me distrair pelo menos por umas horas. Mas sempre que eu lembrava das partes que ela tocava nas músicas... Eu sinto lágrimas molhando minhas bochechas.
Comecei a conversar com Helena, contei tudo sobre o meu dia e que em breve eu e os meninos íamos fazer o último show da turnê no Brasil, lá em Brasília.
— Daqui a um mês e alguns dias a gente vai pra Portugal...— falei, colocando a mão dela no meu rosto. — Eu queria tanto que você fosse... Eu sei que iria gostar muito. Eu prometo que vou gravar tudo para você.
Eu fiquei com ela por mais algumas horas ali, apenas aproveitando a presença dela.
NARRADOR
Sérgio não sabia, mas Helena escutava sim todas as conversas dele. Mas ela não tinha forças suficientes nem para chorar.
Ela estava em um estado consciente, mas seu corpo não conseguia responder a absolutamente nada.
Era como se ela estivesse acordada, mas com o corpo anestesiado.
🌞
Passou mais alguns meses, um mês, para ser mais exata. Os meninos continuavam fazendo os shows, mesmo não querendo continuar sem Helena. Eles estavam obrigados ali, principalmente Sérgio.
Eles tentavam ao máximo fazer o show da melhor forma possível, até porque, era naquele momento que os cinco meninos conseguiam se distrair e esquecer dos problemas.
— Ai gente, eu tô muito animado pra ir pra Portugal! — Samuel falou.
Todos os cinco meninos estavam na sala da casa dos Reoli, comendo um pudim que Sueli tinha feito.
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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoli
Hayran Kurgu𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐢𝐚 𝐀𝐥𝐛𝐮𝐪𝐮𝐞𝐫𝐪𝐮𝐞, apenas mais uma moradora comum da cidade de Guarulhos. Mas, em 1989, foi o ano em que sua vida avançou mais um degrau, depois de conhecer cinco meninos, que assim como ela, sonhavam em ganhar a vida e o...