Agora eu estava apreensiva, não sabia se era por assistir aquela disputa pelo cara mais incrível que conheci; por saber que havia uma moça linda apaixonada pelo irmão dele, e que colecionava muitas lembranças, sendo que uma delas, era o único beijo que deram, enquanto eu não me recordava de absolutamente nada sobre nós dois. Ou pelo álcool que ingeri sem pensar, e abalou consideravelmente meu centro de equilíbrio.
Talvez fosse todas as alternativas ao mesmo tempo, já que em minha vida nada mais fazia sentido ultimamente.
— Não deveria aceitar bebidas de estranhos, nem tomar assim de uma vez. Não está acostumada e pode te fazer mal — Caio sussurrou em meu ouvido ao se sentar ao meu lado.
— Estou bem, só um pouco tonta, mas vai passar.
— Eu deveria te puxar as orelhas por isso — comentou descansando uma de suas mãos sobre minha perna, antes de dar um aperto discreto.
— Aquela música que cantou primeiro, me deixou com uma daquelas sensações de que deveria me lembrar de algo — comentei confusa.
— Está na minha playlist, me faz lembrar de uma noite em que assistimos ao filme juntos em minha casa, e... — Caio me olhou pensativo, respirou profundamente, então continuou. — Sim, foi especial, mas não é algo que precise se lembrar, até porque tivemos momentos mais importantes.
— Não sei se são memórias ocultas, mas... rolou algum tipo de aproximação mais íntima entre nós nesta noite? — Perguntei sem rodeios.
— Nesta noite em específico, não, mas depende do que considera uma aproximação íntima.
— Então significa que rolou. Eu sinto como se...
— Ah, não, Caio, você não veio até aqui para ficar sentado, isso é um desperdício! — Kim nos interrompeu. — Te desafio no touro mecânico, lá eu duvido que me vença.
— Já deixei a Ana sozinha por tempo demais — Caio verificou a tela do celular, antes de colocar no bolso novamente.
— De jeito nenhum! Ela não vai te monopolizar, você me deve dez anos de atenção, até porque, eu cheguei primeiro!
— Não deixem o touro esperando — levantei as mãos para cima em um sinal de rendição quando ela começou a falar em inglês. Que raiva não saber o que dizia.
— Eu não...
— Ah, você vai sim! — Ela praticamente o arrastou pelo braço.
Não que eu tenha ficado triste por isso, mas como o convite claramente não se estendeu a minha pessoa, mais uma vez me vi sozinha naquela mesa, só que agora para minha surpresa, não por muito tempo...
— Hello!
O estalo de dedos, acompanhado de uma voz grave me trouxe de volta a realidade, e foi então que me deparei com o caubói que mais cedo me mandou o drink, em pé ao meu lado.
— Eu não falo inglês, moço — respondi atrapalhada. — Sou brasileira.
— Então somos conterrâneos, moça distraída — disse ele, para minha surpresa. — Sempre venho aqui porque é um ponto de encontro entre brasileiros, é bom matar a saudade.
— Ah, sim, e de qual lugar do Brasil você é?
— Goiás, e você?
— Sou do interior de São Paulo, mas atualmente moro na capital — respondi voltando minha atenção para o Caio, que balançou a cabeça negativamente quando Kim o puxou outra vez pelo braço.
— Dança comigo? — Perguntou o jovem parado ao meu lado.
— Eu não sei dançar — murmurei envergonhada.
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Pela Força do Destino - A Magia do Olhar
RomanceMinha vida mudou radicalmente nos últimos anos, e digo com propriedade que quando vivia no escuro as coisas pareciam ser bem mais fáceis. Já parou para pensar em como seria complicado fechar os olhos e tentar se movimentar em um local estranho e che...