Este capítulo contém cenas quentes (não explícitas), achei melhor avisar caso queira passar adiante...
A tão esperada conversa entre pai e filhos aconteceu, mas eu não estava presente, o tio que fez questão de participar, achou que não seria viável, já que poderia acontecer uma briga em família. A princípio fiquei contrariada o cara nem me conhecia, sequer chegamos a nos ver pessoalmente e já se envolvia em decisões sobre minha vida, mas depois acabei concordando, a minha presença poderia deixá-los com os ânimos alterados.
O que me chateou, foi que ele convenceu o coronel a não contar ao Eduardo sobre o real envolvimento que tive com o Caio na América. Não que não fossem falar sobre o assunto, mas naquele momento não seria uma boa ideia, o foco era os irmãos se entenderem. Talvez as intenções do tio realmente fossem boas, mas não conseguia confiar em sua bondade gratuita, toda aquela influência, me deixava apreensiva.
O bom de tudo isso, é que o tio foi bem imparcial e fez com que Eduardo entendesse que qualquer que fosse a situação, nem eu, nem o Caio tínhamos culpa, e fez com que o Caio entendesse, que o irmão também foi uma vítima e que o sentimento de traição era legítimo. Eu queria muito ter participado daquela conversa, gostaria de poder falar sobre como me sentia, mas infelizmente não foi possível. Ao menos fiquei aliviada por saber que eles concordaram em conviver pacificamente e respeitar qualquer que fosse a minha decisão.
Tenho que admitir que a intervenção do tal tio acabou ajudando, já que o coronel mais uma vez teve que ir para longe, e ele se comprometeu a trabalhar aquela situação da família de modo que não houvesse mais desavenças. O homem definitivamente tinha o poder de persuasão.
— Você está linda — falei para Suelen ao adentrar o camarim minutos antes de sua apresentação.
A loira vestia uma saia na cor preta com fendas que deixavam as coxas a mostra. O top preto, bordado com pedrarias douradas assim como seu cinto, contrastava com o tom de sua pele branca. Cabelos compridos caíam pelos seus ombros, maquiagem marcante destacavam o azul de seus olhos que deveriam exibir um brilho especial. O brilho que se vê nos olhos de quem faz o que realmente ama.
— Estou nervosa — disse ela com as mãos geladas. — O tempo passa, mas sempre é como se fosse a primeira vez.
— Você vai arrasar — segurei em sua mão. — Suba naquele palco e brilhe.
— Obrigada por estar comigo — disse ela com um sorriso.
— O Caio não conseguiu chegar a tempo, mas o Edu veio, Luíza e Cibele tambéms estão aí, estaremos todos naquela plateia torcendo por você, não se esqueça disso.
— É bom ter amigos — ela secou o canto dos olhos com a ponta do dedo.
— Sem chorar, não queremos borrar a maquiagem — fali antes de lhe dar um último abraço e sair.
Caminhei por aquele corredor com as mãos geladas, eu queria muito que tudo desse certo, a Su merecia brilhar, nada poderia dar errado.
— Como ela está? — Perguntou Eduardo quando me sentei ao seu lado na plateia.
— Linda, sexy e nervosa — sorri me ajeitando na cadeira.
— O Beto parou de ligar? — Perguntou Cibele.
— Ela não comentou nada sobre isso, acredito que sim — respondi.
— O que esse idiota ainda quer com ela? — Eduardo balaçou a cabeça de cenho franzido.
— Ela não toma providências por medo e isso não é bom — comentou Luíza.
As apresentações começaram e a cada nome anunciado era um frio diferente na barriga, eu estava nervosa por ela. Suelen vinha lutando contra a depressão e sabíamos que a raíz do problema era seu ex-noivo com suas perseguições, mas por mais que insistíssemos ela se recusava a denunciar. Só nos restava apoiá-la como amigos, e era isso que fazíamos.
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Pela Força do Destino - A Magia do Olhar
RomanceMinha vida mudou radicalmente nos últimos anos, e digo com propriedade que quando vivia no escuro as coisas pareciam ser bem mais fáceis. Já parou para pensar em como seria complicado fechar os olhos e tentar se movimentar em um local estranho e che...