I

5.6K 552 77
                                    





  Park Jimin






Eram quase oito da noite quando saí do trabalho à cafeteria do senhor Will, um beta muito rigoroso e rabugento. Infelizmente, preciso deste emprego, pois as coisas sempre foram difíceis para mim. É difícil quando não há ninguém além de você mesmo no mundo. 

Muitas pessoas considerariam minha trajetória trágica, mas nada mais é que um fracasso de aprendizado em todos os sentidos.

Hoje, peguei o caminho mais curto para casa. Apesar de ter consciência do perigo que representa este local neste horário, não pretendo ficar muito tempo na rua. Estou no fim do meu cio e, apesar de tomar medicamentos para controlá-lo, não quero arriscar.

 Passei o dia em pé atendendo todos os tipos de clientes indesejados possíveis. As minhas pernas doem muito e essa dor de cabeça que não passa está piorando ainda mais a minha situação. Percebo que já estou passando pelo quarto beco, só faltam mais três até a minha casa. 

Mas de repente escuto uma voz abafada de alguém gritando. Fico nervoso, porém meu espírito de fofoqueiro não me permite que siga meu caminho sem ao menos dar uma olhadinha.

Andei devagar para que ninguém pudesse ouvir. Temendo ser um alfa responsável pelo barulho, caminhei de forma lenta e silenciosa. Passando por duas latas de lixo, fico de frente para o beco e a mesma voz de antes ecoa. Está muito escuro, mal consigo enxergar duas silhuetas distantes.

Havia um homem alto em pé e outro que se encontrava de joelhos. Por um momento, pensei que eles estivessem fazendo alguma safadeza, por ser um local bem escondido. No entanto, foi aí que vi o homem em pé apontando uma arma para o que está de joelhos, e este implorava pela sua vida.

— Por favor, NÃO! Eu pago tudo que devo, prometo, eu tenho família. — O homem implorava desesperado.

O homem que está em pé nada diz, apenas permanece do mesmo modo. O que me parece um acerto de contas.

Oh, céus! Onde fui me meter. 

Ouço um barulho extremamente alto, só então percebo que se tratava de um tiro.

— Eita! Ele atirou! — Digo alto. 

Tento o mais rápido me afastar daquele local, mas é quando, sem querer e por estar muito nervoso, tropeço e caio de bunda no chão.

Merda!

— Pobre, não tem um dia de paz. — Rosno, por ser tão atrapalhando, logo em seguida ouço uma voz rouca.

— Quem está aí?… Você não devia ficar fuçando o que não lhe interessa.

Ele é um alfa? Com certeza é um alfa... estou completamente ferrado.

Como sou um ômega de muita sorte, o meu corpo começa a reagir ao indivíduo presente. O cheiro do alfa chega às minhas narinas, o que me faz sentir novamente a dor do cio. Sinto uma fisgada no meu ventre e o meu pobre coração dispara como se ele fosse querer pular fora do meu peito. 

Escuto a sua aproximação. Ele pisava firme, enquanto a escuridão cobria a sua face. Então, ele parou na minha frente e se pôs a ficar na altura em que eu me encontrava. O seu rosto foi aparecendo lentamente. Ele era lindo, mas algo me apavorou quando encaro os seus olhos, que tinham uma coloração violeta.

Ele parou e sua expressão não era agradável. O seu semblante havia um misto de surpresa e raiva, sabíamos o que isso significa. A dor vem ainda mais forte, junto com um calor intenso. 

The force for destinyOnde histórias criam vida. Descubra agora