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THIAGO ⚽️
24 de março 2023
Londres 📍

Desci pra pista e só subi pro camarote de novo quando não vi mais a maldita, porra.

É impossível cruzar com ela e não secar a garota toda, tá gostosa pra caralho, barriguinha chapada pra fora, o short marcando a bundona que ela tem.

É do caralho mesmo viu.

Mas demorei também porque sumi com a ruivinha que encontrei aqui embaixo, papo reto mina lindona, mas achou que a vida era uma morango, queria hotel 5 estrelas e a porra toda, tá fácil.

Chamei ela pra ir pro camarote, de primeiro ela não quis mas depois cedeu, coloquei ela na minha frente e segurei na cintura dela a guiando.

Quando cheguei no topo da escada, eu vi a Ivy sentada no bar sozinha, olhei pro lado e o Gabriel já tava de olho na prima da Jade.

Uma das amigas da ruiva chamou ela pra ir no barzinho e ela foi, maior vontade de bolar um mas assim ao público da não, sempre tem um zé.

Fiquei pousado nela, e ela com a cara na porra do celular, mas não demorou muito pra tirar a atenção do aparelho e me olhar, de cima abaixo, também não desviei o olhar não.

Eu fui me sentar no sofá, e me servi com um pouco de whisky, chequei meu WhatsApp algumas vezes pra vê se meus filhos tavam suave.

Guardei meu celular no bolso e olhei pra frente vendo a Ivy passando, a mandada nem ia falar comigo, fingiu que nem me conhecia.

— Oi, Ivy. — falei bem alto, e ela parou e virou o rosto pra mim. — Senta aqui. — bati no sofá com maior deboche.

— Deveria falar isso pra ruiva com quem você esta acompanhado, e não pra mim. — olhou para a mesma que estava no bar, rindo com as amigas.

— Pedi pra você sentar aqui, e não em casamento. — ela rolou os olhos. — Chata do caralho. — desviei o olhar dela e bufei, mas logo senti o sofá afundar e olhei pro lado inalando o perfume doce dela.

Não consegui disfarçar o sorriso de lado.

Eu segurei na mão dela e aproximei de mim cheirando a bebida que ela estava tomando, fiz careta, e ela riu.

— Como cuida viu! — afastou o braço de mim e deu um gole na bebida, e em seguida lambeu os lábios.

Ela garota tá de maldade comigo, só pode.

— Brinca muito, Ivy. — eu desviei o olhar da boca dela e olhei ela nos olhos. — Brinca muito... — repeti.

Ela abriu a boca pra falar algo, mas foi interrompida pela prima da Jade chamando ela pra dançar, ela não pensou duas vezes e foi né?

Eu bem cruzei meus braços e relaxei no sofá, observando ela se soltando.

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Não sei oque dá em mim, nos últimos tempos eu quase nunca estive saindo de casa e agora quando saio ainda esqueço a porra do meu celular na balada, sai tão às pressas e peguei "tudo" na minha cabeça.

Sorte que foi no VIP, os cara guardou e me entregou, já ia dar 3 da madrugada.

Aproveitei que tava sozinho e já bolei meu baseado pra me manter acordado até em casa, dei um, dois, três trago, bagulho é bom demais.

Acelerei o carro pra casa, cidade tranquila de madrugada.

Franzi o cenho ao ver uma mulher andando sozinha na rua e conforme eu fui me aproximando não acreditava de quem se tratava.

Fui diminuindo a velocidade do carro e a mina do nada travou, e virou devagarinho.

Malucona.

Já achei que era o baseado fazendo efeito, cocei meus olhos várias vezes e abaixei o vidro do carro e ainda em transe ela me olhou.

— Ivy!? — olhei ela incrédulo.

Ela respirou tão fundo que fez mó barulhão, ela se aproximou do meu carro, e eu aproveitei a janela aberta pra jogar meu baseado fora.

— É você mesmo? — forcei minha vista e ela sorriu fraco. — Tá fazendo oque andando sozinha por aqui? Ficou doida?

— Minha irmã sumiu com o Enzo. — novidade. — Eu vim com ela, e nenhum aplicativo estava aceitando minha corrida, então decidi andar um pouco pra encontrar ponto de ônibus.

— E tu lá sabe que ônibus vai pro teu bairro? — indago e ela nega com a cabeça. — Entra aí, te levo embora. — ela sorri fraco e da meia volta no carro entrando.

Dei partida no carro e vi ela mexendo no celular e balbuciando algumas coisas.

— Thiago? — me chamou e eu disse "hum". — Não tem ninguém lá em casa, acabei de ver que meu pai saiu também. — rolou os olhos.

— E oque eu tenho haver com isso? — pergunto.

— Não gosto de ficar sozinha! — abri a boca pra responder mas não saiu nada.

Olhei para ela e as bochechas da mesma estavam vermelhas, acho que ela percebeu que levei pro outro lado.

Mas porra, como a garota solta uma dessa?

— Tu nasceu grudada com alguém? Para de ser carente porra.

— Cara, tu é insuportável. — cruzou os braços e negou com a cabeça. — Eu tento ser de boa contigo mas é impossível.

— Fala como se fosse o fim do mundo, jaja tua irmã tá em casa. — ficou quieta.

Até entendo ela, ficar sozinha naquela casa enorme deve da uma medo.

— Eu vi você de papo com o Gabriel, rola algo entre vocês? — perguntei, e cocei a garganta.

— Conhecidos. — falou.

— Tava todo de simpatia contigo, mas quando precisou o idiota aqui que te ajudou. — falei puto. — Belo amigo esse teu.

— Você é ranzinza assim de graça? — suspirou.

— É a realidade.

— Você que faz a sua realidade e aparentemente você adora ser assim, tão amargurado! — se encolheu no banco.

— Menina eu já vivi mais do que você, sei bem como funciona as coisas. — ela ficou quieta. — Veio do interior mas tô ligado que não é aquela coisa de filme, deveria parar de ser tão ingênua!

— E você devia parar de usar essa merda. — resmungou. — Além de deixar esse cheiro horrível no carro, pode te ferrar pra sempre! — me fuzilou com o olhar.

Nem falei nada, podia? Sim.

Mas engoli a língua.

— Vou ser teu amigo. — ela me olha surpresa. —Mas só pra tu virar gente.

Ela estreitou os olhos pra mim.

— Não to precisando de caridade não, e já tenho amigos. — disse rude, e virou o rosto para a janela do carro.

Ignorante pra porra, deveria parar o carro e deixar ela indo sozinha, mas ainda não tenho essa dádiva de ruim pra caralho.

CAMISA 6  | THIAGO SILVA Onde histórias criam vida. Descubra agora