Capítulo 38 Entrando nos eixos

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Eu saí daquela cantina completamente desorientada, não esperava ouvir todas aquelas coisas. Realmente pensei em ligar para o loiro esquentadinho, mas fiz o favor de não carregar o celular, e agora estava sem bateria.

— Ótimo! — resmunguei jogando o aparelho na bolsa, enquanto caminhava pela calçada rumo ao meu prédio.

— Boa tarde, Ana — disse o porteiro. — a sua correspondência — me entregou uns envelopes. — Ah, tem visita te esperando.

— Visita? — perguntei, voltando minha atenção para o jardim.

— Eu queria falar contigo.

Meu coração disparou ao ver o Eduardo se aproximando. Definitivamente não era uma boa hora, mas não conseguiria mandá-lo embora. Então, pedi que me acompanhasse até em casa...

— É espaçoso, e bem organizado o apartamento — disse ele quando entramos em casa.

— Pensei que já tivesse vindo aqui — comentei indo em direção à cozinha.

— Na verdade, fui eu quem indicou o apartamento ao Michael, mas nunca... enfim, essa é a primeira vez que entro aqui.

— Aceita um café, ou um suco?

— Um copo de água, por favor — disse ele, se sentando no sofá quando a campainha tocou.

"Não seja o Caio, não seja o Caio!", pedi em pensamento indo atender a porta.

— Ana, o seu Antônio confundiu nossas correspondências, e a Marcela está esperando um documento importante — disse Suelen, me estendendo uns envelopes.

— Então você é a prima da Marcela, mas que mundo pequeno! — comentei surpresa. — Entre, eu vou buscar.

— E você, não vai me cumprimentar, dançarino? — disse ela ao Edu, que a olhou confuso.

— Dançarino, eu?

— Na verdade esse é o Eduardo, irmão do Caio — esclareci. — Essa é a Suelen, minha professora de dança. E acabei de descobrir que é vizinha de corredor, e prima da namorada do Michael.

— Caramba, vocês deveriam usar uma plaquinha de identificação.

— Nunca precisou disso — respondeu ele, com um sorriso tímido.

— Realmente ele confundiu — lhe entreguei os papéis enquanto ela ainda o olhava com espanto. — Eu ia fazer um suco, você aceita?

— Ah, não, eu estou aguardando uma cliente, é uma aula particular e já deve estar chegando — comentou voltando seu olhar para o Edu outra vez. — Caramba, são idênticos, foi um prazer conhecê-lo.

— Igualmente — respondeu pensativo.

— Estamos combinando com o Caio de ir no boliche hoje à noite, o que acha? — perguntou ela, enquanto a acompanhava até a porta. — Se o Eduardo quiser ir também.

— Eu agradeço o convite, mas tenho um compromisso — respondeu ele, sem hesitar.

— Que pena — Suelen sorriu tímida. — E você, nada de furar, está na lista. O Caio disse que ainda faltam dez itens, temos que correr.

— Depois vejo isso — respondi, já imaginando a tensão que viria a seguir.

Quando Suelen deixou o apartamento, passei reto pelo Eduardo, que me olhava confuso, e fui até a cozinha preparar um suco de maracujá para acalmar os nervos. Pelo menos os meus.

— Simpática sua vizinha — disse ele, quando lhe estendi o copo.

— Ela e o Caio, estão ensaiando para uma apresentação de dança, então, ele acabou fazendo amizade com o grupo.

Pela Força do Destino  - A Magia do OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora