XXIII

1.9K 304 63
                                    

A vingança é extremamente prazerosa, mas há algo por trás dela que é pouco discutido: ela traz solidão, renúncia a tudo o que você ama e preza, o que é ainda mais doloroso, pois você sobrevive vegetando até a conquistar e talvez, no final, encontre um propósito para continuar seguindo em frente.’’

Park Jimin



Queria dizer que estou bem e que me sinto tranquilo, mas não estou, o medo é constante, mesmo que eu não demonstre para as pessoas ao meu redor. Já se passaram mais de quinze dias que acordei do coma e nesse tempo tudo foi tão tenso e devastador, tento ser forte, mas é muito difícil saber que estou aqui ao lado desse homem que tanto me fez sofrer. Seung me mostrou uma matéria noticiada sobre a minha morte, nela não tinha o meu nome nem a minha foto, mas havia imagens do carro no qual eu estava. Também havia junto uma foto do Jeon, onde dizia que um membro do Bangtan Boys havia falecido num trágico acidente. O que me trouxe de volta a triste realidade de que eu não existo mais, sou alguém morto agora e nada mais que isso. Também a tristeza bateu por lembrar que não poderei mais ver o meu filho e só a Deusa sabe quando vou carregá-lo no colo novamente, e isso é o que mais me doí. Mas é infelizmente a minha escolha, preciso dar um fim nisso, dar um fim no meu bicho-papão e me tornar aquilo que jamais imaginei que seria. Farei todos me conhecerem e me temerem por onde eu passar.

Durante esse tempo que estou aqui, me aproximei bastante do Noah, mesmo que o alfa seja uma pessoa difícil de lidar, já que é muito desconfiado e rabugento. Criei uma conexão com ele, além de que quero muito o convencer a se aliar a mim. O alfa é uma pessoa de coração bom, os nossos ideais se batem, o que me faz admirá-lo ainda mais. Ele luta muito bem, além de ser extremamente inteligente, é um estrategista nato e tê-lo ao meu lado é essencial para a minha vingança. Sei que não poderei fazer tudo sozinho e preciso de alguém para me ajudar. E foi quando o vi pela primeira vez que decidi que seria ele o meu escolhido. O porquê disso não sei, só sei que me sinto bem ao seu lado e por ele tenho um carinho enorme. Só que o alfa é desconfiado e não confia em mim de jeito nenhum, isso me deixa triste, principalmente porque a sua lealdade continua com Seung.




Noah Kang






Sou um alfa lúpus da linhagem dos protetores, essa linhagem é rara e perigosa. Podemos ser fiéis ao extremo para quem fazemos um juramento. Dessa forma, muitos membros da nossa linhagem foram assassinados por não conseguirem fazer o juramento de lealdade. Só que esse juramento não depende da nossa parte humana, e sim dos nossos lobos, quando se conectam e aceitam a pessoa escolhida para proteger. Por isso ficamos escondidos por décadas e décadas sem saberem sobre a nossa localização e desaparecendo com a passagem do tempo para proteger a todos que amamos, mas infelizmente a minha família encontrou Seung e essa foi nossa perdição.
Fui entregue como moeda de troca para libertar o meu pai das mãos do Seung. Estou com ele desde os meus dezesseis anos, o motivo para isso é porque tenho QI de duzentos e cinco e sou um gênio em estratégias. Sou obrigado a viver assim, servindo e sendo leal a um homem que detesto. Tenho a sorte de que ele sabe que não pode me forçar a fazer juramento e isso me salva da morte.  Seung é um monstro e faz coisas que dificilmente serão perdoadas. Vivi essa vida com muita cautela e sabia que o meu destino era servi-lo para sempre, mas algo mudou completamente o rumo das coisas. Desde o momento em que ele me pediu para vigiar o seu filho, tudo em mim se transformou em pura bagunça quando comecei a cumprir a minha missão.

Encontrei a verdadeira localização da mansão do Jeon, mesmo nunca contando ao Seung essa informação. Segui o ômega em todos os lugares durante dias em busca de encontrar o momento certo para pegá-lo. Só que eu não contava que iria presenciar o seu acidente. Vê-lo naquele estado me abalou profundamente, principalmente depois que informei ao Seung sobre o ocorrido e fez pouco caso com a situação. Mas o que mais me abalou foi o seu pedido de levar o corpo do garoto ainda quente até ele, só um tolo para não saber o que ele queria fazer com ômega. Quando tirei o garoto do hospital e estávamos indo em direção para encontrá-lo, o coração do ômega voltou a bater, foi algo que nos deixou muito perplexos, ele já estava morto, fazia uma hora e aquilo era impossível. Sabíamos que ele precisava de hospital e era melhor permanecer longe do pai era o melhor a se fazer, por não querer imaginar o que aquele homem era capaz de fazer com o ômega desacordado e indefeso como estava. Então, conseguimos tirá-lo do país e o cuidei durante todo esse tempo. 

The force for destinyOnde histórias criam vida. Descubra agora