Capítulo 31 Lembranças que machucam

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Aquela noite tive sonhos terríveis, sem sombra de dúvidas, os piores desde que acordei naquele quarto de hospital. Eu estava no escuro sendo torturada por vários homens estranhos, quando um deles ameaçou me violentar, não conseguia fugir, então gritei o mais alto que pude, enquanto me debatia na esperança de me libertar...

— Ana, está tudo bem, acorda, por favor! — Caio me abraçou fortemente, mas ainda em transe em meio àquele pavor, acabei ficando agressiva, e sem mais opções, ele usou o peso de seu corpo para me imobilizar.

— Sai daqui!

— Ana, sou eu, você vai se machucar!

— Me solta! — Eu gritava tentando me libertar.

— Não, você vai se machucar. Sou eu, o Caio, se acalme, por favor!

Aquela situação durou ainda alguns minutos até que eu entendesse que estava segura, então veio a crise de choro...

— Eu não vou deixar que te machuquem — Caio desabou ao meu lado voltando a me abraçar. — Chega de sofrimento.

— Foi horrível — falei entre soluços. — Eram pessoas ruins, tive tanto medo.

— Acho que sua memória está voltando — comentou me apertando em seu abraço.

— Eu não quero, Caio, se o que foi esquecido é tão ruim assim quanto parece, prefiro nunca mais me lembrar.

— Já passou, anjo, você está segura agora — afirmou beijando o alto de minha cabeça.

— Estou com medo de dormir, e voltar a sonhar.

— Não fica pensando nisso — disse ele acariciando meu cabelo.

— Você pode ficar comigo? — Perguntei alcançando seu olhar que estava fixo em meu rosto. — Só hoje, é que estou me sentindo estranha.

— Se pudesse, faria isso todos os dias da minha vida.

Aquele sussurro saiu baixo o suficiente para que não escutasse, mas acabei escutando e fingindo que passou batido...

— Me desculpa por ontem — falei ao me lembrar do clima ruim, que estava entre nós quando chegamos.

— Tudo bem, não precisamos falar sobre isso agora — afirmou massageando meu cabelo.

~♥~

Adormeci em seus braços, e quando acordei, estava agarrada ao seu corpo como um coala preguiçoso, e foi preciso muita força de vontade para me afastar...

— Solta não, é tão bom sentir o calor do seu corpo — murmurou me puxando de volta. — Você me apertou a noite toda, tudo isso era medo de que eu fugisse?

— Não, eu só queria tirar uma casquinha mesmo — provoquei com um sorriso.

— Então, fique à vontade — disse ele cruzando as mãos atrás da cabeça. — Você tem cinco minutos.

— Abusado, você não estava de mal comigo? — Belisquei sua barriga.

— Agora só tem quatro minutos — Caio sorriu se encolhendo ao meu toque. — E eu ainda estou de mal contigo.

— Sabe o que eu acho? — Perguntei trilhando um caminho com o dedo indicador, começando pelo seu tórax, descendo pela barriga lentamente. — Eu acho que precisaria de no mínimo, uma hora, porque tenho muitas coisas a explorar, e não gosto de fazer nada com pressa.

— Mas olha que assanhada. O pai, a Ana quer abusar de mim, socorro! — Gritou ele bloqueando minha mão.

— Não! — Tentei tapar sua boca sem sucesso.

Pela Força do Destino  - A Magia do OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora