Capítulo 11 Resgatada por um anjo

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Aquela mão indelicada me arrastou tão rápido que nem tive tempo de reagir. Eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo, mas sabia que boa coisa não era...

— Por favor, não me machuque — pedi com o coração acelerado ao me lembrar da cena de terror que vivi com aquele trote imbecil.

— Quieta! — A voz exigiu enquanto entrávamos em um local totalmente escuro e muito silencioso.

— Patrícia, isso não tem graça, Priscila, Luana, quem está aqui? — Perguntei ainda mais apavorada.

— A morte — disse aquela voz sinistra em meu ouvido.

Já estava apavorada e fiquei ainda pior quando sons de sussurros ecoavam a minha volta sem que eu conseguisse entender o que dizia. É óbvio que ali tinha mais de uma pessoa disposta a me assustar.

— Isso não tem graça, se não pararem com essa perseguição serei obrigada a tomar providências — comentei em vão porque os sussurros só aumentaram me fazendo sentir como se estivesse em um filme de terror cercada por forças malignas.

Uma mão estranha tocou meu cabelo me causando arrepios quando fui surpreendida por um choque nas costelas...

— Me deixe em paz, por favor! — Implorei apavorada, mas o terror não parou, e senti outro choque agora nas costas.

— Sem barulho! — Exigiu aquela voz horripilante puxando meu cabelo fazendo com que caísse de joelhos, e foi nesse momento que pensei ter ouvido o som de um chuveiro ligado.

— Socorro! — Gritei na esperança de ser ouvida.

— Idiota! — Levei um tapa certeiro no rosto enquanto reunia todas as minhas forças para escapar.

— Socorro! — Gritei mais forte levando outro tapa, mas revidei com um empurrão e corri o mais rápido que pude em direção ao barulho. — Me ajuda! — Gritei novamente vindo a tropeçar em alguma coisa que me jogou diretamente para dentro da piscina.

O desespero que vivi do lado de fora, nem de longe se compara ao pavor que senti ao estar afundando sem que meus pés conseguissem tocar o chão. Meu corpo foi empurrado para cima e antes mesmo que pudesse retomar o fôlego afundou novamente enquanto a água invadia meus pulmões, me trazendo a sensação de que ali era o fim da linha...

"Me ajuda mãe" — foi meu último pensamento antes de afundar completamente, e perder a consciência.

Foi tudo muito confuso, me lembro de acordar em desespero, tentava puxar o ar que não vinha. Ao invés disso, meus pulmões ardiam enquanto lábios quentes empurravam o ar pela minha garganta, e mãos firmes massageavam meu tórax que estava muito dolorido...

— Obrigado, obrigado! — Sussurrou me abraçando apertado enquanto eu tossia buscando o oxigênio que me faltava.

Quando finalmente consegui respirar desabei em um choro sentido enquanto era consolada por aqueles braços fortes que sei lá de onde vieram ao meu socorro.

— Salvou a minha vida, eu afundei, não tinha chão, não tinha ar, estava morrendo — murmurei em lágrimas.

— Vai ficar tudo bem — sussurrou antes de beijar o alto da minha cabeça.

Aquele anjo que salvou minha vida agora me protegia em seus braços de uma maneira tão firme e intensa que me trouxe a sensação de segurança que eu mais precisava naquele momento. Suas mãos trêmulas denunciavam seu nervosismo, seu peito subia e descia descompassadamente enquanto seu coração batia tão acelerado quanto o meu.

— Por favor, não me deixa sozinha! — Implorei quando ele tentou me soltar de seu abraço.

— Eu não posso... — sussurrou em meu ouvido.

Pela Força do Destino  - A Magia do OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora