XXI

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   ⚠️Capítulo contém conteúdo que pode causar gatilhos, ser for sensível, não leia…


De todas as dores que já senti, sem dúvida a da  alma é a pior delas.’’


Park Jimin




Há situações na vida que nos fazem repensar o porquê de certas coisas acontecerem, qual o motivo para tamanho sofrimento. Algumas pessoas acreditam que, no final, há uma recompensa para aqueles que enfrentam dificuldades e traumas. O problema dessa afirmação é saber se vale a pena a caminhada até lá.
A minha cabeça está prestes a explodir, não tenho mais lágrimas para chorar, tudo ao meu redor está desmoronando a cada minuto que passa, estou passando as noites em claro com medo de que aquilo volte novamente e machuque mais alguém. Ainda, contudo, tenho que lidar com os olhares de medo e raiva de todos ao meu redor.  Tae, Jin e J-Hope mal falam comigo, me ignoram quase completamente. Namjoon e Yoongi são os únicos que não me evitam, mas nossa relação não é mais como antes. Jungkook, mesmo com tudo que aconteceu, estamos conversando normalmente pelo bem-estar do nosso filho. Hyuna é a única a quem mantenho distância por completo. Quando o Jeon chega, ela corre para ele e o prende ao seu lado por um bom tempo. Tento não ligar para isso, mas meu coração besta insiste em amar alguém que não quer ser amado por mim.  As nossas refeições se tornaram uma tortura, todos comem em silêncio e mal me dirigem a palavra. Alguns dias atrás, tentei puxar conversa no jantar com Tae e Jin, mas fui completamente ignorado por eles, que nem sequer me olharam. Depois disso, resolvi não me sentar mais à mesa para as refeições. A minha presença era desagradável, e por isso, agora faço na cozinha.

Qual o motivo para eu continuar aqui mesmo, contudo, o que está acontecendo? Simples, é pelo meu filho. Fora desses portões, ele viraria alvo fácil nas mãos dos inimigos. Não tenho força e nem dinheiro para mantê-lo seguro, e jamais iria sair daqui sem ele. Agora entendo o que uma omma é capaz de fazer para manter o seu filhote seguro, sacrificamos a nossa saúde física e mental, colocamos de lado tudo aquilo que nos machuca para que a vida dele seja tranquila e feliz o máximo que conseguimos. Aceitamos coisas que nos despedaçam por inteiro só pelo fato de que se despedaçar não se compara com a dor de ver o seu filho sofrer. Não sei se aguentarei por muito tudo isso, mas se for para manter o meu filho salvo, levarei até além do meu limite.
Vejo o relógio e já está na hora de levantar, preciso cuidar do meu pequeno, olho pela janela, o dia está nublado e escuro, há uma tempestade vindo, o que me deixa aflito, não gosto de tempestades. Vou em direção ao quarto do Junghoon, quando entro encontro Jeon com ele no colo. O mais velho me encara.

— Bom dia! — Digo, constrangido por entrar de uma vez sem bater.

— Bom dia, Jimin! — A voz do Jungkook saiu rouca, acho que também acabou de acordar.

— Ele estava chorando? — Pergunto por achar estranho ele estar tão cedo aqui.

— Não, quando entrei, ele estava sentado brincando com o coelhinho dele.

— Ah, sim, vou dar um banho nele e alimentá-lo, já te entrego novamente. — Vou em direção a pegar o pequeno gorducho dos seus braços, quando ele me para.

— Me deixe ajudar você, hoje não vou precisar ir ao galpão.

Simplesmente balanço a cabeça porque olhar nos seus olhos era mesmo que cair em tentação. Para não prolongar mais essa situação, vou em direção a organizar tudo para cuidar da higiene do filhote. Logo os minutos passam, e já concluí o banho e termino de alimentá-lo. Ele acaba caindo no sono profundo novamente, Jeon se encontrava sentado em outra poltrona à minha frente, me encarando.

The force for destinyOnde histórias criam vida. Descubra agora