Capítulo 30 Uma chance para o amor

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Agora eu estava apreensiva, não sabia se era por assistir aquela disputa pelo cara mais incrível que conheci; por saber que havia uma moça linda apaixonada pelo irmão dele, e que colecionava muitas lembranças, sendo que uma delas, era o único beijo que deram, enquanto eu não me recordava de absolutamente nada sobre nós dois. Ou pelo álcool que ingeri sem pensar, e abalou consideravelmente meu centro de equilíbrio. 

Talvez fosse todas as alternativas ao mesmo tempo, já que em minha vida nada mais fazia sentido ultimamente.

— Não deveria aceitar bebidas de estranhos, nem tomar assim de uma vez. Não está acostumada e pode te fazer mal — Caio sussurrou em meu ouvido ao se sentar ao meu lado.

— Estou bem, só um pouco tonta, mas vai passar.

— Eu deveria te puxar as orelhas por isso — comentou descansando uma de suas mãos sobre minha perna, antes de dar um aperto discreto.

— Aquela música que cantou primeiro, me deixou com uma daquelas sensações de que deveria me lembrar de algo — comentei confusa.

— Está na minha playlist, me faz lembrar de uma noite em que assistimos ao filme juntos em minha casa, e... — Caio me olhou pensativo, respirou profundamente, então continuou. — Sim, foi especial, mas não é algo que precise se lembrar, até porque tivemos momentos mais importantes.

— Não sei se são memórias ocultas, mas... rolou algum tipo de aproximação mais íntima entre nós nesta noite? — Perguntei sem rodeios.

— Nesta noite em específico, não, mas depende do que considera uma aproximação íntima.

— Então significa que rolou. Eu sinto como se...

— Ah, não, Caio, você não veio até aqui para ficar sentado, isso é um desperdício! — Kim nos interrompeu. — Te desafio no touro mecânico, lá eu duvido que me vença.

— Já deixei a Ana sozinha por tempo demais — Caio verificou a tela do celular, antes de colocar no bolso novamente.

— De jeito nenhum! Ela não vai te monopolizar, você me deve dez anos de atenção, até porque, eu cheguei primeiro!

— Não deixem o touro esperando — levantei as mãos para cima em um sinal de rendição quando ela começou a falar em inglês. Que raiva não saber o que dizia.

— Eu não...

— Ah, você vai sim! — Ela praticamente o arrastou pelo braço.

Não que eu tenha ficado triste por isso, mas como o convite claramente não se estendeu a minha pessoa, mais uma vez me vi sozinha naquela mesa, só que agora para minha surpresa, não por muito tempo...

— Hello!

O estalo de dedos, acompanhado de uma voz grave me trouxe de volta a realidade, e foi então que me deparei com o caubói que mais cedo me mandou o drink, em pé ao meu lado.

— Eu não falo inglês, moço — respondi atrapalhada. — Sou brasileira.

— Então somos conterrâneos, moça distraída — disse ele, para minha surpresa. — Sempre venho aqui porque é um ponto de encontro entre brasileiros, é bom matar a saudade.

— Ah, sim, e de qual lugar do Brasil você é?

— Goiás, e você?

— Sou do interior de São Paulo, mas atualmente moro na capital — respondi voltando minha atenção para o Caio, que balançou a cabeça negativamente quando Kim o puxou outra vez pelo braço.

— Dança comigo? — Perguntou o jovem parado ao meu lado.

— Eu não sei dançar — murmurei envergonhada.

Pela Força do Destino  - A Magia do OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora