Já havia se passado mais de dez dias desde que iniciei minhas aulas e ainda contava com a ajuda do Eduardo que acabou assumindo a responsabilidade de me orientar na sala especial. Optamos por intercalar para que tivesse interação com os alunos que já estavam se acostumando com minha presença e colaborando como era o esperado.
A namorada ciumenta ainda se incomodava com minha presença, mas ao que parece, estava respeitando o meu espaço, o que não significa que aceitasse a nossa amizade porque quando o Eduardo não estava por perto aproveitava para me jogar indiretas.
Depois daquela tarde não retornei mais a sua casa, tampouco topei com o Caio em qualquer lugar que fosse. Mas um trabalho importante acabou mudando meus planos e lá estava eu de volta a cena do crime...
— Tenho que ir para casa, está ficando tarde — comentei guardando as minhas coisas.
— Ficou muito bom, vou imprimir mais tarde e levo amanhã — disse Eduardo me oferecendo uma barra de cereal. — Quero te levar a um lugar, e te garanto que vai gostar, se topar é claro.
— E que lugar seria esse? — Perguntei ao perceber sua animação.
— Digamos que seja uma surpresa — murmurou divertido.
— Sou ansiosa, isso não se faz — protestei manhosa.
— Então não vamos deixar essa moça linda ansiosa. Principalmente com esse biquinho fofo — meu rosto esquentou consideravelmente quando apertou meu queixo. — Vou fazer uma ligação e já saímos.
Guardei o material com um sorriso, adorava surpresas, mas a que veio a seguir definitivamente era algo que não esperava...
— Eduardo você... Cadê meu irmão?
— Ai, que susto! — Me virei rapidamente. — Ele está no celular.
Foi automático, me senti ameaçada com sua presença e não consegui disfarçar minha inquietação...
— Não precisa ter medo, eu não sou um monstro devorador de garotinhas — o rapaz se mostrou incomodado com minha reação.
— Me desculpe, eu me assustei.
— Isso não me surpreende — disse um tanto quanto desconfortável. — Me desculpe por ter sido grosso contigo aquela tarde.
— Qual seu problema?
— Qual é o seu?
— Eu perguntei primeiro — dei de ombros.
— Não tenta entender garota, eu te disse que não era uma boa companhia, quer saber, depois eu falo com ele.
— Porque se esforça tanto para parecer grosseiro? — Insisti.
— Não fale bobagens, nem me conhece! — Protestou inquieto enquanto seu celular tocava insistentemente. — Ela não para de ligar, mas que droga!
— Quem está te ligando? — Arrisquei a perguntar, mas o toque do seu celular me interrompeu.
— Vai pro inferno!
Em um surto de raiva, um barulho consideravelmente alto ecoou pelo cômodo me fazendo encolher...
— Que droga, eu espero que entenda o risco que está correndo, garota! — Disse em um tom severo.
— Eu?
— Caio, o quê foi isso?!
— Aquela enviada das trevas não para de me ligar porque o cachorrinho dela não atende suas ligações.
Ele não elevou o tom de voz, mas, ainda assim, seu descontrole era perceptível.
— Ela continua te ligando? — Eduardo reagiu com irritação.
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Pela Força do Destino - A Magia do Olhar
RomantizmMinha vida mudou radicalmente nos últimos anos, e digo com propriedade que quando vivia no escuro as coisas pareciam ser bem mais fáceis. Já parou para pensar em como seria complicado fechar os olhos e tentar se movimentar em um local estranho e che...