HELENA MAIA
Acordei lentamente, sentindo Sérgio se mexer ao meu lado.
— Ja tá acordada? — ele perguntou, me olhando e depositando um beijo na minha testa.
— Talvez. — me agarrei mais em seus braços, ainda sentindo o sono presente em meu corpo.
— Acho melhor a gente se levantar, temos que nos preparar para o show mais tarde. — Sérgio se levantou.
— Hoje tem show? Eu tinha combinado com a Val de sair mais tarde.
— Ah, você leva ela então. — Sérgio sorriu para mim.
— Será que os meninos não achariam ruim?
— Sem chance.
Eu e ele saímos do quarto, dando de cara com Samuel, que nos olhou extremamente confuso.
— Ok... — ele falou, ainda olhando confuso pfa gente.
— Eai, Samuca. — sorri simpática para ele, indo dar-lhe um abraço.
depois disso seguimos andando para a cozinha, não presciso nem dizer que a família Reoli levou um leve susto ao meu ver ali, não pude deixar de rir, mesmo estando envergonhada.
Todos tomamos café normalmente, tava um clima perfeito, mas logo eu tive que ir embora, pois minha avó deveria estar muito preocupada comigo.
Claro, né Helena, você saiu no meio da madrugada de casa, sabendo que seu pai está supostamente solto. como que ela não estaria preocupada.
Sinto que se eu demorasse mais vinte minutos para chegar em casa, ela ligaria para a polícia e me daria como desaparecida.
Me despedi da família Reoli e segui para minha casa, quase correndo.
Estava com um chapéu que Sérgio me emprestou, pois como Mamonas Assassinas estava estourando pelo Brasil todo, era comum pessoas nos pararem na rua pedindo fotos e autógrafos, e aqui entre nós, nessa manhã eu não estava no clima para atender aos fãs.
Quando cheguei perto de casa, consegui ver minha avó na porta, seu semblante era bastante preocupado. Aposto que eu vou levar uma baita puxão de orelha.
— Oi, vovó... — fiz o rosto mais sonsa possível.
— Acho melhor você ir explicando porque tá chegando essa hora em casa.
🌞
Depois de quase ter uma cabo de vassoura nas costas, estava indo me encontrar com Val. Eu e ela tínhamos marcado de passar a tarde juntas, mas eu acabei esquecendo que teria show da banda hoje.
— Val! — me aproximei da menina, que estava sentada em uma cadeira da cafeteria.
— Helena! — ela me abraçou.
— Desculpa fazer você vir mais cedo.
— Ah, que nada! Eu já estava livre do trabalho mesmo. Vem, vamos tomar um café.
— Bom, o que tem acontecido com você nesses últimos dias, semanas, meses? Faz quanto tempo que a gente não se vê? — falei, enquanto ria.
— Vai fazer quase um mês que a gente não se via pessoalmente, tava morrendo de saudades. — choramingou.
— Eu também! — falei no mesmo tom que Valéria, choramingando.
— Espero que a conta do telefone da sua casa não esteja tão alta.
— Nossa, te garanto que vai vir uma fortuna. — falei bebericando meu café, que já tinha chegado.
— Não temos culpa se sempre temos bons assuntos para conversar. — Val também beneficiou seu café.
— Com certeza. Val? — chamei a loira, que me olhou. — Você quer ir no show dos Mamonas Assassinas comigo?
Acho que por um segundo, Val acabou de engasgando com o café.
— O que? Sério? — ela sorriu animadamente.
— Claro, eu sei que você sempre quis ir em um show nosso.
— Ai! Não acredito! — ela pegou minha mão e agradeceu umas setenta vezes.
— Calma, não vai desmaiar antes da hora. — comecei a rir da reação de Valéria.
— Mas é sério mesmo, muito obrigada, agora eu tenho uma desculpa para não ir para faculdade hoje. — ela riu de uma forma travessa.
— Então você só está me usando como desculpa? — fiz drama.
— Não! Negativo, nunca! Never.
Começamos a rir, e quando voltamos a tomar nosso café, já estava frio.
— Qual o horário do show? — Valéria perguntou, terminando de comer seu bolo.
— Vai ser às nove e meia, mas a gente vai pro local oito horas.
— Ta ok, vou estar pronta às sete. — ela piscou para mim e riu.
— Nem um pouco ansiosa.
— Só por precaução, nunca se sabe se de fato vocês vão esse horário. — ela chamou o garçom. — Mas, assim... Mudando de assunto, e aquele menino da banda? O vocalista, eu acho...
— O Dinho?
— Acho que sim. Ele... Tem namorada? — Val perguntou timidamente.
— Não... — arqueei uma sobrancelha para a loira, que riu nervoso. — Humm, parece que temos alguém apaixonada aqui, hum? — provoquei.
— Eu? Apaixonada? que nada! só achei ele... bonitinho?
— Bonitinho? Aham, sei.
— Ai, Helena, não vai ficar falando isso pra eles! Eu nes os conheço ainda. — ela tampou o rosto com as mãos.
— Relaxa, Val, eu não vou contar nada. Juro de dedinho. — peguei a mão dela e juntei nossos dedos míninos.
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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoli
Fanfic𝐇𝐞𝐥𝐞𝐧𝐚 𝐌𝐚𝐢𝐚 𝐀𝐥𝐛𝐮𝐪𝐮𝐞𝐫𝐪𝐮𝐞, apenas mais uma moradora comum da cidade de Guarulhos. Mas, em 1989, foi o ano em que sua vida avançou mais um degrau, depois de conhecer cinco meninos, que assim como ela, sonhavam em ganhar a vida e o...