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IVY 🦋
08 de junho de 2023
Campinas, São Paulo📍

— Eu não sei como vocês duas gostem desse ar de interior. — dona Inês comentou, e eu rolei os olhos rindo de lado.

— Me admira você, aguentar o caos da cidade.– vovó rebateu, e olhou para mim piscando o olho.

Tem dois dias que estou aqui, e não vou negar que sinto muito a falta do Thiago, ele me ligou por diversas vezes mas não me mandou nenhuma mensagem e foi melhor assim, preciso de distância de toda essa loucura.

O cheiro do bolo de milho fresco, misturado com o café recém passado, fez com que meu estômago reclamasse de fome.

Bebi um pouco de água, e observei a pequena comparação que minha mãe e minha avó e estavam fazendo, e neguei com a cabeça.

Escutamos batidas na porta e meu olhar fixou em minha avó.

Por um momento pensei ser o Henrique, mas depois da última noite que nos vimos duvido ele vir atrás de mim novamente.

— Atende lá. — minha avó pediu e eu assenti.

Deixei o copo de água na pia, e saio da cozinha indo em direção a sala e abri a porta, com cara de poucos amigos.

Tomei um susto com o Thiago e a minha reação foi fechar a porta na cara dele, só que ele foi rápido e colocou o pé, grunhindo de dor quando a porta bateu contra.

Não queria falar com ele e muito menos vê-lo.

Mas não pude deixar de dar uma boa olhada, e me assustei mais ainda vendo a mão dele enfaixada, certeza que foi obra dele mesmo.

— É assim que você recepciona um convidado? — ele disse, bem ignorante.

Nada irônico.

Eu ia rebater, mas os passos atrás de mim fizeram com que eu desviasse atenção dele, e encarasse minha avó, que nos fitava confusa.

Subi o olhar por cima do ombro dela, e vi minha mãe abrindo um sorriso ao ver de quem se tratava.

— Thiago?? — ela passou pela minha avó, e abriu os braços sorridente para ele. — Que surpresa boa!

Nada boa!

Eu me afasto deles, e achego perto da minha vó, que me fuzila com o olhar.

— Não sabia que você vinha. — dona Inês afastou-se dele. — Chegou na hora certa, acabamos de passar o café! — falou animada.

— Não, mãe. Ele já está de saída. — apontei para porta, e recebi outro olhar da minha avó.

— Isso lá é jeito de falar com seu namorado? — arregalei meus olhos e a encarei boquiaberto.

— Ele nã...

— Poderiam me dar um pouco de gelo? — indagou. — A Ivy bateu a porta no meu pé, está doendo muito e felizmente, é a minha ferramenta de trabalho. — disse com a voz mansa, estreitei os olhos para ele.

— Me desculpa por isso, querido. — minha avó foi até ele, e colocou uma mão em sua bochecha. — Eu vou preparar um saco de gelo para você por no pé, senta aqui. — pegou ele pelo braço e o guiou até o sofá, enquanto minha mãe fechou a porta.

CAMISA 6  | THIAGO SILVA Onde histórias criam vida. Descubra agora