CAPÍTULO 41

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Finalmente, em casa! Depois de passar alguns minutos no táxi e sentir um enjôo horrível, eu estava jogada na minha cama. Ah, como eu senti falta.

Mesmo sentindo um pouco de receio de andar por casa e lembrar de tudo o que aconteceu, era bom estar no meu lar.

Falando nisso, minha avó disse que aquele homem estava internado, mas sobre cautela da polícia, pois eles investigaram tudo o que aconteceu e ele seria sentenciado.

Isso me deixou levemente mais segura, um pena que a polícia não poderia me proteger nos meus sonhos também.

Sobre Sérgio, eu estava evitando pensar muito, pois a cada minuto que eu pensava sobre aquele assunto, me dava a muitas dores de cabeça.

Ainda deitada na cama, me virei para encarar o teto. Não seria uma má ideia chamar as meninas para virem aqui em casa, pensei.

Levantei da cama com cuidado para não acabar caindo, por conta de uma tontura incessante que eu sentia todas as vezes que eu fazia muito esforço.

Minha avó estava na cozinha preparando alguma comida, ou talvez o lanche da tarde.

— Vovó. — chamei.

— Diga.

— Posso chamar Valéria e Aninha para virem aqui em casa?

— Claro, meu amor. Se isso for fazer você melhor, vá em frente.

Sorri e fui até a sala, onde ficava o telefone. Peguei um caderno onde eu anotação número das pessoas e procurei o de Valéria. Liguei para ela que atendeu rapidamente.

E claro que ela aceitou, na hora. Ela disse que passaria na casa de Aninha, pois infelizmente eu não tinha o número da casa da mesma.

Acabei indo tomar outro banho e coloquei minhas roupas para lavar. Coloquei um macacão de short e uma blusa rosa bebê.

Demorou cerca de meia hora até às duas chegarem. Valéria foi dando logo um cheiro na minha avó, aproveitei para apresentar a namorada de Bento para a minha avó, que ainda não conhecia ela.

— Bom, meninas, fiquem a vontade, qualquer coisa eu vou estar aqui na casa do lado, com minha amiga.

Vovó despediu-se com um beijo na minha testa e um aceno para as meninas. Sentei no sofá e nós três ficamos nos encarando.

— E então, qual a novidade? — Aninha começou a puxar assunto.

— Gente, eu preciso muito desabafar. Eu até queria conversar com a minha avó, mas eu sei exatamente o que ela diria.

— Pode contar com a gente. — a Zopello disse.

Comecei a contar tudo o que tinha acontecido no dia anterior. A cada fala minha as expressões das duas ficavam cada vez pior.

No fim, as duas estavam extremamente irritadas.

— E foi isso...

— Que vaca!

— Muito mentirosa, a gente estava junto dos meninos vinte e quatro horas, praticamente, nunca vimos eles dois juntos.— Aninha disse.

— E o pior, é que eu confio no Sérgio, mas acabei ficando confusa com tudo que estava acontecendo e acabei tratando ele mal...

— Amiga, ele tem que entender pelo o que você está passando, e agora lidar com isso...— Valéria disse.

Acabei suspirando, elas estavam certas, se ele gostasse realmente de mim, ele ia entender meu tempo.

—Eu me sinto um pouco insegura também, eu passei tanto tempo em coma. Vai que ter me visto daquela forma fez ele deixar de gostar de mim...

— Sua boba! Claro que não, ele vivia falando o quando queria que você acordasse logo.

Acabei me sentindo mais mal ainda, se é que isso é possível.

— Ele chorou noites e noites por você, os olhos dele sempre estavam inchados e vermelhos. — Aninha falou.

— Mas cara, essa menina é tão nojenta, credo! — Valéria fez gesto de estar com ânsia de vômito.

— Concordo plenamente! — Aninha falou, revirando os olhos.

Acabei rindo um pouco de como elas estavam detonando a garota.

— Mas agora vamos parar de falar de gente insignificante. Vamos fazer algo! — Valéria quase pulou no sofá.

— Eu acho que tem massa de bolo na dispensa. — sugeri.

— Vamos fazer um lanche bem gostoso.

Nós três fomos até a cozinha e começamos a por a mão na massa. Iríamos fazer um bolo de chocolate.

— Opa, lembrei que eu tenho uma coisa no carro. — Valéria falou.

Ela correu até seu carro, que estava na frente da minha casa. Eu a aninha nos olhamos, sem entender nada.

Passou mais um tempo que Valéria finalmente tinha voltado. Ela estava com um pequeno aparelho que servia para escutar música, bastava colocar uma fita.

Lembrei que eu tinha algumas fitas que minha mãe deixou, corri até meu quarto e procurei com a ajuda das meninas pelas minhas gavetas.

— Helena, o que é isso? — Valéria ergueu uma cartela daqueles remédios que eu tomava.

Um arrepio tomou conta de mim e várias lembranças passaram pela minha mente.

— Isso é um passado que eu quero esquecer. — peguei todas as cartelas que ainda tinha ali. — Continuem procurando, eu já volto.

Deixei elas no quarto e fui até a cozinha pegar um esqueiro, segui meu caminho até o fundo do meu quintal. Comecei a queimar um por um, até estarem todos queimando e virando cinzas.

— Até nunca mais.

Deixei aqueles remédios queimando no fundo do quintal e voltei para casa. As meninas já haviam achado as fitas de música que minha mãe escutará em sua adolescência. Eram músicas incríveis e divertidas.

Colocamos as fitas no aparelho de Val e aumentamos no último volume. Começamos a pular e dançar pela casa, antes de irmos fazer nosso lanches.

Nem preciso dizer que na cozinha foi uma completa bagunça de todas nós. Tenho certeza que fazer bolo não é nosso forte.

Aproveitei que já estava com a mãe n amassa e fiz café quentinho para a gente tomar com o bolo. Iria ser um lanche da tarde delicioso.

Já eram quase cinco hora e o bolo já estava pronto. Por incrível que pareça, estava delicioso.

— Você via no ensaio dos meninos amanhã, Lena? — Valéria perguntou, comendo um pedaço de seu bolo.

— Eu acho que não... Não sabia que eles já tinham voltado a fazer show.

— Bom, como eles não fizeram o show em Brasília, resolveram finalizar a turnê aqui em guarulhos mesmo. Mas garantiram para os fãs que iriam fazer um show em Brasília outra vez.

— Alias, quando você vai voltar a tocar com eles? Desde que aconteceu tudo aquilo, os fãs pedem muito pra você voltar. Principalmente agora que saiu nos jornais que você despertou do coma.— Aninha falou.

— Saiu nos jornais? — eu realmente não fazia ideia do quão famosa eu estava.

— Amiga, você é uma estrela do pop! Você não fica ligada nos jornais não? Nossa. — Valéria riu.

— Eu não fazia a minina ideia...

— Saiu na primeira página do jornal, na segunda estava sobre o acidente.

— E você também tem diversos fãs. As vezes os meninos não podem nem sair na rua como pessoas normais, vivem atrás deles. Alias, você tem que tomar cuidado a partir de agora.

Eu estava praticamente de boca aberta.

— Meu Deus.

As meninas só sabiam rir da minha cara.

Em resumo, nosso fim de tarde foi assim, elas me contando o quão famosa eu era.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐎𝐔𝐕𝐄𝐑 𝐒𝐎𝐋, sérgio reoliOnde histórias criam vida. Descubra agora