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A outra mão está me livrando da meia-calça, acariciando minhas pernas.
Louis toca meu tornozelo e com cuidado belisca a curva da minha cintura.
Sinto mãos por todo o meu corpo.

– Você é tão macia que chega a ser ridículo. Em todo lugar que toco, minha mão se encaixa. Eu estava mesmo certo.

E ele demonstra o que está dizendo. Garganta. Seios. Tórax. Quadril. Em seguida, prova que sua boca também se encaixa perfeitamente. Minha pele esquenta a cada beijo e fricção. Louis lambe a fina camada de suor que começa a brotar em mim e ouço um gemido distante que logo percebo ser meu. Eu gemendo, implorando. Ele percebe e não demonstra qualquer sinal de piedade.

Pressiona sua boca perfeita em todas as áreas de pele que deseja. Centímetro a centímetro, me estuda como se eu fosse um mapa. E tudo bem com isso, mas agora eu preciso explorar o corpo de Louis. Quando ele está desfrutando da parte superior das minhas costas, meus gemidos de súplica começam a sensibilizá-lo.

– Por favor, eu preciso tocar em você.

Louis cede e me vira de lado, então deslizo as mãos por seu pescoço até os músculos enormes em seus braços. Aperto. Mordo. Uso as duas mãos para explorar um bíceps, sentindo o peso do músculo. É um prazer enorme estar tocando outra pessoa. A seda, essa pele. Minhas palmas chegam a formigar só com o toque. Minha boca se encaixa em todos os lugares que posso beijá-lo. Meus olhos estão se ajustando e posso ver o brilho dos seus olhos enquanto me permito desfrutar do tempo necessário para testar cada novo músculo, tendão e articulação que encontro pelo caminho.
Na penumbra, deslizo meu corpo contra o seu, sentindo seus suspiros, e puxo-o para que se deite em cima de mim.

– Eu sou muito pesado. Vou esmagar você.

– Tudo bem, eu tive uma vida feliz.

Ele dá uma risada rouca e contente e me obedece, pressionando-me tão firmemente no colchão que perco metade do ar em meus pulmões.

– Ah, tão bom. Tão pesado. Estou amando.

Depois de um minuto, ajoelha-se, pois estou pouco a pouco morrendo.

Estendo a mão no espaço entre nós e seguro sua rigidez intrigante. Louis me deixa apalpar e brincar até sua respiração irregular me convencer de que ele está se desfazendo, e é por minha causa. Não consigo pensar de que outra forma conseguiria vencer. Mas então sinto sua boca em meu quadril e ele logo começa a beijar minhas coxas.
Só consigo rir – tanto por causa das cócegas provocadas por sua barba por fazer quanto pela memória de nossa discussão sobre o uniforme da empresa toda uma vida atrás. Ele beija minhas coxas com reverência, sussurrando palavras que não consigo discernir claramente. Parecem ser palavras de elogio; a respiração quente vem pontuada por lambidas, mordidas e mais beijos. Eu jamais suportaria a pressão suave de sua boca, e sei bem qual é seu propósito. Minhas pernas se abrem e eu olho para a escuridão no teto.

O primeiro toque faz tudo girar. O tipo de golpe de língua que você dá em um sorvete derretendo. Inspiro tão forçosamente que quase bufo, e Louis beija a parte interna da minha coxa. Uma recompensa. Não consigo expressar com palavras humanas.

O segundo golpe é um beijo, e penso em seu beijo do primeiro encontro: casto, leve, sem língua. A promessa de tudo o que está por vir. Abraço um travesseiro e chego à conclusão de que ele nunca mais, nunca mais, vai ter um primeiro encontro com outra mulher.

O terceiro golpe é mais um beijo, mas esse deixa de ser casto e se torna sacana tão paulatinamente que mal percebo essa transformação. Ele tem todo o tempo do mundo e, a cada minuto, meu corpo ao mesmo tempo relaxa e fica tenso.

Encontro minha voz e consigo emitir um barulho nítido e tortuoso.

– Acho que no manual do RH não existe nenhuma regra com relação a isso.

Sinto-me estremecer e gemer.

– Desculpa – ele me diz. – Você está certa.

Louis não para, mas continua alardeando as regras do RH por vários minutos.
Estou tremendo e cada vez mais próxima da explosão que sei que habita o horizonte. Para ser franca, fico surpresa por ter me segurado por tanto tempo.
Baixo a mão, afundo meus dedos em seus cabelos e puxo.

– Não estou aguentando. Por favor. Preciso de mais. Mais, mais.

Afasto-me, puxo seu corpo pelo braço com uma força sobre-humana. Ele suspira indulgente e se ajoelha, e enfim ouço o papel metálico rasgando.
Suas próximas palavras soariam autoritárias, mas ele as pronuncia de maneira trêmula, quase sem ar, o que só mina seus esforços.

– Finalmente vou possuir você.

– Eu vou finalmente possuir você – rebato.

Ele se abaixa e fico surpresa quando o abajur acende. Atordoada, fecho os olhos e, quando se abrem, Louis está olhando para mim. Suas pupilas escuras provocam sentimentos estranhos em meu coração.

– Oi, Moranguinho.

Nossos dedos se entrelaçam acima da minha cabeça.

A primeira pressão que ele faz é suave, e meu corpo aceita, e depois aceita mais.
Sua têmpora está colada à minha, e ele emite ruídos desesperados, como se sentisse dor, como se estivesse tentando sobreviver a esse momento.
Involuntariamente estremeço e sua rigidez me invade fundo. Minha cabeça quase bate na cabeceira, e dou risada.

– Desculpa – ele pede.

Beijo sua bochecha.

– Não peça desculpas. Faça outra vez.

Beijão💋

O jogo do amor "Ódio"!   Louis Partridge Onde histórias criam vida. Descubra agora