Capítulo 05 Irmãos água e vinho

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 Já havia se passado mais de dez dias desde que iniciei minhas aulas e ainda contava com a ajuda do Eduardo que acabou assumindo a responsabilidade de me orientar na sala especial. Optamos por intercalar para que tivesse interação com os alunos que já estavam se acostumando com minha presença e colaborando como era o esperado. 

A namorada ciumenta ainda se incomodava com minha presença, mas ao que parece, estava respeitando o meu espaço, o que não significa que aceitasse a nossa amizade porque quando o Eduardo não estava por perto aproveitava para me jogar indiretas.

Depois daquela tarde não retornei mais a sua casa, tampouco topei com o Caio em qualquer lugar que fosse. Mas um trabalho importante acabou mudando meus planos e lá estava eu de volta a cena do crime...

— Tenho que ir para casa, está ficando tarde — comentei guardando as minhas coisas.

— Ficou muito bom, vou imprimir mais tarde e levo amanhã — disse Eduardo me oferecendo uma barra de cereal. — Quero te levar a um lugar, e te garanto que vai gostar, se topar é claro.

— E que lugar seria esse? — Perguntei ao perceber sua animação.

— Digamos que seja uma surpresa — murmurou divertido.

— Sou ansiosa, isso não se faz — protestei manhosa.

— Então não vamos deixar essa moça linda ansiosa. Principalmente com esse biquinho fofo — meu rosto esquentou consideravelmente quando apertou meu queixo. — Vou fazer uma ligação e já saímos.

Guardei o material com um sorriso, adorava surpresas, mas a que veio a seguir definitivamente era algo que não esperava...

— Eduardo você... Cadê meu irmão?

— Ai, que susto! — Me virei rapidamente. — Ele está no celular.

Foi automático, me senti ameaçada com sua presença e não consegui disfarçar minha inquietação...

— Não precisa ter medo, eu não sou um monstro devorador de garotinhas — o rapaz se mostrou incomodado com minha reação.

— Me desculpe, eu me assustei.

— Isso não me surpreende — disse um tanto quanto desconfortável. — Me desculpe por ter sido grosso contigo aquela tarde.

— Qual seu problema?

— Qual é o seu?

— Eu perguntei primeiro — dei de ombros.

— Não tenta entender garota, eu te disse que não era uma boa companhia, quer saber, depois eu falo com ele.

— Porque se esforça tanto para parecer grosseiro? — Insisti.

— Não fale bobagens, nem me conhece! — Protestou inquieto enquanto seu celular tocava insistentemente. — Ela não para de ligar, mas que droga!

— Quem está te ligando? — Arrisquei a perguntar, mas o toque do seu celular me interrompeu.

— Vai pro inferno!

Em um surto de raiva, um barulho consideravelmente alto ecoou pelo cômodo me fazendo encolher...

— Que droga, eu espero que entenda o risco que está correndo, garota! — Disse em um tom severo.

— Eu?

— Caio, o quê foi isso?!

— Aquela enviada das trevas não para de me ligar porque o cachorrinho dela não atende suas ligações.

Ele não elevou o tom de voz, mas, ainda assim, seu descontrole era perceptível.

— Ela continua te ligando? — Eduardo reagiu com irritação.

Pela Força do Destino  - A Magia do OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora