CAPÍTULO 5

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Hoje seria o dia em que Samuel iria me ensinar a jogar alguns jogos que ele havia mencionado na nossa conversa do dia anterior. Confesso que estava muito animada, Samuel parecia ser um garoto muito legal e animado, e eu com certeza queria aquela energia dele por perto.

O meu dia foi como o de costume, ajudei minha vó nas coisas de casa, lavei algumas roupas, arrumei meu quarto, nada fora do comum.

Quando deu três e quarenta da tarde eu comecei a me arrumar, mas não algo muito exagerado, mas também não algo muito simples, neutro, eu diria.

Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo deixando minha franja solta, coloquei meu casaco quadriculado azul também, pois o dia estava frio.

Enquanto o tempo passava eu peguei meu caderno e comecei a escrever um pouco, era comum pra mim escrever cartas de como eu me sentia ou do meu dia a dia, uma forma de acalmar meus pensamentos, talvez. Mas eu sentia que um dia alguém além de mim iria ler aquelas cartas.

Levantei da cadeira que estava sentada ao ouvir alguém bater no portão, provavelmente seria Samuel.

Na mosca, era Samuel.

- Oi! Eu só vou avisar minha vó, já volto. - avisei ao garoto que acenou em resposta.

Fui até o quarto da minha vó, pela tarde ela costumava sentar em uma cadeira de balanço em seu quarto e ler revistas.

- Vovó, eu 'to de saída, se cuida ok? - avisei, a senhora de idade olhou para mim e sorriu.

- Cuidado minha filha, e não ande sozinha por essas ruas, tá bem?

- Pode deixar vovó. - sorri saindo do quarto e indo em direção a Samuel que me esperava no portão.

- Agora sim, podemos ir. - falei para Samuel, que parecia um pouco nervoso. - Samuel, 'ce tá legal? Parece que tá nervoso.

- Ah... é que minha mãe pediu pra te dar uma coisa. - ele tirou as mãos de trás do corpo, que até então eu nem tinha notado. Ao olhar para suas mãos tinha uma pequena flor da cor amarela. - ela disse que seria educado dar uma flor pra você. - ele falou timidamente.

- Muito obrigada...- disse enquanto tentava processar, era a primeira vez que eu ganhava uma flor de alguém.

Ele estendeu a mão me entregando a flor, educadamente peguei a flor e cheirei, era um cheiro maravilhoso e suave.

- Espero que goste.

- Claro que gostei! Aliás, quais são os jogos que você vai me ensinar a jogar hoje hein? - perguntei animada dando uns pulinhos enquanto Samuel andava calmamente.

- Olha tem muitos jogos, porque eu gosto bastante. Mas eu vou deixar você escolher o jogo que vai aprender hoje.- ele falou e depois riu quando eu levantei apenas um lado da minha sobrancelha.

- Eu não tenho tanta experiência com jogos não, então não vai me julgar se eu escolher algum jogo patético. - falei dando os ombros e parando de dar pulinhos.

- Ei, eu não tenho jogos patéticos. - ele fingiu estar ofendido.

- Ai sinto muito. - fingi estar chorando.

- Calma, você tá chorando real? - ele perguntou pegando no meu ombro.

- Claro que não, é ironia. - comecei a rir, e talvez minha risada tenha sido sincera de mais, porque Samuel começou a me olhar de uma forma estranha, mas depois começou a rir.

- Cara, sua risada é muito estranha - ele continuou a rir - mas é engraçada de mais também.

- Engraçada? Parece uma hiena engasgada. - fiz uma cara triste e neguei com a cabeça.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora