CAPÍTULO 33

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— Moça, você tem certeza que vai querer mais uma cartela desse remédio? Já é a segunda vez só essa semana que você vem comprar esses remédios. — a atendente perguntou.

— Ah, claro... Eu pago o dobro se você quiser. — sorri forçado, vendo a atendente me olhar apreensiva.

— Tudo bem...— ela exitou, mas me entregou três cartelas do remédio.

Paguei os remédios e sai, colocando os remédios na minha bolsa de crochê.

Eu não acredito que tô me tornando uma viciada...

— Helena? — parei bruscamente, sentindo minha alma sair do corpo ao ouvir a voz de Bento atrás de mim.

Me virei lentamente e vi o japonês a alguns metros de mim, acenando. Logo ele deu uma pequena corrida para me alcançar.

— Ah, Bento... Que bom te ver. — sorri, apertando minha bolsa ainda mais no ombro direito.

Eu estava nervosa e não tinha como eu esconder. Só espero que Bento não tenha percebido...

— O que faz no centro tão cedo assim? — começamos caminhar lado a lado. Ambos estavam indo para o mercado.

— Eu... É, vim comprar umas coisas pra minha avó. — sorri, vendo o japonês arquear a sobrancelha. — E você? — mudei de assunto.

— Eu vim comprar cordas novas, a gente logo vai ter show. Preciso estar preparado.

— Ah, é verdade! Os shows...— me perdi em alguns pensamentos.

— Sei não em Helena, você anda muito distante ultimamente. Ta acontecendo alguma coisa? — Bento falou, pegando uma cesta do mercado para mim e para ele. — Sabe que sempre pode contar com a gente.

— Na verdade, Bento, tem acontecido muitas coisas na minha vida ultimamente... Parece que ela está em uma montanha russa. — suspirei. — Mas acho que ela está lá no topo, prestes a desabar...— sussurrei a última frase.

Bento apenas me olhou apreensivo.  Talvez seja doloroso pras pessoas que eu amo me verem nesse estado tão... Deplorável.

Acabamos de fazer nossas compras e cada um foi para casa. Mais tarde, naquele mesmo dia, iríamos todos na casa de Sérgio e Samuel. Dona Nena convidou todos para irmos comemorar que Sueli conseguiu um novo emprego.

Eu iria ajudar a fazer um bolo.

— Vovó, cheguei. — tirei meus sapatos e dei uma analisada na casa.

estava toda limpa e brilhante, minha avó provavelmente estava fazendo uma faxina. Deixei as compras na mesa da cozinha e andei devagar pela casa, temendo que minha avó esteja passando pano.

— Estou aqui no quarto. — ouvi.

— Já disse para você ficar quieta, vovó. Não pode fazer tanto esforço assim. — repreendi a mesma.

Minha avó apenas revirou os olhos e continuou o seu trabalho.

para tentar ajudar ela eu me dirigi até a cozinha e comecei a guardar algumas coisas que estavam bagunçadas no armário e coloquei as compras novas no lugar. Mas antes eu fui até o meu quarto e guardei as três novas cartelas de remédios supostamente calmantes.

Continuei fazendo meus deveres até dar a hora de eu ir para a casa de Sérgio, ajudar a mãe dele a preparar o bolo para a comemoração do novo emprego de Sueli. Segundo a mãe dele alguns amigos de Sueli também iriam nessa comemoração, então eu me ofereci para ajudar ela com as comidas. Lógico que ela aceitou de bom agrado.

Antes de ir tomei um banho e lavei meus cabelos, vesti um vestido florido rodado  e uma sandália brilhosa de amarrar no calcanhar.

Avisei minha avó para onde estaria indo e ela deixou avisado que iria para a missa e depois iria tomar um café na casa da Cleide, amiga de infância dela.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora