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IVY 🦋
29 de março de 2024
Chelsea 📍

O pão de ló que Martina me ensinou a fazer ficou ótimo, no Brasil não tinha costume de cozinhar, minha avó sempre preparava tudo e na casa de minha mãe, tem a moça que nos ajuda.

Thiago ficou em silêncio o tempo todo, enquanto eu, Isabelle e Martina conversamos bastante sobre tudo, eu me surpreendi com a relação da Isabelle com o Thiago, não que seja da minha conta, mas quando ela se apresentou como mãe dos filhos dele eu achei que rolasse algo ainda, mas não, eles mantém uma relação ótima pelos filhos e aparentemente não passa disso.

Contei um pouco sobre mim a elas, e sentia Thiago atento a tudo mesmo não olhando para mim, fiquei surpresa que os filhos deles dois já são grandinhos, não imaginei que passassem dos 10 anos.

Isabelle se despediu da gente e Martina aproveitou a carona pra cidade para ir ao centro, restou apenas eu e Thiago na cozinha.

— Posso lavar a louça? — perguntei ao Thiago quando ele parou em frente a pia. Ele me olhou sem entender.

— Precisa pedir? — respondeu com deboche.

Ele saiu da minha frente e eu tomei o lugar dele na pia, para lavar a louça enquanto ele secava.

Entre um talher, copo e prato eu sentia o olhar dele em mim, com curiosidade, mas fingi que não estava percebendo.

Olhei de canto vendo o Thiago largar o pano de prato enquanto eu terminava a louça, ele se posicionou atrás de mim, praticamente prensando meu corpo contra a pia, jogou meu cabelo de lado e beijou meu pescoço devagarinho.

Fechei os olhos sentindo meu coração errar as batidas.

— Achei que eu era mal educada e sem noção. — murmurei com certa ironiza, e ele riu pelo nariz.

— Esqueci de acrescentar que é gostosa pra caralho. — falou próximo ao meu ouvido.

Passei as mãos úmidas no meu vestido e ele segurou em minha cintura me virando de frente para ele.

Meu olhos continuaram fechados quando os lábios dele tocaram os meus, delicadamente.

Ele parecia descobrir cada detalhe da minha boca no beijo, lento e suave mas não deixava de ser quente. Deixei que ele fizesse oque queria  mesmo que parecesse tortura para mim, quando pediu passagem com a língua eu perdi a linha de raciocínio e coloquei minhas mãos em seus braços.

Ele tirou a boca da minha, e me encarou.

— Não me toca. — murmurou.

— Mas eu quero! — choraminguei. Não entendia essa nóia dele de não deixar eu toca-lo.

— Não curto muito. — respirou fundo.

Rolei meus olhos que só faltaram sair do lugar, e tirei minha mão dele, Thiago enfiou o rosto na curva do meu pescoço e deixou dois beijos ali, enquanto eu tentava me concentrar na respiração.

Mantive meus braços parados na pia, sem encostar nele.

Era quase uma tortura ter o corpo dele tão perto do meu e não poder encostar.

— Eu não posso tocar em você, mas você pode me tocar? — ele me olhou com um sorriso convencido mas não disse nada.

Encurtou a distância  entre nós dois e voltou a me beijar de uma forma muito mais quente e intensa do que todos os beijos anteriores, me sentia sem controle do meu corpo.

Ele segurou meu rosto entre as mãos aprofundando mais o beijo e apertou seu corpo contra o meu com mais força, e eu senti minha  intimidade pulsar, me deixando completamente mole dentro dos seus braços.

As mãos dele deixaram meu rosto e desceram até a minha bunda  apertando com força, aos poucos eu tirei uma das minhas mãos e encostei em seu corpo, por cima da camiseta.

Senti ele tensionar mas estava tão focado com a barra do meu vestido que nem  disse nada.

Uma das mãos continuou na minha bunda e a outra subiu lentamente de um jeito torturante esbarrando na pele exposta do meu corpo, e todo o toque que já era tortura se tornou forte sem o menor pudor.

Nem ao menos nos meus sonhos, eu imaginaria transar com ele, mas a cada toque dele, me dava vontade automaticamente de abrir às pernas.

O barulho dos passos altos de salto só não me fez pular porque o corpo do Thiago ainda me prendia contra a pia, ele tirou a mão do meu corpo, encostando na pia e encarou Isabelle, em completo choque.

— Caralho... foi mal! — ela pediu, com os olhos arregalados, passando várias vezes de mim pro Thiago. — Eu esqueci minha bolsa! — apontou para a mesma pendurada na cadeira. — Thiago, caralho na próxima avisa.

— A casa é minha e eu tenho que te avisar? — disse puto e eu só sabia esconder meu rosto no peito dele e segurando o riso. — Mete o pé vai. — falou, irônico.

— Já vou. — ela pegou a bolsa saindo da cozinha.

Demorei um tempo para sair do meu "esconderijo" só quando escutei a porta da sala sendo fechada que tive coragem, tomei o fôlego e encarei Thiago que me fitou com um sorrisinho nos lábios e tirou o cabelo da frente do meu rosto.

— Vou fumar um. — disse, e se afastou de mim saindo da cozinha.

Ele sumiu no corredor e cruzei os braços e o segui.

— Não vai me levar pra casa? — indaguei e ele virou o corpo para mim.

— Fica aí. — deu de ombros e subiu as escadas me deixando parada com cara de pateta. — Vem aqui. — me chamou lá de cima.

Levantei minhas mãos em sinal de rendição e subi as escadas, quando cheguei no primeiro degrau ele saiu andando na frente, o correndor imenso com diversas portas, ele abriu uma delas e me deu passagem.

Quarto todo preto e cinza, havia alguns quadros dele jogando bola e outro com os filhos.

Tirei meu sapato e me sentei na cama dele, o vi trancando a porta e abrir a janela deixando a claridade natural invadir o ambiente, ele foi até o guarda-roupa e pegou uma caixa, abriu e tirou o baseado já bolado da caixinha colocou na boca e pegou o isqueiro acedendo o cigarro.

Eu sei que a vida é dele e que não é da minha conta essa parada, mas queria entender porque ele tá se fodendo assim a troco de nada.

Não vou mentir, pesquisei por cima sobre ele, tem uma carreira brilhante e é um dos maiores zagueiros mundialmente falando.

Mas pode perder isso tudo...

Não sou maluca de falar uma parada dessa pro meu pai e ele, Thiago, pelo jeito não se importa que eu saiba.

Ele se ajeitou na cama encostando as costas na cabeceira e ficando com as pernas esticadas e depois esticou a mão livre em minha direção e gesticulou me chamando pra perto.

Fui sem pensar duas vezes.

CAMISA 6  | THIAGO SILVA Onde histórias criam vida. Descubra agora