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Nada como ter suas mãos em meu corpo para me lembrar de como são grandes.

Ele as apoia em minhas costelas, depois desliza as palmas para me mostrar o quão perfeitamente caibo nelas. Quando não consigo aguentar mais, ele me vira para a parede e seus dedos se abrem como asas em minhas costas.
Suas unhas me arranham levemente e ele sussurra ao meu ouvido.
Está me dizendo que sou linda. A tortinha de morango mais deliciosa. Sou o sabor que jamais sairá de sua boca. E que quer que eu tenha certeza, toda a certeza do mundo, antes de tomarmos qualquer decisão.

Enquanto lambe a água de meus ombros, leva uma de suas palmas enormes entre as minhas coxas. Sinto meu pé deslizar um centímetro no piso. Dois centímetros.

Estremeço e ele coloca um braço em minhas clavículas.
Posso jurar que meu gemido ao sentir o primeiro toque ecoa à nossa volta.
Começa a me acariciar e eu estendo a mão para trás, segurando seu membro em retribuição. Nossos gemidos conjuntos criam um barulho cavernoso ao ricochetearem nos azulejos.

– Dê tudo para mim – implora, falando ao meu ouvido.

Eu repito as palavras para ele. Não tenho nada além de músculos quentes e molhados tocando em mim, por todo o meu corpo, sua boca mordiscando o lóbulo da minha orelha e suas estocadas fortes em minhas mãos de tamanho inadequado. Louis parece não se importar com o fato de minhas mãos serem pequenas; aliás, já está começando a urrar.

Eu tenho meus problemas. Como tentar não fazer tanto barulho para as pessoas lá fora do quarto não ouvirem. É surpreendentemente difícil, considerando a quantidade maravilhosa de fricção que ele está investindo em mim. Shhh, Louis quase dá risada. Aperto a mão um pouco mais em seu membro. Nós dois ficamos tensos e gritamos quase juntos.

Dessa vez, é um desabrochar. Sua bochecha se apoia no azulejo acima de mim e, sem dizer nada, olhamos um para o outro enquanto trememos. É estranho ver nossos corpos se separarem. Tenho a sensação de que é fácil me acostumar a viver com esse homem.

Não existe um jeito adequado de terminar um momento assim. Como se faz para voltar à realidade? Este hotel precisa de uma placa comemorativa.

– Caramba! Já está quase na hora do café da manhã! Temos que nos apressar. Eu tenho que arrumar a mala.

– Vamos pular o café da manhã. – Suas mãos brincam com a curva da minha cintura e quadril.

Para cima, para baixo, para um lado, para outro.

– Sua mãe está esperando. Vamos lá.

– Não – ele rosna infeliz, e suas mãos deslizam em meus ombros.

– Não – retruco antes de sair do chuveiro, fugindo de seu toque.

Enrolo a toalha no corpo e vejo as horas no relógio no criado-mudo.

– Vamos, temos quinze minutos. Corra.

– Vou reservar mais um dia de quarto. Podemos ficar horas aqui.
Poderíamos viver aqui.

– Louis, eu gosto da sua mãe. E não sei se sou uma idiota por querer deixá-la feliz, nem sei se vou voltar a vê-la depois de hoje. Mesmo assim, notei que ela sente saudade de você. Talvez esse seja o meu papel nesse fim de semana, forçá-lo a estar outra vez com sua família.

– Que doçura. Me forçar a fazer coisas que não quero. E é claro que você vai voltar a ver a minha mãe.

– Certo. Deixe-me explicar: fui convidada para tomar café da manhã e eu vou tomar café da manhã. Estou morta de fome. Você e seu sexo arrancaram toda a minha energia. Já você… Bem, faça como quiser.

Consigo aplicar o rímel, além de Lança-Chamas em metade do lábio superior.

Em seguida, ele se posiciona atrás de mim e analiso nosso reflexo no espelho.
As diferenças entre nós nunca foram tão claras nem mais eróticas. O contraste do meu corpo com a glória enorme e musculosa dele quase acaba com o meu propósito de ir ao café da manhã. Ele leva meus cabelos para um lado do pescoço e me dá um beijo. Olhamo-nos através do espelho e eu deixo escapar uma respiração irregular.

Quero dizer-lhe que sim, que reserve este quarto para todo o resto de nossas vidas. Que, se eu tivesse mais tempo, eu o convenceria a me amar.

Perceber isso faz minha garganta fechar.

Teria de estar cega para não ver a luz da afeição em seus olhos quando ele me abraça e volta a beijar a lateral do meu pescoço. Teria de ter mil anos para esquecer o jeito como me beija. É o florescer de algo que um dia pode se tornar impressionante, mas tenho fortes dúvidas de se essa relação sobreviveria no mundo real. Essa bolha na qual estamos não é a realidade.

Quem me dera fosse, quem me dera vivêssemos aqui. Eu devia dizer tudo isso a ele, mas não tenho coragem.
Fecho os olhos.

– Podemos tomar o café da manhã e depois acelerarmos em velocidade recorde rumo ao seu apartamento.

– Pode ser. Belo batom, a propósito.

Termino de passar batom e esfrego os lábios uma vez. Ele pega o lenço.
Segura-o, admira.

– Parece um coração – conclui.

– O que acha de comprar uma tela em branco e eu beijá-la para você? É um jeito de se lembrar de mim.

Dou-lhe uma piscadela para manter o tom descontraído.
A resposta sarcástica que estou esperando nunca chega. Em vez dela, vejo-o dar meia-volta e sair do banheiro. Alguns minutos depois, quando eu saio trazendo comigo a nécessaire de maquiagem, ele está de calça jeans e camiseta vermelha.

– Por que será que todas as cores caem bem em você?

Ele coloca o celular ao lado da minha bolsa, junto à rosa branca que peguei de sua lapela.

– Até parece!

Fecha o zíper da mala e fica parado diante da janela, olhando para a água.
Procuro minha calça jeans e o suéter preto de casimira na mala, e fico contente por tê-los trazido. O ar lá embaixo está bem fresco, mais frio do que o de costume para mim. Estou me vestindo e ele não observa. Dou um saltinho para fechar a calça jeans e ele não se vira. Faço bastante barulho ao colocar perfume em meu decote, e sua narina sequer se abre mais do que o normal.

– Vai dar tudo certo no café da manhã.

– Sim, claro – responde com uma voz fraquinha.

Enfio os pés em um par de tênis e decido deixar meus cabelos soltos. Vou atrás dele e abraço-o na altura da cintura, descansando a maçã do rosto em suas costas.

– Conte para mim qual é o problema.

– Eu só sirvo para uma noite e nada mais. Isso era tudo o que eu vinha tentando evitar. Eu estava tentando construir alguma coisa, e não criar essa sensação de que termina aqui.

Beijão💋

O jogo do amor "Ódio"!   Louis Partridge Onde histórias criam vida. Descubra agora