CAPÍTULO 17

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No dia seguinte, eu e os cinco meninos fomos chamados para conversar com o Rick.

Agora, estávamos na frente da gravadora, um pouco nervosos. Não sabíamos do que se tratava, então estávamos morrendo de medo do Rick falar que iria desistir de ajudar a gente.

— Cara, vocês devem estar pensando o porquê eu chamei vocês aqui, né — Rick falou, sentado em sua cadeira giratória.

— Fale logo, rapaz — Dinho falou.

— Bom, eu chamei vocês aqui, porque quero fazer uma proposta para vocês — ele fez um suspense. Eu e os garotos nos encaramos.

— Desembucha — falei, um pouco impaciente.

— Eu ajudo vocês para gravar outro disco, contando que vocês mudem esses estilo "sério" de vocês. Aqui entre nós, esse estilo não combina nada com vocês.

— Sério?! — falei um entusiasmada.

— claro, bobona — Bento deu um leve tapa na minha cabeça.

— É, mas tem outra coisa — Rick falou, fazendo a gente olhar para ele — Vocês vão ter que mudar esse nome de vocês. Então pensem logo em nomes.

— Humm, que tal... Amoras suicidas? — Samuel falou, e eu comecei a rir.

— Não, é melhor... Os cangaceiros do teu pai — comecei a rir ainda mais.

— Meu Deus — Bento falou, balançando a cabeça em negação.

— Ah, cara, que coisa difícil — Samuel pensou por um tempo.

Nesse meio tempo eu já estava vermelha de tanto rir. Foi preciso até o Júlio me ajudar para eu não passar mal.

— Que tal, mamonas assassinas do espaço? — Samuel falou, depois de um tempo calado.

— Ta ai, mamonas assassinas do espaço — Rick falou, animado.

— Por que não tira "do espaço" e deixa só "mamonas assassinas"? — falei, depois de me recuperar da crise de risos, causada pela sugestão de nomes para a "Nova era da banda".

E ficou nisso, nosso nome mudou de Utopia, para Mamonas Assassinas.

Mas uma coisa que deixou a gente um pouco mal, foi que de todas as cópias do nosso disco, apenas cem foram vendidas.

— Tanto esforço, pra quase nada — Sérgio falou.

— Não vamos pensar assim, motoqueiro, a gente ta recebendo uma oportunidade bem maior — falei, tentando motivar meus amigos.

— Agora a gente vai ter a liberdade de ser quem a gente é de verdade, sem bancar um papel de banda séria — Dinho falou.

— Mas cara, o Rick falou que a gente tem uma semana pra entregar, pelo menos, dez músicas pra ele — Bento falou — E a gente só tem três.

— Uai, porque a gente não começa a compor agora as outras sete? Não podemos perder tempo, e muito menos essa oportunidade. — Júlio disse.

— É galera! É melhor morrer com memórias do que com sonhos. Bora trabalhar — falei indo para o estúdio onde gravamos as nossas músicas.

Logo fui seguida pelos garotos. Não conseguimos contar as horas que passamos ali, mas foram muitas.

A gente precisava de sete músicas em apenas uma semana, para podermos gravar um outro disco. Dessa vez, com esperança de que vendesse mais.

Passamos essa semana toda, apenas naquele estúdio, compondo, compondo e compondo. Foi cansativo, mas a gente sentia que iria valer a pena.

— Eu tô exausto — Júlio se deitou na minha coxa, pois eu estava sentada perto de seu teclado.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora