Um dia havia se passado desde aquele acontecimento. Helena ficou totalmente assustada e pensativa quando Valéria contou para ela detalhadamente o que havia acontecido.
Logo seria o enterro do piloto, co-piloto, e três pessoas da produção de palco. Helena queria muito ir, mas apenas no outro dia ela conseguiria ir, pois ainda não estava conseguindo andar normalmente.
- Mas doutor, por favor! Eles eram parte da minha família também. - Helena implorava.
- A gente não tem permissão pra deixar você sair do hospital ainda, sinto muito.
- Eu só preciso conseguir andar, certo? - o médico concordou. - Então arrumem uma muleta pra mim, ai eu consigo.
Suspirando, o médico percebeu que não havia como discutir com Helena, ela era muito cabeça dura e não iria parar até que ela saísse daquela cama de hospital.
- Tudo bem.
Foi a única coisa que o médico disse antes de sair e ir providenciar uma muleta para Helena.
Quando o médico saiu, Sueli entrou no quarto com uma pequena sacola.
- Su, que bom ver você.
- Oi, lele, trouxe pudim pra você.
Sueli entregou a sacola para Helena e sentou no sofá perto da cama. Helena abriu rapidamente e tratou de comer logo.
- Nossa, que delícia.- Helena falou de olhos fechados.
- Que bom que gostou.
- Su. - Helena chamou a atenção da mulher. - Que horas vai ser o velório e enterro deles?
- Vai começar duas horas, apenas para os familiares.
- Eu quero muito conseguir ir. - Sueli olhou com uma expressão de confusa para Helena.
- Mas você não pode sair daqui do hospital ainda, tá doida?
- O médico disse que eu só precisava conseguir andar direito! Ai eu pedi pra ele arrumar uma muleta pra mim.
- Menina, você é tão teimosa.
- Ah, não me julga. É um momento que todos da família devem estar reunidos. Eu vou sentir falta deles... Eles eram os melhores ajudando no palco.
- Sim, todos vamos sentir muita falta deles... Mas vamo deixar de conversa, se você quer ir, você não vai com essa roupa, né?
Helena olhou para suas vestes e viu que não tinha condições de sair vestida com aquela roupa de hospital que mais parecia um pijama.
- Eu acho que a minha avó trouxe roupa pra mim. Pode pegar essa mala ali no cantinho? - Helena apontou.
Sueli ajudou Helena a procurar uma roupa descente para ela ir ao velórios dos que tinham falecido. Por sorte, a maioria das roupas de Helena era da cor preta.
Por fim, a mais nova escolheu um vestido preto, de tecido fino e que ia até um pouco mais abaixo do joelho. As alças aram finas, mas para não mostrar tantos os ombros, ela optou por colocar uma jaqueta jeans dos mamonas assassinas. Nós pés, o mesmo sapato de guerra - vulgo all star - o qual ela já estava precisando trocar.
- Pronto, agora podemos esperar o médico voltar com a muleta.
- Será que vai demorar? Já tá quase na hora.
Helena encarava a porta receosa. Será que esse médico vai mesmo fazer o que eu pedi? Ela pensava.
- Eu não consigo esperar as coisas, vou lá falar com...
A porta é aberta, fazendo Helena parar no meio da fala.
- Aqui está o que você pediu. - ele ergue um par de muletas.
- Obrigada, doutor, muito obrigada! - Helena só não abraçou o médico porque na conseguia levantar da cama sem apoio.
Helena pediu para que deixassem as coisas dela no hospital, pois depois ela anda iria que voltar para fazer os últimos exames de amanhã e finalmente teria alta. Para a sorte de Helena, ela se recuperava rápido.
Ito estava esperando a filha na frente do hospital, mas sorriu ao ver Helena. Ele estava vestido com roupas neutras e um óculos escuros.
- Que bom que você está se recuperando tão rápido. - ele deu um abraço de leve em Helena.
- Eu também fico feliz em ver minha recuperação.
Todos entraram no carro. Sueli sempre estava ajudando Helena a se locomover, mesmo Helena insistindo que não precisava.
- Você tem que andar com o máximo de cuidado possível.- Sueli repreendeu.
Quando chegaram no local - um chalé privado dos integrantes da banda, produção e familiares - estavam todos em silêncio, mas tinham pessoas chorando com toda a alma ali.
Todos entraram em um acordo para velar o piloto e co-piloto junto com os falecidos da produção. Algumas pessoas da família dos pilotos estavam ali também.
Era algo realmente trágico. O coração de Helena apertava toda vez que ela lembrava que os meninos também estariam naquele avião.
- Princesa, você não devia estar descansando? - Sérgio aproximou-se dela, falando baixo.
- Eu precisava vir, eles eram da minha família também.
- Tudo bem, mas assim que terminar aqui, eu te levo de volta pra descansar. Vem, deixa eu te ajudar.
Sérgio levou Helena até onde os outros integrantes estavam. Depois de cumprimentar todos, ela sentou e lembrou de algo.
- Juju. - ela chamou Júlio. - Você pode ligar pra minha avó e avisar que eu estou aqui? Por favorzinho. Mas não esquece de falar pra ela que eu tô bem e que já, já, eu volto pro hospital pra descansar.
Júlio riu um pouco e foi até o telefone que tinha no chalé, fazer o favor para amiga.
🌞
Já se passava das três e meia da tarde. Chegará a hora mais difícil do dia. Sepultar os falecidos.
Quando os familiares souberam que estavam na hora, derramaram-se ainda mais em lágrimas. Aquele era o último contado que teriam com eles.
Os carros da funerária haviam chegado. Mesmo não sendo um velório aberto ao público, muitas pessoas estavam no portão do chalé. Alguns repórteres também.
Os fãs ficaram em silêncio na hora que os carros da funerária saíram do chalé, em um sinal de respeito. Helena acabou deixando algumas lágrimas descerem.
Ela estava acompanhado no carro da família Reoli, junto com os três irmãos e os pais.
Eles seguiram devagar para o cemitério primavera II, onde seria a parada final deles.
O final foi um pouco mas rápido que o velório, logo eles já estavam de volta no carro. A pedido de Sérgio, o pai dele iria levar ele e Helena para o hospital, já que a mesma ainda não tinha recebido alta ainda.
- Obrigado, pai.
Sérgio e Helena se despediram da família e seguiram para o hospital. A avó de Helena só viria mais tarde, pois como ela passou muito tempo com Helena, ela tinha muitas coisas para resolver.
Quando Helena e Sérgio já estavam no quarto, o médico entrou.
- Senhorita, uma mulher disse que queria fazer uma visita pra você.
- Quem é?
- Ela não quis revelar o nome, disse que é surpresa.
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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoli
Fiksi Penggemar𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐢𝐚 𝐀𝐥𝐛𝐮𝐪𝐮𝐞𝐫𝐪𝐮𝐞, apenas mais uma moradora comum da cidade de Guarulhos. Mas, em 1989, foi o ano em que sua vida avançou mais um degrau, depois de conhecer cinco meninos, que assim como ela, sonhavam em ganhar a vida e o...