Capítulo 29 Crise de ciúmes

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Eu levei um tempo para assimilar a situação, e cheguei a conclusão de que não importa o que fizesse, meu irmão iria até o fim do mundo para me manter segura, e agora pelo visto, o fim do mundo se chamava Alemanha...

— Não vai me derrubar, não é? — Perguntei enquanto Caio ajustava a fivela do meu capacete.

— Nossa, pensei que confiasse em mim — respondeu puxando a capa que cobria uma moto preta, cheia de detalhes que me deixaram encantada.

— Que linda!

— É uma Harley Davidson, essa belezinha foi a minha primeira moto, ganhei quando tinha treze anos, e foi nela que aprendi a dirigir — comentou. — Minha mãe queria esfolar meu pai por isso.

— Eu também esfolaria — comentei tentando manter o foco diante de sua imagem encima daquela moto. O homem conseguia ficar lindo de qualquer jeito. — Mas, se ela ficou todo esse tempo parada, ainda vai funcionar?

— Por certo que sim, meu pai estava usando nos últimos dias — respondeu ligando a moto e fazendo sinal para que subisse em sua garupa.

— Já fique ciente de que se eu cair te levo comigo, senhor motoqueiro — eu ri enquanto entrelaçava meus braços ao redor de sua cintura.

Aquela proximidade me soou familiar, e enquanto ele acelerava sem pressa, eu tentava estimular minha memória para entender aquele sentimento que me causava um fio estranho no estômago...

— Já estivemos assim antes — comentei apalpando seu abdome de olhos fechados.

— Do que você se lembra?

— Só da sensação de te tocar — respondi apoiando as mãos em sua coxa.

— Fico feliz por ter se lembrado... só que não era eu.

Não estendemos o assunto, e é óbvio que me calei, e fiz uma nota mental para não compartilhar de sensações como aquelas. Principalmente se não tivesse certeza de que estava falando com a pessoa certa...

— Eu não me lembro de sair para comprar roupas, sequer sei o meu estilo — comentei ao entrarmos em uma loja que já na fachada percebi ser de grife. — E também não falo inglês isso vai ser interessante.

— A sobrinha da Marie trabalha aqui, a dona é brasileira, por isso escolhi essa loja, sabia que ficaria mais confortável. E quanto ao estilo; escolha as roupas que mais gostar e se sentir bem — afirmou me conduzindo pela loja a dentro.

— O homem fica sexy até em outra língua, como é que resiste a uma tentação dessas? — Refleti enquanto Caio conversava com a vendedora em inglês.

Ele me olhou e sorriu como se pudesse ler meus pensamentos, então me virei rapidamente tentando disfarçar meu nervosismo dando de frente com o vendedor que estava ao meu lado, sei lá por quanto tempo...

— Posso ajudar em alguma coisa?

— Só abduz o que acabou de ouvir — corei desviando o olhar.

O rapaz sorriu com cumplicidade deixando o loiro curioso, mas iniciei um assunto aleatório, afim de desviar sua atenção. Caio, participou ativamente das escolhas de minhas roupas, e me diverti muito com suas caras e bocas, estava mesmo precisando rir um pouco. 

Meu pai ligou durante o tempo que estávamos ali, e deu carta branca para que escolhesse o que quisesse, o que animou os vendedores que me trataram feito uma cliente especial.

 Nunca fui consumista, nem tinha como ser, sequer fazia ideia do que significava a combinação de cores, ou modelo, apenas usava o que me ofereciam. Mas agora era diferente, pela primeira vez pude fazer compras e escolher pessoalmente o que vestir, e confesso que foi uma sensação incrível. Escolhemos roupas leves; jeans; camiseta; pijama, até um vestido que ele fez muita questão de levar. Eu nem sabia se usaria tudo aquilo, mas não nego que amei ser mimada daquela forma.

Pela Força do Destino  - A Magia do OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora