CAPÍTULO 2

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(aconselho escutar antes de ler)
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Utopia estava tocando sua última música de apresentação. Eu assistia atentamente a apresentação deles, não deixando nenhum acorde passar despercebido. Digamos que eu sou fã deles, é digamos isso.

Mesmo não conhecendo nenhum integrante da banda, e muito menos sem ter conversado com nenhum, eu admirava muito eles, pois a forma que tocavam dava pra ver visivelmente que era de coração, eles gostavam, não, amavam o que estavam fazendo.

A música terminou com um solo de guitarra, fechei meus olhos e arqueei os ombros, sentindo aquele solo no fundo da minha alma.

— Exuberante, nenhuma nota errada — suspirei aliviada, tenho agonia a notas ou acordes errados.

Esperei a banda sair e desocuparem o palco. Hoje eu estava um pouco nervosa, acho que talvez era o fato da banda Utopia estar ali, e provavelmente iriam me ver cantando.

— Ei bolinha, qual foi, ta nervosinha? — Mateus zoava com a minha cara enquanto secava uma lata de coca cola. Que mão de vaca, nem oferece.

— Claro que não - revirei os olhos tentando ignorar ele — Espero que você não erre na frente das suas namoradinhas hoje — passei por ele batendo de leve em seu ombro. Me julguem, mas eu amo irritar meu primo.

Me dirigi para a parte de cima do palco, pois ja estava desocupado. Durante meu percurso esbarro novamente em alguém, dessa vez o japonês guitarrista.

— Sinto muito — falei me desculpando.

— Tem problema não, eu que devia olhar por onde anda — ele olhou minha guitarra — Que massa 'veio, 'cê toca guitarra? — ele sorri animado.

— Sim! Aliás, vou tocar agora — apontei para os meninos que estavam ajeitando seus instrumentos no palco.

— Vai ajudar ou ficar de papinho? — meu primo fala impaciente.

— Vai lá loirinha, a gente esbarra por aí — ele sorriu.

— Até qualquer hora, japonês — sorri de volta me afastando e acenando para o garoto.

Fui até o palco e dei umas batidinhas no microfone para me certificar de que estava funcionando.

— Alô, alô, guarulhos — chamei a atenção das pessoas - sintam-se a vontade para pular, dançar e cantas conosco — sorri ao terminar de falar, fiz uma contagem e logo comecei a tocar e cantar Still Loving You. Essa era sem dúvidas uma das minhas músicas favoritas.

As pessoas ja estavam acostumadas com nossa banda tocando essa música, pois na maioria dos shows tocávamos essa. Me arrisco em dizer que todos ja estavam decorando a letra da música.

Após eu terminar de tocar e cantar, ouço os aplausos de todos e algumas pessoas gritando coisas do tipo: "a melhor do grupo", "investe em parceiros melhores","salvadora da banda". Era meio que "comum" recebermos alguns comentários desse tipo, visto que parecia que meu primo estava sendo obrigado a estar ali, não que ele não estivesse, e Jorge... Bom, ele mais de achava do que tocava, o que não ajudava nada a situação.

Olho para trás vendo meu primo revirar os olhos e Jorge fechar a cara.

Meu primo não ligava para esses comentários, na verdade ele não ligava pra nada relacionado a banda, só usava essa "fama" para pegar várias garotas. Por outro lado, Jorge parecia ligar bastante.

Ignorando esses comentários, continuamos tocando algumas músicas, sua maioria dessa vez em português.

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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora