CAPÍTULO 7

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Na noite anterior mal consegui dormir. Meus pensamentos estavam a mil, principalmente pelo fato da minha vó estar em uma cama de hospital nesse exato momento. E também pelo fato de provavelmente a banda que eu criei com tanta luta acabaria de uma hora para outra. "Mas é apenas arrumar outro baterista" Aham, como se fosse tão fácil assim alguém aceitar fazer parte de uma banda da noite pro dia.

Levantei da cama sem nenhum ânimo. Sim, talvez eu tivesse uma dependência emocional na minha vó, quem não teria?

Fui ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes, em seguida fui preparar um café bem forte, mas daqueles tão fortes que você ficaria sem dormir por três dias seguidos.

— Acho que exagerei — falei fazendo uma careta ao tomar o café

Limpei o que sujei, me joguei no sofá, mas fui interrompida por um toque na porta.

— Já vai — joguei uma coberta que estava no sofá por cima de mim e fui atender a porta. Ao olhar no olho mágico eu gelei, era Sérgio — Que droga olha minhas condições — choraminguei.

Tentando ignorar o fato de eu ter acabado de acordar, abro a porta vendo Sérgio com uma pequena sacola.

— Sérgio, o que faz aqui? — perguntei sem jeito — Quer dizer, bom dia! — sorri

— Bom dia — ele sorri — Eu vim trazer bolo, já que minha mãe falou que você gostou muito do bolo de ontem, então ela insistiu em mandar mais uns pedaços 'pra você. Estão fresquinhos — ele falo simpático.

— Nossa... Muito obrigada — ele estendeu a sacola para mim — Você que entrar? - perguntei automaticamente.

— Bom, se não for incomodar você — ele coçou a nuca

— Que nada, eu to sozinha mesmo — dou espaço para ele entrar e só aí eu penso o quanto essa fala pode ter pegado mal — Minha vó teve que ir 'pro hospital ontem — falei colocando a sacola em cima da mesa — Pode se sentar, se quiser — falei vendo que o garoto parecia meio perdido e envergonhado. Um fofo.

— Desculpa se eu estiver nervoso, eu nunca estive na casa de uma garota antes — ele sentou colocando as mãos na mesa

Olhei para ele, provavelmente corada. Sorri genuinamente.

— Bom, nunca nenhum garoto esteve na minha casa, a não ser meu primo — falo colocando duas xícaras na mesa — Sérgio...

— Hum? — ele me olha

— O café deve estar horrível — falo apoiando uma mão na mesa e a outra no queixo, pensativa.

— Eu duvido — ele pegou uma xícara e colocou um pouco de café. Ao tomar ele para um pouco e me encara, como quem diz "é 'ta mesmo"

— Eu disse! — bati a mão na testa — Deixa eu fazer um outro.

— Deixa eu te ajudar — Sérgio levanta e vem para o meu lado — Meu café é muito bom, segundo minha mãe — ele sorri orgulhoso

— Geralmente as mães mentem para agradar seus filhos, sabia? — provoquei.

— Ah é? Mas sua mãe não mentiu quando disse que você é linda — corei violentamente — Ela ficou vermelhinha — ele tocou nas minhas bochechas.

— Você me deixou assim & dei uma tapinha de leve em sua mão.

Peguei a garrafa de café e joguei todo o líquido em outra vasilha. Ainda pensando no ocorrido de agora pouco, sorri boba.

— Onde fica o café e açúcar? — Sérgio perguntou

— Açúcar na geladeira e café no armário de cima — indiquei onde estava tudo

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora